ÚLTIMAS NOTÍCIAS
Feira de Santana

Ronda Escolar da Guarda Municipal realiza mais de mil operações por ano

Com o objetivo de garantir a segurança de professores e alunos, a ronda escolar da Guarda Municipal de Feira de...
Read More
Feira de Santana

Preço do combustível sofre reajuste em Feira de Santana

A reportagem do Acorda Cidade percorreu alguns postos de combustíveis em Feira de Santana, na manhã desta quarta-feira (20), feriado...
Read More
Polícia

Homem morre após troca de tiros com a polícia no bairro Novo Horizonte

Foto: Ascom da CIPE/Leste Uma operação da CIPE Leste realizada na terça-feira (19), no bairro Novo Horizonte, em Feira de...
Read More
Outros

Bahia encara o Palmeiras e tenta encerrar jejum de triunfos de olho em vaga na Libertadores

Esperança do Esquadrão, Everton Ribeiro (foto) foi escalado entre os titulares que entrarão em campo às 18h (de Brasília), na...
Read More
Mundo

Sob ameaça de ataque aéreo, Estados Unidos mandam fechar embaixada na Ucrânia

Cidadãos norte-americanos estão em alerta; eles foram orientados a buscar abrigos Embaixada dos Estados Unidos em Kiev, na Ucrânia, vai...
Read More
Brasil Economia

Acordo entre governo e Defesa prevê corte de gastos na previdência militar

Medida faz parte de ações do Ministério da Fazenda, na tentativa de equilibrar as contas públicas e adequar-se ao arcabouço...
Read More
Brasil

Potencial vítima e juiz ao mesmo tempo, Moraes cita seu nome 44 vezes em decisão

A investigação aponta um suposto plano de assassinato contra o ministro do STF, o presidente e o vice-presidente da República...
Read More
Bahia

‘Justiça foi feita’, diz Tiago Correia após vitória de Sheila Lemos no TSE

O deputado estadual Tiago Correia (PSDB) celebrou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que deferiu a candidatura de Sheila...
Read More
Feira de Santana

Comércio do centro de Feira de Santana estará fechado nesta quarta-feira (20), Dia da Consciência Negra

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade Conforme o Acorda Cidade divulgou, ainda no mês de outubro, o comércio do centro da cidade...
Read More
Polícia

Corpo de homem é encontrado no bairro Conceição em Feira de Santana 

Foto: Redes Sociais O corpo de um homem foi encontrado na tarde desta terça-feira (19) em Feira de Santana. A...
Read More
{"dots":"false","arrows":"true","autoplay":"true","autoplay_interval":3000,"speed":600,"loop":"true","design":"design-2"}

Como já era esperado, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou por 69 a 0, em sessão virtual nesta quarta-feira, 10, o procedimento de impeachment do governador Wilson Witzel (PSC). O presidente da Casa, André Ceciliano (PT), poderia decidir pela continuidade ou não monocraticamente, mas preferiu encaminhar o caso ao plenário. Parlamentares presos na Furna da Onça, que, recentemente, retomaram os mandatos, foram a favor do afastamento de Witzel. A atual gestão estadual foi alvo de três operações contra corrupção: Mercadores do Caos, Favorito e Placebo, todas apuram irregularidades em contratos sem licitação. Witzel e a primeira-dama, Helena, são investigados pela Procuradoria-Geral da república (PGR). Diante da crise, a Alerj acumulou 13 pedidos para retirar o ex-juiz federal do cargo.

VEJA apurou que a gota d’água para antecipar a decisão de abertura do impeachment ocorreu, na verdade, segundo os parlamentares nos bastidores, por causa da informação de que o advogado Lucas Tristão, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais, continuou com a produção de dossiês contra os políticos da Alerj mesmo depois de deixar o cargo. Desta vez, de acordo com deputados, o material clandestino também teria incluído o vice-governador Cláudio Castro (PSC). A primeira denúncia de grampos ilegais surgiu em fevereiro, azedando de vez a relação do Palácio Guanabara com a Alerj. Tristão sempre negou. Ele é amigo do empresário Mário Peixoto, preso na Operação Favorito por suspeita de participação no esquema criminoso na área da Saúde envolvendo a construção de hospitais de campanha para pacientes com Covid-19.

O próximo passo, agora, será formar uma Comissão Processante com um deputado de cada partido. Em seguida, ela terá 48 horas para eleger um presidente e o relator do caso. A partir daí, o governador Wilson Witzel será notificado e terá até 10 sessões para apresentar a sua defesa. Feito isso, a comissão terá mais cinco sessões para preparar e apresentar o relatório final. Só então o documento volta a ser apreciado no plenário, precisando de pelo menos 36 votos a favor para ser aprovado.

Caso os deputados confirmem o impeachment após todo esse rito, o governador, inicialmente, ficará afastado por 180 dias. Neste período, será criado o chamado Tribunal Processante, com cinco deputados, cinco desembargadores sorteados e mais o presidente do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), Cláudio de Mello Tavares. Será este grupo que determinará ou não a cassação definitiva de Witzel.

Dos 70 deputados, apenas Rosenverg Reis (MDB) não votou. André Ceciliano comandou a sessão e foi o maior vencedor da briga política. O petista foi quem denunciou publicamente Lucas Tristão em relação aos dossiês e aos grampos telefônicos ilegais. “Não faremos juízo de valor (de Witzel)”, disse Ceciliano em sua rápida justificativa pelo voto a favor do impeachment. Nos pronunciamentos, parlamentares destacaram ser “um dia triste” para o Rio de Janeiro. Mas destacaram que a medida não é um pré-julgamento do governador. A maioria reclamou, principalmente, da falta de diálogo com Witzel e de experiência administrativa do ex-juiz federal eleito em 2018 na chamada “onda Bolsonaro”.

“Falta preparo. Os deputados acompanhavam o governador e levavam cotoveladas dos seguranças”, lembrou Anderson Alexandre (Solidariedade) ao votar pelo afastamento. “Nunca acreditei neste governo. Pelo amor de Deus! Meu voto é sim”, afirmou Bebeto (Podemos), ex-jogador de futebol. “A situação é trágica. Está ingovernável”, completou Carlos Minc (PSB).

“Passei por um momento dolorido. Não desejo isso a ninguém. Eu disse isso ao governador: vou agir em cima dos autos do processo. Por isso, eu voto a favor”, declarou André Corrêa (DEM), preso na Furna da Onça. Chiquinho da Mangueira, do PSC, partido de Witzel, Marcos Abrahão (Avante), Luiz Martins (PDT) e Marcus Vinícius Neskau (PTB), também presos na mesma operação, votaram pelo impeachment do governador.

Com a carreira marcada pela parceria política com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB), preso na Lava-Jato, Fábio Silva (DEM) acusou o Palácio Guanabara de ter “fantasmas”, sem explicar sobre o que se referia. “O Witzel roubou? Deixou roubar?”, questionou Silva antes de votar pelo impeachment. Flávio Serafini (PSOL) criticou Witzel na área da Segurança Pública e no combate à pandemia do coronavírus. “O Tribunal de Contas do Estado reprovou as suas contas. Tem que se explicar no parlamento e para a sociedade”, ressaltou Serafini. “Montou-se uma verdadeira quadrilha. Pessoas morrendo nos hospitais. Compraram ventiladores e não respiradores. Não tem explicação. Falta total de gestão”, acusou Lucinha (PSDB) autora de três dos 13 pedidos de impeachment em parceria com Luiz Paulo. “Corrupção em pandemia é crime contra a humanidade”, destacou o também deputado tucano.

Nos bastidores, Witzel teme ser preso pela Polícia Federal, além de ser cassado pela Alerj. Por isso, tomou duas medidas emergenciais: evitar críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ex-aliado e atual adversário, e oferecer cargos no governo para deputados. A estratégia, no entanto, não tem surtido efeito favorável e a crise política do ex-juiz federal se agravou. Nos últimos anos, cinco ex-governadores que foram eleitos no Rio e estão vivos já foram presos: Moreira Franco, Anthony Garotinho, Rosinha Matheus, Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão. Todos respondem em liberdade, menos Cabral, preso em Bangu 8 desde novembro de 2016.

Procurado por VEJA, Witzel divulgou a seguinte nota:

“Recebo com espírito democrático e resiliência a notícia do início da tramitação do processo de impeachment pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.

Estou absolutamente tranquilo sobre a minha inocência. Fui eleito tendo como pilar o combate à corrupção e não abandonei em nenhum momento essa bandeira. E é isso que, humildemente, irei demonstrar para as senhoras deputadas e senhores deputados.

Como bem ressaltaram o presidente da Alerj, André Ceciliano, e a maioria dos parlamentares, terei direito à ampla defesa e tenho certeza absoluta de que poderei demonstrar que nosso governo não teve tolerância com as irregularidades elencadas no processo que será julgado.

Vou seguir nas minhas funções como governador e me preparar para a minha defesa. Tenho certeza que os parlamentares julgarão os fatos como eles verdadeiramente são”.

Comente pelo facebook:
Comente pelo Blog: