Em edição do movimento Pela Bahia em Ilhéus, presidente nacional do Democratas ainda falou sobre as potencialidades da região Sul do estado
Fotos: Gilberto Jr
O presidente nacional do Democratas, ACM Neto, afirmou nesta quinta-feira (16), em Ilhéus, que, no caso da segurança pública, está faltando para a Bahia um “governador que chame para si a responsabilidade”, ao comentar sobre os recentes casos de violência no estado, como a morte de dois policiais militares nesta semana. Em mais uma edição do movimento “Pela Bahia”, agora no Sul do estado, Neto disse que não vê o governador Rui Costa (PT) se posicionar sobre questões graves na área da segurança.
Em entrevista à imprensa local, o ex-prefeito de Salvador também falou sobre potencialidades para o desenvolvimento econômico da região Sul da Bahia, ao destacar a cultura cacaueira, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), o Porto Sul, o polo de informática já existente e o turismo da Costa do Cacau. A agenda, que conta com a presença de lideranças locais, deputados estaduais e federais, terá eventos também em Itabuna, Uruçuca e Buerarema.
“As pessoas estão cada vez mais assustadas, mais preocupadas, os bandidos ganhando terreno, os policiais demandando proteção, apoio, incentivo, estímulo. Fica aqui uma palavra minha: sem apoio aos policiais, sem dar toda condição para que a polícia faça o seu trabalho da maneira como tem que ser feito, agindo com investimentos, com inteligência, com ampliação do efetivo, nós não vamos conseguir enfrentar os problemas de segurança pública”, disse.
Para ele, quando acontecem coisas graves, não se vê o governador se pronunciar. “Ao contrário, quando tem alguma coisa que pode dar manchete, que pode dar holofote, ele fala, mas quando é um problema grave que tem que ser justificado a gente não vê ele lá. Aí coloca um secretário, um diretor”, criticou.
Caso seja governador da Bahia, Neto voltou a destacar que a questão da segurança pública vai ser tratada pessoalmente por ele. “Eu não vou deixar que o secretário A, que o secretário B trate do problema sem que tenha a minha participação direta. É o que está faltando no caso da segurança pública, de um governador que chame pra si a responsabilidade, que encare o problema e que trabalhe pessoalmente envolvido no combate aos criminosos, para botar para fora os bandidos da Bahia, e é o que tem que acontecer”, salientou.
Região Sul
ACM Neto destacou que é preciso ter um plano estratégico para a região Sul do estado, considerada por ele com grande potencial de crescimento econômico. Ele acredita que esse plano estratégico deve prever a possibilidade e a perspectiva de uma expansão industrial. Segundo ele, o polo de informática existente na região é gerador de muitos empregos, mas que no futuro pode se desenvolver para um ecossistema de tecnologia para o interior a partir de Ilhéus e da região.
“Tendo uma visão muito mais integrada, não olhando apenas para o lado do hardware, mas também trazendo as startups. A gente fez em Salvador um hub de tecnologia. Temos muitos jovens trabalhando nisso e eu acho que é um horizonte que a gente pode trazer aqui pra região, aproveitando a existência hoje do polo de informática”, afirmou.
ACM Neto pontuou que é preciso ter também um plano estratégico para o turismo. “Aí eu chamo a atenção não apenas para temas que estamos esperando há muito tempo, como muito prometidos e durante 16 anos e não concretizados. A gente sabe a importância por exemplo de um novo aeroporto para Ilhéus, que dê suporte a todo o desenvolvimento da região. Essa visão integrada, que não é apenas de Ilhéus, mas toda a nossa Costa do Cacau, nos remete a uma visão de futuro para falar do ecoturismo, o potencial que a região tem de trabalhar o seu patrimônio natural”, ressaltou.
Ele citou que a cultura cacaueira, que foi fundamental para o desenvolvimento do estado, sofreu um declínio, principalmente em função da vassoura de bruxa. “Hoje nós sabemos que com tecnologia, com suporte técnico, com apoio e qualificação a gente pode trazer novos horizontes”, afirmou.