A delegada Barbara Lomba, responsável pelas investigações iniciais do assassinato do pastor Anderson do Carmo, em junho do ano passado, declarou na audiência desta sexta-feira (13) que “havia relações sexuais” entre diversos membros da família de Flordelis e Anderson, que incluíam também o próprio casal.
– Havia relações entre todos ali. Flordelis não se relacionava só com o Anderson e o Anderson não se relacionava só com ela (Flordelis) – disse Lomba ao apontar o que havia chamado a atenção dela na dinâmica familiar do grupo. Ela foi ouvida como testemunha de acusação.
Em outro momento, a delegada disse que Flávio dos Santos, filho biológico de Flordelis e acusado de efetuar os disparos contra Anderson, “se disse revoltado com as relações que viu na casa”.
– As relações eram baseadas na mentira. Estabeleceu-se uma lógica de relação familiar baseada em estratégia e fachadas tinham que ser montadas. Muitas coisas que aconteciam na casa não poderiam aparecer – declarou.
A delegada definiu ainda que o casamento de Flordelis e Anderson era mais de “fachada” do que de verdade. Segundo ela, Flordelis “escolheu” Anderson porque era o mais preparado para a função.
– Não vou dizer que não havia casamento, mas aquilo que era pregado na igreja, não era – apontou. Lomba disse ainda que “ninguém faria o que fez sem conhecimento da Flordelis”.
Já o delegado Allan Duarte, responsável pela segunda fase das investigações, endossou a fala da colega sobre a influência de Flordelis na casa e a dinâmica de fachada da família.
– Eles (Flordelis e Anderson) se apresentavam como um casal amoroso para a sociedade, mas às escuras era totalmente diferente – disse ele.
A deputada federal Flordelis participou nesta sexta-feira (13) de uma audiência na Vara Criminal de Niterói. A sessão também contou com a participação de outros acusados: sete filhos de Flordelis, uma neta da parlamentar, além de um policial militar e sua esposa.