Pela 1ª vez, SP não tem nenhuma região crítica
Pela primeira vez, nenhuma região do Estado de São Paulo está na fase vermelha, a mais restritiva, do plano de reabertura da pandemia de Covid-19. Todas as 17 regiões administrativas estão nas fases amarela ou laranja do plano, que permitem a retomada de serviços e atividades econômicas. Segundo o governo paulista, na última semana houve queda no número de casos, mortes e internações em todo o estado.
– A pandemia começa a deixar São Paulo. O estado começou a sair do platô, mas ainda é preciso cautela e não podemos descuidar – disse o vice-governador Rodrigo Garcia.
Patrícia Ellen, secretária de Desenvolvimento Econômico, destacou que a classificação desta sexta (21) é a que coloca o estado em situação mais homogênea de controle da pandemia.
– Nós havíamos registrado um avanço da doença da capital para o interior, mas agora há uma estabilização e um controle em todo o nosso território – disse.
Com a nova classificação, 88% da população paulista está em regiões na fase amarela (a terceira para a reabertura do comércio e atividades). A inclusão nessa fase exige que a ocupação de leitos de UTI da região esteja abaixo de 80%.
Apesar do avanço, duas regiões tiveram piora na classificação: Marília e São João da Boa Vista regrediram da fase amarela para a laranja.
O vice-governador também anunciou que São Paulo vai ampliar a testagem para o novo coronavírus. Hoje, o estado tem feito cerca de 40 mil testes diários –uma média de 86 testes para cada 100 mil habitantes.
Ele não informou a meta de testes diários que pretende alcançar com a ampliação, mas disse que fará um inquérito sorológico (para ver a presença de anticorpos contra a Covid-19) entre alunos e professores da rede estadual de todas as regiões para planejar a retomada das aulas presenciais.
A previsão de número de testes na comunidade escolar e o prazo para conclusão desse inquérito não foram informados. A previsão do governo João Doria (PSDB) é de que as aulas sejam retomadas em 7 de outubro.
– Esse inquérito vai nos permitir identificar e acompanhar a evolução do controle da pandemia. Vai nos dar as informações necessárias para a preparação da volta às aulas de 3,5 milhões de alunos e 240 mil professores apenas na rede estadual – disse Garcia.
Apesar do plano anunciado pelo governador para a reabertura das escolas, diversos municípios paulistas já informaram que não devem seguir o planejamento de retomar as atividades presenciais, como anunciou o prefeito Bruno Covas.
– Nossa premissa sempre foi a de voltarmos com as aulas presenciais em conjunto, escolas estaduais, municipais e particulares. Mas é claro que vamos respeitar a autonomia das prefeituras – disse Rossieli Soares, secretário de Educação.
OMS fala em estabilização e queda no BR
Nesta sexta-feira (21), o diretor de emergências da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan, disse que a Covid-19 no Brasil se estabilizou. Ele deu declarações durante uma entrevista coletiva e afirmou ainda que alguns locais do país apresentam tendência de queda.
– Há uma tendência de queda no Brasil, mas são necessárias mais ações para reduzir essa taxa de transmissão. Quando países como o Brasil, EUA e Índia controlam a doença, contribuem para o planeta – observou.
Ryan também elogiou o sistema de saúde e os profissionais da área, que têm conseguido garantir atendimento à população. Apesar de admitir que a situação parece estar melhorando, ele disse que o número de mortes ainda está alto.
– Mas ainda há um número muito alto de casos e mortes por dia. Em algumas áreas a quantidade de diagnósticos está diminuindo, mas é um período difícil no Brasil, e é preciso lidar com força e dedicação. A situação parece estar melhorando – disse.
O diretor afirmou ainda que a vacina contra o novo coronavírus não resolverá o problema. Ele defendeu que esforços de prevenção, como distanciamento social e higienização das mãos, precisam continuar, a fim de que as transmissões diminuam.
Folhapress*