Plataformas serão responsáveis por implementar essa restrição de idade e enfrentarão multas significativas caso não adotem a medida — Foto: Christian Wiediger / Unsplash
A Austrália proibirá por lei o acesso de menores de 16 anos às redes sociais, anunciou nesta quinta-feira (7) o primeiro-ministro Anthony Albanese, prometendo agir contra empresas de tecnologia que não protejam adequadamente os jovens usuários.
Plataformas como Facebook, TikTok e Instagram serão responsáveis por implementar essa restrição de idade e enfrentarão multas significativas caso não adotem a medida, advertiu o líder de centro-esquerda.
O governo australiano já havia manifestado neste ano sua intenção de restringir o acesso de menores às redes sociais, mas ainda não tinha estabelecido uma idade específica.
A futura lei “é para mães e pais. As redes sociais estão realmente prejudicando as crianças, e eu vou acabar com isso”, declarou Albanese à imprensa.
“A responsabilidade não será dos pais ou dos jovens. Não haverá sanções para os usuários”, esclareceu.
O projeto, que conta com o apoio dos dois principais partidos australianos, será apresentado esta semana aos líderes regionais e territoriais e será submetido ao Parlamento no final de novembro.
Uma vez aprovada, as plataformas tecnológicas terão um ano para estudar como implementar a restrição.
Albanese argumentou que os algoritmos dessas redes oferecem conteúdos perturbadores a crianças e adolescentes, que são altamente influenciáveis.
“Recebo conteúdos no sistema que não quero ver. Imagine um jovem vulnerável de 14 anos”, afirmou. “As meninas veem imagens de certos tipos de corpos que têm um impacto real”, acrescentou.
O primeiro-ministro explicou que estabeleceram a idade em 16 anos após uma série de verificações durante testes conduzidos pelo governo.
A iniciativa levanta dúvidas entre especialistas quanto à viabilidade prática de implementar uma restrição de idade tão rigorosa.
“Já sabemos que os métodos atuais de verificação de idade não são confiáveis, muito fáceis de burlar ou comprometem a privacidade do usuário”, comentou Toby Murray, pesquisador da Universidade de Melbourne.
A Meta, empresa matriz do Facebook e do Instragram, afirmou que “respeitará qualquer limitação de idade que o governo pretenda adotar”.
Contudo, a diretora de segurança da empresa, Antigone Davis, advertiu que esse tipo de lei “corre o risco de nos fazer sentir melhor, como se estivéssemos adotando ações, mas os adolescentes e os pais não estarão em um lugar melhor”.
A rede social Snapchat recordou um comunicado da entidade patronal DIGI que alerta que a proibição poderia impedir o acesso dos adolescentes “a apoio de saúde mental”.
O projeto do governo prevê algumas exceções para plataformas como o YouTube, que estudantes podem precisar utilizar para deveres de casa ou outras razões.
A Austrália está na vanguarda dos esforços globais para controlar os conteúdos nas redes sociais.
O governo introduziu uma lei para “combater a desinformação” neste ano, que concede amplos poderes para multar gigantes da tecnologia que não cumpram suas obrigações de segurança online.
O organismo regulador da internet na Austrália está em uma batalha contra a rede social X de Elon Musk, a qual acusa de não fazer o suficiente para remover conteúdo prejudicial.
Informações G1/France Press
Israel comunicou oficialmente a Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o fim do acordo com a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA). O acordo estava em vigor desde 1967. A informação foi divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores do país nesta segunda-feira, 4.
Em outubro, o Parlamento israelense aprovou uma lei que impede a operação da UNRWA em Israel. Essa legislação proíbe a cooperação com a entidade, que fornece assistência a milhões de palestinos na Cisjordânia e em Gaza.
Israel critica a UNRWA, criada depois da guerra de 1948, acusando-a de parcialidade contra Israel e de manter os palestinos como refugiados permanentes. Desde o início do conflito em Gaza, Israel alega que o Hamas infiltra a UNRWA no território.
A nova legislação gerou preocupações na ONU e entre aliados ocidentais de Israel. Eles temem o agravamento da situação em Gaza, onde Israel luta contra o Hamas há um ano.
O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, disse que, mesmo com provas da infiltração do Hamas na UNRWA, a organização internacional não agiu para mudar o cenário.
A lei não proíbe diretamente as operações da UNRWA na Cisjordânia nem em Gaza. No entanto, dificultará suas atividades nessas regiões.
O Ministério das Relações Exteriores do país informou que expandirá as atividades de outras organizações internacionais. O órgão explicou que fará “preparativos para encerrar a conexão com a UNRWA e aumentar alternativas à UNRWA”.
Informações Revista Oeste
A ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, deixou o cargo nesta quarta-feira, 30. Isso ocorreu depois de o presidente Javier Milei pedir a renúncia da chanceler, que votou contra o embargo dos Estados Unidos e outros países do Ocidente contra Cuba, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
O porta-voz da Presidência confirmou, em publicação no Twitter/X, que Gerardo Werthein, atual embaixador em Washington, é o novo chanceler da Argentina.
O texto da ONU pedia “pelo fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba”. O governo da ilha apresentou a proposta hoje.
Além dos EUA, Israel votou contra a proposição, enquanto a Moldávia se absteve. Os outros 187 países integrantes da assembleia votaram a favor.
A congressista norte-americana Maria Elvira Salazar, do Partido Republicano, conversou com Javier Milei sobre a assembleia. O presidente argentino, segundo ela, definiu o voto do país como “uma traição à Argentina”.
Em concordância, a conta oficial do gabinete presidencial argentino publicou no Twitter/X que o país “atravessa um período de mudanças profundas, e esta nova etapa exige que nosso corpo diplomático reflita em cada decisão os valores de liberdade, soberania e direitos individuais que caracterizam as democracias ocidentais”.
Neste sentido, prossegue o comunicado, o governo “se opõe categoricamente à ditadura cubana e se manterá firme na promoção de uma política exterior que condene a todos os regimes que perpetuam a violação dos direitos humanos e as liberdades individuais”.
O Poder Executivo do país vai começar uma auditoria dos funcionários de carreira da chancelaria, com o objetivo de identificar apoiadores de “agendas inimigas da liberdade”, conclui o documento.
Informações Revista Oeste
O “alisamento brasileiro”, popular entre mulheres que buscam um efeito liso e duradouro nos cabelos, tem sido alvo de preocupações crescentes na França. Em 2024, foram relatados casos de intoxicação renal possivelmente associados ao uso do ácido glioxílico, uma substância comum nesses tratamentos. As autoridades francesas reagiram rápida e efetivamente diante dos eventos reportados.
Quatro mulheres, com idades entre 28 e 42 anos, apresentaram sintomas preocupantes de saúde, incluindo vômitos, diarreia, febre e dores nas costas. Esses sintomas, segundo análises do Ministério da Saúde da França e da Agência Nacional de Segurança Sanitária (Anses), indicam uma provável intoxicação renal ligada ao uso de produtos de alisamento que contêm ácido glioxílico.
O ácido glioxílico, usado para alisar os cabelos, se transforma no organismo em substâncias que podem prejudicar os rins. Estudos recentes, entre eles uma pesquisa francesa de março, mostraram essa transformação em cristais de oxalato de cálcio, que interferem na função renal. Esse achado levou a Academia Francesa de Medicina a alertar profissionais de saúde e salões de beleza sobre os riscos envolvidos.
O potencial nocivo do ácido glioxílico não se limita à França. Sandrine Charles, da Anses, relatou casos semelhantes em Israel e Suíça, reforçando a necessidade de adequação das regulações sobre o uso da substância em produtos cosméticos na Europa e em outras partes do mundo.
O alisamento capilar, especialmente o “alisamento brasileiro”, tornou-se uma prática comum, oferecendo cabelos lisos por um longo período. No entanto, os recentes casos de saúde ligados ao ácido glioxílico levantam questões sobre a segurança de tais tratamentos. Os riscos relacionados envolvem probabilidade de intoxicação e potencial mercúrio no bem-estar geral dos usuários.
O alerta sobre o alisamento menciona a necessidade de cautela, especialmente entre os jovens, como frisou Juliette Bloch, da Anses, destacando a possibilidade de muitos outros casos passarem despercebidos devido à popularidade do método. A precaução é crucial, dado o uso disseminado disto por pessoas com diferentes tipos de cabelo.
Com estas ações, as pessoas podem reduzir os riscos e garantir que a escolha estética não comprometa sua saúde. A conscientização e o cuidado são caminhos essenciais para minimizar problemas futuros associados aos tratamentos capilares.
Informações TBN
A China mobilizou 19 aviões militares, incluindo caças Su-30, e navios de guerra em uma “patrulha de combate” ao redor de Taiwan neste domingo, 27. O Ministério da Defesa de Taiwan informou que as aeronaves sobrevoaram o espaço aéreo ao norte, centro, sudoeste e leste da ilha.
Pequim reivindica Taiwan como parte de seu território. “O Exército taiwanês acompanhou de perto a situação por meio de sistemas conjuntos de inteligência, vigilância e reconhecimento, e deslocou aviões, navios de guerra e sistemas de mísseis terrestres como resposta adequada”, declarou o ministério.
No sábado 26, a China criticou o recente envio de armas dos Estados Unidos para Taipé. Pequim ameaçou tomar “todas as medidas necessárias” para defender a soberania sobre o território que considera seu.
O pacote aprovado pelos Estados Unidos na sexta-feira 25, é avaliado em US$ 2 bilhões. Inclui sistemas avançados de mísseis de defesa aérea e radares, gerando descontentamento em Pequim.
O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que a venda “viola gravemente a soberania e os interesses de segurança da China, prejudica as relações entre China e EUA e ameaça a paz e a estabilidade” no estreito de Taiwan.
Embora os EUA não reconheçam oficialmente Taiwan em nível diplomático, são o principal fornecedor de armas para a ilha, causando tensão com Pequim.
“Em face das ameaças da China, Taiwan tem o dever de proteger sua pátria e continuará a demonstrar sua determinação em se defender”, declarou a chancelaria taiwanesa no sábado, justificando o pacote de armas.
Nos últimos cinco anos, Pequim intensificou atividades militares ao redor de Taiwan, incluindo o envio frequente de aviões, drones e navios de guerra.
Duas semanas atrás, as Forças Armadas chinesas simularam um cerco militar a Taiwan depois de o presidente Lai Ching-te afirmar em um discurso anual que não há relação de subordinação entre Pequim e Taipé.
Informações Revista Oeste
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste domingo, 27, que os recentes ataques de Tel-Aviv prejudicaram fortemente as capacidades defensivas do Irã, sem especificar os alvos atingidos.
Netanyahu comentou pela primeira vez os ataques, ao enfatizar que Israel prometeu responder de forma contundente ao lançamento de mísseis balísticos pelo Irã no começo deste mês.
“Nas primeiras horas da manhã de sábado, mantivemos nossa promessa e danificamos severamente a capacidade de defesa do Irã e sua capacidade de produzir mísseis disparados contra nós”, disse o premiê. “Ontem batemos na cabeça do polvo. Ao povo do Irã digo: nossa luta é contra um regime tirânico que ameaça toda a região. Quem nos machuca, nós os machucamos.”
O primeiro-ministro agradeceu aos Estados Unidos pela coordenação e pela assistência nos ataques realizados pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) ao Irã. Ele ressaltou que o ataque atingiu todos os objetivos de Israel.
Autoridades da administração Joe Biden afirmaram que os EUA não participaram diretamente do ataque, mas foram consultados sobre a contraofensiva israelense.
De acordo com informações do Irã, Israel atacou instalações militares em todo o país na manhã do sábado 26, o que causou “danos limitados” em algumas áreas.
A agência de notícias estatal IRNA relatou que Israel atacou partes de centros militares nas Províncias de Teerã, Khuzestan e Ilam. Esses ataques foram interceptados, segundo o Irã.
Informações Revista Oeste
Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu aparece reunido com militares enquanto Israel ataca o Irã, em 26 de outubro de 2024 — Foto: Governo de Israel
Forças de Defesa de Israel afirmaram que conduziram ataques precisos contra alvos militares. Ação israelense era esperada desde o início de outubro, quando o Irã atacou Israel com mísseis.
Explosão é vista em Teerã após ataque de Israel no Irã
Israel lançou um ataque aéreo contra o Irã na madrugada de sábado (26), pelo horário local — noite de sexta-feira (25), no Brasil. Várias explosões foram ouvidas na capital, Teerã. As Forças de Defesa de Israel afirmaram que conduziram um “ataque preciso” contra alvos militares.
Em um comunicado, Israel afirmou que está sendo atacado pelo Irã desde 7 de outubro de 2023, quando terroristas do Hamas invadiram o território israelense. Naquele dia, centenas de pessoas foram mortas e mais de 200 foram sequestradas. O Hamas e o Irã são aliados.
Além disso, no dia 1º de outubro deste ano, o Irã lançou cerca de 200 mísseis contra Israel. O ataque foi uma retaliação a mortes de aliados do governo iraniano, como Hassan Nasrallah, que era chefe do grupo extremista Hezbollah. Relembre a ação mais abaixo.
Ao anunciar que estava atacando o Irã nesta sexta-feira, Israel disse que estava exercendo o direito de se defender.
“Como qualquer outro país soberano no mundo, o Estado de Israel tem o direito e o dever de responder. Nossas capacidades defensivas e ofensivas estão totalmente mobilizadas”, afirmaram os militares israelenses.
“Faremos o que for necessário para defender o Estado de Israel e o povo de Israel.”
A agência de notícias Fars, que tem ligações com o governo do Irã, afirmou que várias bases militares nos arredores de Teerã foram alvos de ataques de Israel. Não há informações sobre estagos ou feridos.
De acordo com a imprensa norte-americana, Israel evitou atacar estruturas nucleares e petrolíferas do Irã. O foco estaria apenas nos alvos militares.
Pilotos que voavam nas proximidades do Irã receberam avisos de que o espaço aéreo do país estava sendo fechado. Pouco depois, mais quatro explosões foram registradas em Teerã.
A mídia estatal iraniana afirmou que as autoridades de inteligência do país estão investigando o ataque. A imprensa local disse ainda que as explosões ouvidas podem ser resultado da atuação do sistema de defesa.
Na madrugada deste sábado, pelo horário local, explosões também foram ouvidas em Damasco, na Síria. A mídia local disse que Israel atacou alvos militares no país.
Explosões no Irã — Foto: Reuters
Desde o início de outubro, Israel vinha prometendo um contra-ataque contra o Irã. Os Estados Unidos disseram que estavam trabalhando junto com o governo israelense para uma resposta ao ataque iraniano.
O presidente Joe Biden recomendou que Israel evitasse instalações petroleiras. Além disso, as autoridades norte-americanas desaconselharam bombardeios em ativos nucleares do Irã.
A imprensa dos Estados Unidos informou que uma resposta de Israel contra Irã aconteceria antes das eleições norte-americanas, que estão marcadas para 5 de novembro.
A Casa Branca disse que foi avisada sobre a ação israelense pouco antes de ela ser lançada.
Israel detalha ataque contra o Irã
No dia 1º de outubro, mísseis lançados pelo Irã cruzaram os céus de cidades israelenses importantes, como Tel Aviv e Jerusalém. Boa parte do ataque foi interceptada pelos sistemas de defesa de Israel.
Uma operação do tipo contra o território israelense era aguardada desde o fim de julho, quando Ismail Haniyeh, então chefe do Hamas, foi assassinadoem Teerã.
O Irã responsabilizou Israel pela morte de Haniyeh e disse que a operação representava uma violação da soberania do país.
No fim de setembro, o Irã voltou a prometer uma resposta a Israel pelas mortes de Hassan Nasrallah, chefe do grupo extremista Hezbollah, e Abbas Nilforoushan, membro da cúpula da Guarda Revolucionária do Irã. Ambos foram mortos em bombardeios israelenses em Beirute, no Líbano.
Após o ataque iraniano, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, classificou a ação iraniana como um “grande erro” e afirmou que o Irã irá “pagar” pelo ataque.
O governo de Israel informou que duas pessoas ficaram feridas sem gravidade durante o ataque iraniano e que não houve registro de prédios ou residências atingidos.
O governo do Irã garantiu que qualquer contra-ataque de Israel resultaria em uma resposta “subsequente e esmagadora”, além de uma “grande destruição” para infraestruturas israelenses. Além disso, o aiatolá Ali Khamenei — autoridade máxima do Irã — foi colocado em um local protegido.
Irã voltou a atacar Israel pela segunda vez este ano. Foto mostra mísseis sendo interceptados no céu da cidade de Ashkelon, em Israel. — Foto: Reuters via BBC
Irã atacou diretamente Israel pela primeira vez em abril deste ano. À época, o país lançou mísseis e drones contra o território israelense em resposta a um bombardeio que atingiu a embaixada do Irã em Damasco, na Síria.
Dias depois, como resposta, bombardeios atingiram uma região do Irã com instalações nucleares. Embora Israel não tenha assumido a autoria, autoridades americanas confirmaram que a ação era uma resposta israelense.
Informações G1
A ditadura da Venezuela chamou o veto do Brasil à sua entrada no Brics de “gesto hostil” e de “agressão”. O regime chavista e a ditadura da Nicarágua foram barrados pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, um antigo aliado dos ditadores Daniel Ortega e Nicolás Maduro, que se desentendeu recentemente com os dois.
“A Venezuela contou com o respaldo e o apoio dos países participantes nesta cúpula para a formalização de sua entrada nesse mecanismo de integração, mas a representação da chancelaria brasileira, liderada pelo embaixador Eduardo Paes Saboia, decidiu manter o veto que [o ex-presidente Jair] Bolsonaro aplicou contra a Venezuela durante anos”, declarou o Ministério das Relações Exteriores venezuelano, em comunicado.
“Essa ação constitui uma agressão à Venezuela e um gesto hostil”, continuou a diplomacia venezuelana, que ainda qualificou o veto de inexplicável e imoral.
A Venezuela buscava havia meses ser membro ativo do bloco. Maduro viajou a Kazan, na Rússia, para se reunir com os parceiros do Brics, e o presidente russo, Vladimir Putin, manifestou-lhe apoio.
Na cúpula em Kazan, Putin tentou abrir as portas para a Nicarágua e para a Venezuela, mas Lula rejeitou depois de desentendimentos com os ditadores, antes amigos do petista. A adesão da Venezuela ao Brics depende do Brasil, dada a regra de consenso para adotar novos associados ao grupo.
Em seu discurso, o presidente russo disse que a Venezuela está “lutando por sua soberania” e afirmou que avisou a Lula, por telefone, que discorda da posição do petista. Maduro, por sua vez, deixou de cumprimentar em público a delegação de Brasília, durante seu discurso na plenária, e deu o recado de que seu país já faz parte da “família do Brics”.
De acordo com o Itamaraty, entre as condições avaliadas para a adesão ao grupo, estavam relevância política, equilíbrio na distribuição regional dos países, alinhamento à agenda de reforma da governança global, inclusive do Conselho de Segurança da ONU, rejeição a sanções não autorizadas pelas Nações Unidas no âmbito do conselho e relações “amigáveis” com todos os membros.
Brasil e Venezuela retomaram as relações bilaterais em janeiro de 2023, depois da ruptura diplomática ocorrida em 2019 pelo reconhecimento de Bolsonaro ao opositor Juan Guaidó como presidente interino. Maduro chegou a vir ao Brasil e foi recebido com honras de chefe de Estado em maio de 2023. A relação de Lula e o ditador ficou tensa depois das eleições presidenciais da Venezuela.
O petista não reconheceu os resultados do pleito, exige a exibição de atas eleitorais e chegou a sugerir novas eleições. Outros países, no entanto, já reconheceram a vitória da oposição.
Mais recentemente, o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, afirmou que Lula e o presidente do Chile, Gabriel Boric, seriam agentes cooptados pela CIA, dos Estados Unidos.
Já com a Nicarágua, as relações começaram a se deteriorar no ano passado, mas a crise chegou ao pior ponto em agosto deste ano, depois de o governo sandinista de Daniel Ortega expulsar o embaixador brasileiro. Em resposta, o Brasil expulsou a embaixadora nicaraguense do país.
O ditador entendeu que o Brasil boicotou a cerimônia de celebração dos 45 anos da Revolução Sandinista, porque o petista não enviou seu representante no país em 19 de julho passado.
Redação Oeste, com informações da Agência Estado
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou em uma reunião com o ditador Nicolás Maduro que a Venezuela é “um sócio confiável”. Os dois se encontraram às vésperas da reunião do Brics. Os encontros começaram nesta terça-feira, 22, e vão até quinta-feira 24.
“A Venezuela é um velho e confiável sócio da Rússia na América Latina”, disse Putin a Maduro. “No mundo, em geral, e a cooperação mutuamente benéfica está se desenvolvendo em todas as áreas.”
O líder russo classificou os projetos em andamento entre Caracas e Moscou como “muito bom”.
A aparição do venezuelano em Kazan, na Rússia, surpreendeu os membros do governo brasileiro. Segundo o jornal O Globo, fontes afirmaram que até poucos dias, o ditador venezuelano não tinha interesse em aparecer no encontro do Brics.
A decisão repentina em cruzar o mundo pode estar ligada a uma estratégia do chavista em facilitar a entrada da Venezuela no bloco.
Maduro viajou ao exterior pela primeira vez desde as eleições da Venezuela, realizadas no dia 28 de julho de 2024. Grande parte da comunidade internacional contestou os resultados do pleito, que apontaram a “vitória” do ditador.
“Estamos progredindo em muitas questões”, afirmou o chavista. “A Venezuela conseguiu recuperar a sua economia com os seus próprios esforços. Toda a nossa delegação está preparada para avançar nas questões de cooperação bilateral.”
Apesar da vontade de Nicolás Maduro em colocar a Venezuela no Brics, o Brasil seria a principal resistência do movimento. Mesmo com a relação próxima entre o ditador e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o suposto protesto brasileiro seria aos resultados eleitorais em julho.
A presença da Venezuela em Kazan vai muito além de Maduro. O governo chavista enviou a vice-presidente e ministra do Petróleo, Delcy Rodríguez, para oferecer opções de investimento no setor petrolífero aos países do bloco.
Apesar de Maduro ter vez no evento, a Venezuela ficou de fora de países que terão analisadas a adesão ao Brics.
Informações Revista Oeste
O governo de Javier Milei anunciou na segunda-feira 21 a dissolução da Administração Federal de Ingressos Públicos (Afip) da Argentina, órgão análogo à Receita Federal brasileira, que será substituída por outra unidade, “com uma estrutura simplificada” e um corte de 34% nos cargos públicos.
“A partir de hoje [segunda-feira], a Afip deixará de existir”, celebrou o porta-voz da Presidência, Manuel Adorni. Em coletiva de imprensa, Adorni detalhou que, em seu lugar, será criada a Agência de Arrecadação e Controle Aduaneiro (Arca, na sigla em espanhol).
O porta-voz ressaltou que a nova agência terá uma “estrutura simplificada” e detalhou que os cargos do alto escalão serão reduzidos em 45%, e os cargos de níveis inferiores serão cortados em 31%. “Ou seja, no total, 34% dos cargos públicos serão eliminados”, destacou.
“Além disso, cerca de 3,1 mil funcionários que entraram durante o último governo, entendemos, de maneira irregular, serão realocados e ficarão à disposição”, indicou Adorni, que calculou a economia em “cerca de 6,4 bilhões de pesos por ano”, ou seja, cerca de R$ 37 milhões.
Ao justificar a mudança, revelou os salários de alguns dirigentes do órgão extinto, como o da chefe da Afip, Florencia Misrahi, que continuará à frente da nova unidade, a Arca. “Foi tomada a decisão de que eles deixem a chamada conta de hierarquização, pela qual, atualmente, a titular recebe mais de 30 milhões de pesos por mês; e os diretores, mais de 17 milhões de pesos por mês”.
Agora, esses funcionários — tanto Florencia quanto os demais diretores da empresa — passarão a receber “salários equivalentes ou equiparados aos que recebem os ministros e os secretários de Estado”, indicou Adorni.
Depois, o porta-voz recordou o papel da Afip em suas últimas gestões. “Ao longo de sua existência, esse órgão funcionou como uma caixa política e, como todos sabemos, submeteu muitos argentinos a perseguições absolutamente imorais”, diz o texto, que destaca que “essa Argentina de voracidade fiscal acabou” e que “o que pertence a cada argentino é seu e de mais ninguém”.
“Nenhum burocrata do Estado tem o direito de delegar o poder de dizer a um argentino o que fazer com sua propriedade”, concluiu o porta-voz.
O presidente da Argentina, Javier Milei, quer privatizar a operação das rodovias do país, atualmente sob gestão da estatal Corredores Viales. Em entrevista coletiva, Manuel Adorni anunciou que a administração e a manutenção das rodovias nacionais serão transferidas ao setor privado.
Adorni explicou que a Corredores Viales enfrenta um déficit operacional de R$ 170 milhões, coberto até dezembro de 2023 com recursos do Tesouro da Argentina. Desde que Milei assumiu o cargo, em dezembro do ano passado, foram aplicados aumentos tarifários.
“A empresa não cumpriu com os padrões mínimos de operação e manutenção”, afirmou Adorni. Segundo o porta-voz, qualquer empresa, nacional ou internacional que apresente o seguro exigido poderá participar da licitação para operar o serviço de forma mais eficiente.
Adorni descreveu a iniciativa como “uma abertura sem precedentes para a transparência”. Ele também ressaltou que as empresas concessionárias “cobrarão a taxa de concessão somente quando tiverem colocado toda a rota em condições”. O governo argentino prevê economizar cerca de R$ 32 bilhões com a privatização.
Informações Revista Oeste