Assassino agiu motivado por xenofobia contra asiáticos
A promotora distrital americana Fani Willis, do Condado de Fulton, na Geórgia, disse nesta terça-feira (11) que o homem acusado de matar oito pessoas em spas e casas de massagem nos arredores de Atlanta tinha como alvo descendentes de asiáticos e cometeu crime de ódio. Ela informou que pedirá a pena de morte contra ele.
O suspeito, Robert Aaron Long, de 22 anos, que é branco, foi formalmente indiciado por acusações de assassinato nesta terça-feira pelas quatro mortes em duas casas de massagem em Atlanta, que abalaram os Estados Unidos em março em meio a uma onda de crimes de ódio anti-asiáticos.
Long já havia sido acusado de assassinato no Condado de Cherokee por outras quatro mortes em um spa, que atacou menos de uma hora antes de agir em Atlanta.
No processo, Willis disse que Long tinha como alvo as quatro vítimas em Atlanta, todas mulheres de ascendência asiática, por causa de sua raça, nacionalidade, sexo e gênero. A promotora não apresentou nenhuma nova evidência sobre a motivação de Long no processo e nem respondeu a um pedido de comentário.
A polícia disse depois dos ataques que Long afirmou aos investigadores que não tinha como alvo as vítimas por causa de sua raça. Em vez disso, ele alegou ter lutado contra o “vício em sexo”, disseram eles. A polícia de Atlanta disse que Long era um cliente das duas empresas de Atlanta, embora não tenham dito que ele ia lá para fazer sexo.
TERRORISMO DOMÉSTICO
Long também foi indiciado por uma acusação de terrorismo doméstico, sob a alegação de que ele pretendia “intimidar a população civil” da Geórgia.
Os crimes foram os primeiros ataque a tiros em grande escala em locais públicos em mais de um ano e alimentaram o medo em muitos americanos de origem asiática, que relatam cada vez mais serem alvos de ações como essa desde o início da pandemia do coronavírus.
Sem prejulgar o resultado da investigação, o presidente democrata, Joe Biden, considerou muito preocupante o aumento da violência contra os americanos de origem asiática desde o início da pandemia.
Todas as mulheres mortas em Atlanta eram funcionárias das empresas de massagem e todas haviam emigrado da Coreia. Elas foram identificadas como Soon Chung Park, de 74 anos; Suncha Kim, de 69; Yong Ae Yue, de 63; e Hyun Jung Grant, de 51.
Willis informou ter entrado com uma notificação no tribunal dizendo que ela buscará penalidades por crimes de ódio se Long for condenado por assassinato. De acordo com a lei da Geórgia, um promotor pode pedir a um júri para determinar se uma pessoa condenada por um crime subjacente também é culpada de um crime de ódio, que acarreta uma pena adicional.
*Estadão com AFP e Washington Post