O príncipe Charles, futuro rei da Inglaterra, recebeu uma mala de dinheiro com um montante equivalente a 1 milhão de euros (cerca de R$ 5,54 milhões), oferecida pelo ex-primeiro ministro do Catar, Hamad bin Jassim. A informação foi divulgada pelo jornal Sunday Times, neste domingo (26/6).
Segundo a reportagem, esta foi a terceira contribuição em dinheiro do antigo premiê ao filho da rainha Elizabeth II. Juntas, as doações somam o equivalente a 3 milhões de euros (R$ 16,6 milhões). Instituições filantrópicas de Charles estão na mira das autoridades após suspeita de recebimento de doações em troca de concessão de títulos honoríficos concedidos pela Coroa.
A assessoria de imprensa do príncipe informou à publicação que as doações foram repassadas “imediatamente” para uma das instituições de caridade apoiadas pela Prince of Wales’s Charitable Fund, instituição de caridade de Charles, e ressaltou que “todos os processos adequados foram seguidos”.
Não há indícios claros de irregularidades. Em nota, a instituição de caridade afirma que a doação é legítima e que os auditores da organização aprovaram a doação.
Segundo o Sunday Times, o príncipe Charles compareceu pessoalmente para receber as três doações em dinheiro do ex-primeiro ministro do Catar, entregues entre 2011 e 2015.
Desta vez, o montante foi entregue em uma mala. Nas outras duas ocasiões, esteve contido em uma bolsa e em uma sacola da loja de departamentos Fortnum and Mason.
As instituições de caridade do príncipe Charles estão sob os holofotes há alguns meses. Em fevereiro, a polícia metropolitana de Londres anunciou que abriu uma investigação para apurar suspeitas de que a The Prince’s Foundation teria recebido altas quantias de dinheiro em troca de honrarias e concessões de cidadania britânica.
Nas denúncias, um bilionário saudita teria oferecido dinheiro em troca de cidadania e uma condecoração do Reino Unido.
À época, a assessoria do herdeiro do trono defendeu que: “O Príncipe de Gales não tinha conhecimento da suposta oferta de honras ou cidadania britânica com base na doação para suas instituições de caridade”. Também procurado, um porta-voz da The Prince’s Foundation disse: “Seria inapropriado comentar sobre uma investigação em andamento”.
Após a investigação, a polícia concluiu que não havia evidências de que os administradores da fundação estivessem cientes do ocorrido.
Créditos: Metrópoles.