Nesta segunda-feira, 18 de março de 2024, o senador e líder do PP, Ciro Nogueira (PI), expressou críticas em relação ao testemunho de militares à Polícia Federal, que está conduzindo uma investigação sobre uma alegada tentativa de golpe de Estado. Durante o depoimento, o ex-comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, declarou que o plano teria sido proposto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“É possível acreditar em quem bateria continência para o vencedor com a mesma firmeza com que bate em retirada do derrotado? Está absolutamente provado que há um criminoso inconteste. Ou o criminoso que cometeu prevaricação ao não denunciar ao país o ‘golpe’ ou o caluniador que o denuncia hoje, não tendo ocorrido”, escreveu o congressista. Deu a declaração em seu perfil no X (antigo Twitter).
Na postagem, Nogueira não citou nominalmente nenhum militar, mas disse que “2 chefes (?) de Forças Militares testemunham um golpe de Estado e não fizeram nada”. A declaração é em referência aos depoimentos de militares à PF que relatam o suposto plano de Bolsonaro. As oitivas tiveram o sigilo levantado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), na 6ª (15.mar).
O ex-comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, afirmou à corporação que o ex-presidente propôs a implementação de medidas como a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), estado de defesa e estado de sítio em reuniões com o núcleo do governo e das Forças Armadas após o segundo turno das eleições de 2022, com o objetivo de “reverter o processo eleitoral”.
De acordo com o testemunho do ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior, dado à Polícia Federal, seu colega Freire Gomes teria sido informado do plano e, caso concordasse, teria ameaçado prender Bolsonaro se este tomasse medidas extremas. O ex-chefe da Força Aérea Brasileira afirmou que o plano teria sido executado se Freire Gomes tivesse concordado.
“O general mais importante do país, tão cioso da democracia, em dezembro de 2022, sairia de qualquer reunião imprópria, denunciaria qualquer conluio e teria absoluto apoio da sociedade brasileira. Borrar-se agora porque não pode fazer as continências que faria é uma vergonha inominável. Todos os militares têm o dever de honrar sua farda. Alguns deveriam ter ainda mais compromisso em honrar seus pijamas”, escreveu Ciro Nogueira no X.
Com informações de Poder 360