Casos teriam ocorrido principalmente na África, mas também no México, na Espanha, na América do Sul e nos Estados Unidos
Uma empresa clandestina de manipulação eleitoral nas redes sociais de Israel foi usada para influenciar dezenas de eleições em todo o mundo, principalmente na África, mas também em outros locais, como México, Espanha, América do Sul e Estados Unidos, revelou um grupo de jornalistas investigativos.
A empresa, sem existência legal, chamada de “Team Jorge” pelos jornalistas, seguindo o pseudônimo de um dos seus responsáveis, Tal Hanan, é composta de ex-membros dos serviços de segurança israelenses, segundo informações divulgadas nesta quarta-feira, 15, pela organização francesa Forbidden Stories, que reúne jornalistas de 30 veículos, incluindo Le Monde, Der Spiegel e El Pais.
Três jornalistas do grupo fingiram ser possíveis clientes para coletar informações durante vários meses sobre o “Team Jorge”. A estrutura afirma ter “atuado em 33 campanhas eleitorais em nível presidencial”, disse a seus falsos clientes, segundo a rádio France, onde trabalha um dos repórteres infiltrados.
Das 33 campanhas para as eleições, relatou outro funcionário ouvido pelos jornalistas, “dois terços delas ocorreram na África anglófona e francófona, 27 foram bem-sucedidas”. No México, a empresa teria atuado em favor de Tomás Zerón, ex-funcionário do governo investigado pelo desaparecimento de 43 estudantes em 2014, afirma a organização.
Na Espanha, “Team Jorge” teria influenciado o referendo, não reconhecido pelo governo espanhol, organizado pelos separatistas catalães em 2014, ainda conforme as informações da rádio France.
Posteriormente, Tal Hanan foi procurado pelos jornalistas, mas negou qualquer irregularidade.
Informações Revista Oeste