O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), admitiu nesta terça-feira (23) que cometeu um erro ao se referir ao ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), como “desafeto pessoal” e “incompetente”. Essa declaração foi feita durante uma entrevista à imprensa em uma feira agroindustrial na cidade de Londrina, no norte do Paraná.
Lira também destacou que há um esforço para garantir que os projetos de interesse do governo sejam discutidos e votados de forma madura no Congresso. Ele apontou que nos últimos meses vinha alertando sobre a falta de efetividade na articulação política do governo. Segundo o presidente da Câmara, é importante que as matérias cheguem ao plenário após negociações e amadurecimento.
“Eu tenho erros e acertos, não tenho problema de reconhecer o erro quando eu faço. Eu já vinha apontando ao governo há alguns meses que não funciona a articulação política. Se você prestar atenção, há um esforço muito grande para que as matérias chegam maduras ao plenário”, alegou após ser perguntado sobre os adjetivos dados a Padilha.
Sobre sua relação com o presidente Lula, Lira afirmou que não tem queixas e que ambos compartilham preocupações com o desenvolvimento e a igualdade da população. Além disso, ele defendeu a restrição do acesso ao Supremo Tribunal Federal (STF) para evitar que ações judiciais interfiram na relação entre os Poderes.
“Muitas vezes a gente fala do Judiciário e seus excessos, quando ele vai além de sua condição de julgar e o Congresso reage; mas uma coisa tem prejudicado muito, minorias quando perdem recorrem ao Supremo para resolver sua derrota, o Executivo quando perde vai ao Supremo, tenho defendido que devemos restringir o acesso.”
Lira também mencionou uma conversa com o ministro Alexandre de Moraes, considerada “corriqueira”, e criticou os excessos do Judiciário. Ele ressaltou que minorias e o Executivo recorrem ao STF após derrotas, o que prejudica a estabilidade das relações políticas.
No domingo anterior, Lula e Lira se encontraram no Palácio da Alvorada, e o presidente da Câmara teria enfatizado que seus problemas não envolvem Padilha. O objetivo de Lula é melhorar a relação com o Congresso, especialmente diante do risco de derrotas que podem afetar as contas públicas. Ele também deve se reunir com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Em relação à prisão de Chiquinho Brazão (ex-União Brasil-RJ), Lira negou ter influenciado o voto dos deputados e afirmou que a discussão se concentrou nas condições da prisão, não na culpa pelo crime.
Informações TBN