O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou indignação em Nova York depois de tomar conhecimento do impacto das bets nas contas da população mais pobres e alta de endividamento. Ele cobrou medidas urgentes de seu governo para reverter esse cenário.
O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, disse ao jornal Folha de S.Paulo que Lula solicitou “providências urgentes” sobre o tema. A pasta é responsável pelo programa Bolsa Família.
“O presidente defende que Bolsa Família é para alimentação e necessidades básicas de cada família beneficiária”, disse Dias à Folha. “Pediu urgentes providências.”
O cartão do Bolsa Família, que pode ser usado para compras no débito e outras movimentações, como saque do benefício, deve ser vetado para as bets.
“A regulamentação das bets, coordenada pelo Ministério da Fazenda e Casa Civil, deve conter regra com limite zero para o cartão de benefícios sociais para jogos e controle com base no CPF de quem joga”, acrescentou o ministro.
O monitoramento por CPF está previsto na regulação do setor no Brasil.
“Você vai ter CPF por CPF de quem está apostando, tudo sigiloso, mas ele vai abrir essa conta”, explicou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quarta-feira, 25. “Vamos poder ter um sistema de alerta em relação às pessoas que estão revelando uma certa dependência psicológica do jogo.”
Lula tomou conhecimento da situação por meio de uma nota técnica do Banco Central (BC), que indicou gastos de R$ 3 bilhões em apostas por beneficiários do Bolsa Família apenas via Pix em agosto.
Segundo a Folha, o presidente externou a interlocutores preocupação com o impacto em pessoas em situação de vulnerabilidade, inclusive entre adolescentes e jovens.
Os dados do BC também provocaram repercussões no Ministério da Fazenda. Haddad disse que a regulamentação não vai olhar somente para o lado fiscal, mas que também vai proteger os apostadores.
Informações Revista Oeste