A inflação do Brasil subiu para 0,44% em setembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 9. A alta é de 0,46 ponto porcentual (p.p.) em relação ao mês anterior.
O indicador foi puxado pelo grupo habitação (1,80%), depois do aumento nos preços da energia elétrica residencial, e por alimentação e bebidas (0,50%).
No ano, a inflação acumulada é de 3,31% e, nos últimos 12 meses, de 4,42%.
“A mudança de bandeira tarifária de verde em agosto, onde não havia cobrança adicional nas contas de luz, para vermelha patamar 1, por causa do nível dos reservatórios, foi o principal motivo para essa alta”, explica o gerente da pesquisa, André Almeida.
“A bandeira vermelha patamar um acrescenta R$ 4,46 aproximadamente a cada 100 kwh consumidos”, diz. O item exerceu impacto de 0,21 p.p. no índice geral de setembro.
Também foram verificados reajustes tarifários na taxa de água e esgoto (0,08%), nas seguintes áreas: Fortaleza (1,46%), com reajuste de 8,05% a partir de 5 de agosto; Salvador (0,36%), com reajuste de 5,81%, e Vitória (0,27%), com reajuste de 4,31% a partir de 1º de agosto.
Ainda em habitação, o IBGE destacou o aumento do gás de botijão (2,40%). Além disso, o resultado do gás encanado (0,02%) decorre do reajuste médio de 2,77% no Rio de Janeiro (0,17%) e da mudança na estrutura das faixas de consumo nas faturas em Curitiba (-0,25%).
Em alimentação e bebidas (0,50%), a alimentação no domicílio teve alta de 0,56% depois de dois meses consecutivos de queda. Foram observados aumentos nos preços do mamão (10,34%), da laranja-pera (10,02%), do café moído (4,02%) e do contrafilé (3,79%).
No lado das quedas, destaque para a cebola (-16,95%), para o tomate (-6,58%) e para a batata inglesa (-6,56%).
“Falando especificamente das carnes, a forte estiagem e o clima seco foram fatores que contribuíram para a diminuição da oferta”, afirma.
A alimentação fora do domicílio (0,34%) registrou variação próxima à do mês anterior (0,33%). O subitem refeição desacelerou de 0,44% em agosto para 0,18% em setembro, enquanto o lanche acelerou de 0,11% para 0,67%.
No grupo transportes (0,14%), o aumento de preços no grupo foi influenciado pela alta das passagens aéreas (4,64%). Em relação aos combustíveis (-0,02%), gasolina (-0,12%) e óleo diesel (-0,11%) tiveram queda, enquanto o etanol (0,75%) e o gás veicular (0,03%) registraram alta nos preços.
Por outro lado, a queda mais intensa (0,31%) e com maior impacto (0,03 p.p.) em setembro veio de despesas pessoais. O subitem cinema, teatro e concertos caiu 8,75% e exerceu impacto negativo de 0,04 p.p. no índice geral.
Regionalmente, todas as localidades pesquisadas tiveram alta na inflação em setembro. A maior variação ocorreu em Goiânia (1,08%), influenciada pela alta da gasolina (6,24%) e da energia elétrica residencial (4,68%).
Já a menor variação ocorreu em Aracaju (0,07%), por conta dos recuos da cebola (-25,07%), do tomate (-18,62%) e da gasolina (-1,68%).
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,48% em setembro, 0,62 p.p. acima do resultado observado em agosto (-0,14%).
No ano, o INPC acumula alta de 3,29% e, nos últimos 12 meses, de 4,09%. Em setembro de 2023, a taxa foi de 0,11%.
Os produtos alimentícios subiram 0,49% em setembro, depois de duas quedas consecutivos. Por sua vez, a variação dos não alimentícios acelerou de 0,02% em agosto para 0,48% em setembro.
Quanto aos índices regionais, Goiânia registrou a maior alta (1,05%), por conta da gasolina (6,24%) e da energia elétrica residencial (4,73%).
Já a menor variação foi observada em Aracaju (0,08%), por conta dos recuos dos preços da cebola (-25,07%), do tomate (-18,62%) e da gasolina (-1,68%).
Informações Revista Oeste