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Presidente dos Estados Unidos mencionou o país durante seu primeiro discurso ao Congresso norte-americano

O presidente dos EUA, Donald Trump, citou Brasil em discurso no Congresso americano | Foto: Reuters/Kent Nishimura
O presidente dos EUA, Donald Trump, citou Brasil em discurso no Congresso americano | Foto: Reuters/Kent Nishimura

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mencionou o Brasil durante seu primeiro discurso ao Congresso americano, na noite desta terça-feira, 4. 

“Outros países usaram tarifas contra nós por décadas, e agora é a nossa vez de começar a usá-las contra eles”, afirmou. “União Europeia, China, Brasil e Índia, México e Canadá e diversas outras nações cobram tarifas tremendamente mais altas do que cobramos deles.”

No mesmo dia, entrou em vigor a tarifa de 25% sobre produtos do México e do Canadá, além de uma taxação de 20% sobre mercadorias da China. Durante seu discurso, Donald Trump também anunciou que novas tarifas seriam implementadas a partir de 2 de abril.

Segundo análise do jornal O Estado de S. Paulo, embora o Brasil não tenha sido diretamente afetado na primeira rodada de imposição de tarifas, ele pode ser incluído na segunda fase das medidas. Além disso, o país pode ser alvo de tarifas recíprocas, uma vez que Trump tem prometido equiparar a taxação aplicada por outros países aos produtos norte-americanos.

No relatório enviado ao Congresso na segunda-feira 3, em que critica os efeitos da Organização Mundial do Comércio (OMC), o governo norte-americano mencionou diversas vezes o Brasil e suas tentativas de retaliação comercial contra os Estados Unidos.

A divergência entre os dois países envolve a tarifa consolidada média, que é o limite máximo de imposto de importação que um país pode aplicar legalmente a um produto, conforme acordado na Organização Mundial do Comércio (OMC). Esse teto normalmente é mais alto do que as tarifas efetivamente aplicadas.

Já a tarifa de nação mais favorecida (MFN, na sigla em inglês) é a taxa realmente cobrada sobre bens de países sem acordos comerciais preferenciais.

No documento, a Casa Branca argumenta que muitas potências comerciais mantêm tarifas muito acima das aplicadas pelos EUA. O primeiro exemplo citado é o Brasil, que em 2023 possuía uma tarifa consolidada média de 31,4% e aplicava taxa de 11,2%. Já os Estados Unidos possuíam tarifa consolidada média de 3,4% e aplicavam taxa de nação mais favorecida de 3,3%.

Além disso, segundo o relatório do banco Itaú, o Brasil cobra, em média, 11,2% sobre produtos norte-americanos, enquanto os EUA tarifam em apenas 1,5% os itens brasileiros.

No documento, os economistas Igor Barreto Rose e Julia Marasca avaliam que o Brasil pode sofrer impactos caso Trump aplique tarifas universais de 10% ou adote a equiparação tarifária como política.

Tarifas mais altas de Trump podem provocar retaliações

Trump, ao aplicar tarifas mais altas, pode levar a contramedidas de outros países. O relatório do Itaú revela que o Brasil, em uma nova rodada de conflito comercial, não deve colher os mesmos impactos positivos para o comércio brasileiro possíveis durante o primeiro governo de Trump.

Um dos motivos é que a China não deve ter a capacidade de absorver mais de exportações brasileiras de produtos como soja e aço.

O Brasil se consolidou como principal fornecedor de soja para o país, responsável por cerca de 70% da demanda chinesa. O país asiático aumentou as compras em 2018 e 2019, depois da guerra comercial EUA−China.

O presidente dos EUA, Donald Trump, fez primeiro discurso ao Congresso | Foto: Leah Millis/Reuters
O presidente dos EUA, Donald Trump, fez primeiro discurso ao Congresso | Foto: Leah Millis/Reuters

Outro relatório, feito pelo Bradesco, avaliou três cenários possíveis de aplicações de tarifas maiores pelos EUA ao Brasil.

Se for adotada a reciprocidade, a tarifa média norte-americana para produtos brasileiros subiria mais de 9 pontos porcentuais e poderia ocorrer uma redução de cerca de US$ 2 bilhões nas exportações, o que representaria 5% do total vendido pelo país ao exterior.

Caso Trump aumente as tarifas de importação de produtos brasileiros para 25%, assim como faz contra o México e Canadá, o banco estima uma redução de US$ 6,5 bilhões das exportações brasileiras. 

O impacto maior ficaria com os bens intermediários (os mais vendidos para os Estados Unidos) e em combustíveis, uma vez que a diferença é bastante grande entre a tarifa atual, de apenas 0,2%, e a taxa possível de 25%.

Um terceiro cenário contempla retaliação do Brasil às medidas norte-americanas e ampliação de suas tarifas para produtos norte-americanos para 25% também. Como resultado, as importações recuariam cerca de US$ 4,5 bilhões, e haveria repasse para a inflação, com impacto máximo potencial de 0,3 ponto porcentual.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o Brasil registrou um pequeno déficit comercial de US$ 253 milhões com os EUA em 2024. O país exportou US$ 40,33 bilhões e importou US$ 40,58 bilhões.

Os Estados Unidos foram o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. Em 2024, os EUA representaram 12% das exportações brasileiras e 15,5% das importações.

Nos últimos dez anos, o Brasil importou 11,85% a mais dos EUA do que exportou, acumulando um saldo negativo de US$ 40 bilhões.

Apesar de ser um grande parceiro comercial, o Brasil ocupa apenas o nono lugar entre os maiores importadores dos EUA e 18º entre os países que mais exportam para os norte-americanos. O Brasil depende mais do comércio com os EUA do que o contrário.

Enquanto isso, os principais déficits comerciais dos EUA ocorrem com China (US$ 275 bi), México (US$ 150 bi), Vietnã (US$ 100 bi), além de Alemanha, Japão, Irlanda, Canadá e Coreia do Sul.

Já os superávits norte-americanos vêm de Países Baixos, Hong Kong, Emirados Árabes, Austrália, Bélgica, Panamá e Reino Unido.

Se os EUA adotarem tarifas mais altas contra o Brasil, os produtos mais afetados seriam aqueles com maior peso no comércio bilateral, como ferro e aço, aeronaves, materiais de construção e madeira.

Atualmente, 14,3% das exportações brasileiras para os EUA são óleos brutos de petróleo, enquanto produtos semiacabados de aço e ferro representam 8,8%.

Já as importações brasileiras dos EUA incluem máquinas industriais (15,2%), combustíveis (9,7%) e aeronaves (4,9%).

Informações Revista Oeste

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