A imagem chama atenção por mostrar um grupo de autoridades em torno do que parece ser um simples banheiro químico. Num ato solene, que remete ao descerramento de uma placa, os presentes desatam uma fita e aplaudem a inauguração do novo equipamento. A cena ocorreu nesta segunda-feira (31), na cidade de Casa Nova, cidade do semiárido distante cerca de 500 km de Salvador. Embora possa lembrar, o apetrecho inaugurado não é um banheiro químico, mas sim um dos 24 módulos sanitários sustentáveis entregues pela Fundação Luís Eduardo Magalhães (Flem) a moradores do município de pouco mais de 72 mil habitantes. Na cerimônia, com aglomeração, mas uso de máscara, estava o prefeito de Casa Nova, Wilker do Posto (PSB), e alguns vereadores do município.
Adquiridos a um custo total de R$ 445 mil, os itens foram destinados a 24 residências e uma unidade escolar locais, informou Rodrigo Hita, presidente da Flem.
Segundo o dirigente, trata-se de um projeto-piloto, inovador, que, se der certo, deverá ser fomentado como política pública para atender o semiárido. “É bom deixar claro: esses equipamentos não são banheiros químicos. São módulos sanitários sustentáveis, que funcionam à base do sol e do vento, em áreas quentes, e onde não tem água”, explica Hita.
Segundo o dirigente, a implantação dos sanitários secos contou com investimento estadual de R$ 170 mil, por meio da Flem, 45 mil euros bancados pela multinacional alemã 3P Technik Filtersysteme GmbH, que desenvolve os equipamentos, e R$ 5 mil da prefeitura casanovense.
“O módulo de sanitário sustentável é um sistema sanitário unifamiliar e autônomo que garante um manejo sanitário higiênico e seguro. O sistema funciona sem água, sem energia, sem produtos químicos e com manutenção semestral. Os banheiros, por causa do exaustor, fornecem conforto técnico e nenhum odor, por causa da pressão negativa”, diz um descritivo do projeto.
Como funciona?
Conforme o projeto dos sanitários sustentáveis, 600 kg de fezes e urina se convertem em 16 kg de resíduo seco e estabilizado e em cerca de 9 kg de fertilizante. “Tudo isso sem uma gota de água, sem gasto de energia e sem outras despesas operacionais. Além disso, as fezes, após ressecadas porém virar adubo higiênico”, diz.
Informações: Metro1