O governo do presidente Luiz Inácio Lula Silva emprestou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para que o chanceler do governo de Vladimir Putin viajasse do Rio de Janeiro a Brasília para se reunir com o petista.
O chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, estava no Rio para a reunião de ministros de Relações Exteriores do G20 e pretendia ir à capital federal em uma aeronave oficial do governo russo, mas havia um problema de abastecimento causado por sanções ao governo russo.
A empresa responsável pelo combustível em Brasília estava impedida de abastecer a aeronave russa em razão de sanções impostas pelos Estados Unidos à Rússia pela invasão da Ucrânia, informou a Folha de S.Paulo.
Para driblar as sanções norte-americanas, o governo Lula disponibilizou a aeronave da FAB. Do Rio, disseram fontes à Folha, o avião oficial de Lavrov tinha combustível suficiente para chegar ao seu próximo destino internacional, o Marrocos.
Lavrov comentou as dificuldades de abastecimento da sua aeronave em declarações a jornalistas russos que o acompanhavam no Rio. “Acontece que aqui no Brasil praticamente não existem empresas que abastecem aeronaves que não sejam de propriedade de corporações ocidentais. Mas quero destacar a atuação dos anfitriões brasileiros, que fizeram de tudo para resolver essa questão”, disse o chanceler de Vladimir Putin, segundo a agência russa de notícias Sputnik.
Na reunião, que ocorreu na noite de quinta-feira 22 no Palácio do Alvorada, Lula confirmou a Lavrov que vai à Rússia para participar da reunião do Brics, em outubro.
Essa foi a segunda vez que Lula recebeu Lavrov para uma audiência no Palácio da Alvorada. Em abril do ano passado, o diplomata russo fez uma viagem oficial ao Brasil, onde também se reuniu com o chanceler Mauro Vieira.
Lula tem se mostrado um aliado de primeira linha de Putin. Ainda antes das eleições, em 2022, o petista afirmou que o presidente da Ucrânia,Volodymyr Zelensky, era “tão responsável” pela guerra na Europa quanto o presidente Vladimir Putin.
Depois, em abril do ano passado, voltou a relativizar as responsabilidades sobre o conflito. “Eu penso que a construção da guerra foi mais fácil do que será a saída da guerra”, contou Lula. “Porque a decisão da guerra foi tomada por dois países. E, agora, o que nós estamos tentando construir? Um grupo de países que não têm nenhum envolvimento com a guerra.”
Lula também disse que a Rússia não pode ficar com o terreno da Ucrânia ocupado durante a invasão no país europeu, mas que Zelensky “não pode também ter tudo o que ele pensa que vai querer”. Em outro momento, Lula cobrou os EUA que parassem de “incentivar a guerra”, em referência ao fornecimento de armas a Kiev, e começassem “a falar em paz”.
Informações Revista Oeste