Em entrevista à BBC, em abril, a primeira-dama Janja da Silva afirmou que não existe no governo hierarquia entre ela e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sem cargo oficial, mas com “total autonomia” no Palácio do Planalto, a atuação da mulher de Lula custa quase R$ 2 milhões por ano ao pagador de impostos.
De acordo com levantamento do Poder360, que teve como base dados do Portal da Transparência, o valor corresponde a viagens e salários de Janja e sua equipe pessoal, que conta com oito pessoas.
Houve registro de um custo total de R$ 3,8 milhões para o período de dois anos. Segundo o portal, a distribuição do montante ocorreu da seguinte forma:
Recentemente, Janja afirmou que o papel dela no governo Lula é de articuladora. Disse ainda que o presidente dá “total autonomia” a ela para que possa exercer o que quiser.
“A esposa que organiza chás de caridade e visita instituições filantrópicas, esse não é o meu perfil”, afirmou.
Sobre os valores, o Planalto respondeu que “os gastos a que se refere são compatíveis com as atividades realizadas por esses profissionais a serviço da Presidência”.
Dos oito profissionais que trabalham com Janja, sete estão oficialmente alocados no gabinete pessoal de Lula. A única exceção é Claudio Adão dos Santos Souza, fotógrafo de Janja, que atua sob a Secretaria de Comunicação Social. O governo afirmou que eles “cumprem funções designadas pelo presidente”.
Os funcionários com os maiores salários são Edson Antônio Moura Pinto, ajudante de ordens, com recebeu R$ 22.106,70, e Neudicleia Neres de Oliveira, principal assessora de Janja, com salário de R$ 18.469,94. As duas se tornaram amigas, segundo o Poder360, durante as vigílias que apoiadores de Lula realizavam em Curitiba, quando o petista esteve preso.
No que se refere a viagens, Janja passou 103 dias fora do país em 2023 e 2024, acompanhando o presidente ou representando o Brasil. Os custos de deslocamento da sua equipe pessoal somaram R$ 791.542,23, enquanto cinco viagens específicas de Janja custaram R$ 139.365,30.
As viagens para os Estados Unidos e a França foram as mais caras, sendo a ida a Nova York em março e a participação na Olimpíada de Paris em julho os exemplos principais.
Em janeiro, 24, o Conselho de Ética Pública arquivou uma investigação sobre um suposto desvio ético relacionado ao uso de uma sala no Palácio do Planalto por Janja, citando “ausência de materialidade”.
Informações Revista Oeste