A deputada estadual Rosa Amorim (PT-PE), conhecida em Pernambuco como “Rosa do MST”, chamou o ditador Nicolás Maduro de “presidente” durante uma viagem à Venezuela no último final de semana.
Ela afirmou que levou a ele o “carinho” do povo brasileiro. O gesto ocorreu na XI Cúpula Extraordinária da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba-TCP), que inclui países como Venezuela, Nicarágua e Cuba.
Em um vídeo postado em uma rede social, Rosa declarou: “Presidente, é uma alegria encontrá-lo, trago o carinho dos brasileiros”. A deputada ainda elogiou Maduro por conduzir um “processo revolucionário pautado na soberania e participação popular” desde a morte de Hugo Chávez em 2013.
Não houve comentários sobre repressão política que o regime impõe à oposição liderada por María Corina Machado desde a eleição de 28 de julho.
“Mesmo com os ataques incessantes dos Estados Unidos, da mídia burguesa e do capital internacional com vistas à exploração do petróleo venezuelano, Maduro e o povo resistem e constroem uma experiência política única, pautada num novo projeto de sociedade”, acrescentou Rosa, em vídeo. “Viva Maduro e viva a revolução bolivariana [sic].”
A postura de Rosa Amorim reflete a do PT, que reconheceu a vitória de Maduro logo depois da proclamação dos resultados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, controlado pelo regime chavista.
Durante a sessão plenária nesta terça-feira, 27, o deputado Renato Antunes (PL) criticou a viagem de Rosa, feita durante uma licença cultural entre os dias 23 e 26 de agosto.
“Carinho de que brasileiro? Talvez de meia dúzia, do bando que anda com ela invadindo terra em Pernambuco”, disse. “Porque eu tenho certeza que a fala dela não representa o sentimento do Brasil. Não podemos aceitar um governo autoritário e achar isso normal. Não podemos aceitar um governo que mata opositores.”
Antunes, mesmo sendo da oposição ao governo federal, disse que a fala de Rosa não representa nem mesmo a esquerda brasileira, que ele considera mais equilibrada e com posturas divergentes, mas não insensatas. Rosa Amorim continua na Venezuela e não respondeu às críticas.
Ao perguntar sobre Pernambuco, Rosa ignorou que a Refinaria Abreu e Lima, localizada no Estado, teve a Venezuela como sócia e foi o pivô da Operação Lava Jato.
No vídeo, Maduro respondeu que conhece Pernambuco e o Brasil, descrevendo-os como “muito belos”.
Informações Revista Oeste