Após uma interrupção de três meses, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) retomou o projeto de pesquisa em que os cientistas liberam mosquitos Aedes aegypti contaminados com a bactéria Wolbachia, que tem capacidade de impedir a transmissão de doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana. O programa havia sido paralisado em decorrência da pandemia do novo coronavírus, e foi retomado nesta segunda-feira (22).
Os mosquitos são liberados em bairros da zona norte do Rio de Janeiro. O líder do Método Wolbachia no Brasil, Luciano Moreira, revela que essas doenças, chamadas de arboviroses, não deixaram de circular no país durante a pandemia e, por isso, é importante retomar o projeto.
O método está em pesquisa e é aplicado no Rio de Janeiro deste o ano de 2015.
Reportagem da Agência Brasil explica que a liberação dos mosquitos será feita durante 16 semanas, mas o monitoramento da população de mosquitos infectados com a bactéria permanece suspensa, já que exige a interação dos técnicos da pesquisa com os moradores e comerciantes voluntários que instalaram as armadilhas em suas residências ou lojas.
Nova epidemia – Pesquisadores identificaram uma nova linhagem do vírus da zika em circulação pelo Brasil. A constatação foi feita por profissionais da Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), da Fiocruz Bahia Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
A descoberta foi feita a partir de uma ferramenta que monitora as sequências genéticas do vírus. Conforme reportagem do G1, os pesquisadores detectaram, pela primeira vez no país, um tipo africano dele, com potencial de originar uma nova epidemia.
Um dos líderes do estudo, Artur Queiroz, destaca dois dados que indicam que a linhagem circulou pelo Brasil em 2019. O primeiro é o fato de que ela foi encontrada em dois estados distantes entre si, no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro. E o segundo é que os hospedeiros que “abrigavam” os vírus eram diferentes: um mosquito “primo” do Aedes aegypt, chamado Aedes albopictus, e uma espécie de macaco.
A descoberta foi publicada no início de junho, no periódico “International Journal of Infectious Diseases”.
Folhapress*