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Pode confessar, uma das maiores preguiças de assistir um filme no streaming é procurar. Sim, e encontrar é a parte difícil. Não é que não tenha muita coisa boa. Tem, sim! Mas é difícil unir aquilo que o algoritmo te indica, com o que você gosta e com o que seu humor está querendo naquele momento. Então, é muito fácil você ficar estagnado, com a mente bugada e sem saber em que dar o play. Mas, não se preocupe. Essa lista de hoje veio para te dar uma forcinha e ajudar a encontrar coisas novas e que estão bombando na Netflix. Destaques para “A Escola do Bem e do Mal”, de 2022, de Paul Feig; “O Desconhecido”, de 2022, de Thomas M. Wright; e “Cores da Justiça”, de 2019, de Deon Taylor. Os títulos disponíveis na Netflix estão organizados de acordo com o ano de lançamento e não seguem critérios classificatórios.

A Escola do Bem e do Mal (2022), Paul Feig

Sophie e Agatha são melhores amigas e excluídas na vila de Gavaldon. Sophie sonha em se tornar princesa, enquanto Agatha é acusada de praticar bruxaria. Sophie sonha em fugir de Gavaldon e Agatha se recusa a deixá-la ir sozinha. Então elas vão juntas para um lugar mágico, onde os bons e maus personagens de contos de fadas e lendas aprendem seus ofícios.

O Desconhecido (2022), Thomas M. Wright

Paul e Henry são dois estranhos que se tornam amigos durante uma viagem de ônibus. O motivo pelo qual os dois estão fugindo é desconhecido, dando a entender que são criminosos foragidos. Paul diz a Henry que um homem com quem ele trabalha, chamado Mark, está em busca de alguém confiável para executar uma tarefa. Embora negue que quer qualquer trabalho de origem ilegal, Henry se encontra no dia seguinte com Mark, que promete apagar seus antecedentes criminais em troca de alguns serviços.

Uma Garota de Muita Sorte (2022), Mike Barker

Ani FaNelli é uma mulher de língua afiada e bem-sucedida. Ela tem um cargo cobiçado em uma revista, um guarda-roupa incrível e está prestes a se casar com o homem de sua vida. Um dia, ela é convidada para participar de um documentário policial sobre um acidente chocante que aconteceu na sua adolescência e acaba tendo que enfrentar uma verdade que ameaça acabar com sua vida perfeita.

Cores da Justiça (2019), Deon Taylor

Alicia West luta com sua identidade como policial afro-americana em um bairro predominantemente negro que não confia na polícia. As coisas se complicam quando a câmera de seu uniforme registra o assassinato de um traficante de drogas por policiais corruptos. Com a maior parte dos colegas de profissão e criminosos contra ela por causa das filmagens, Alicia terá de se esconder e fazer o upload das imagens antes dos arquivos serem apagados.

Harriet (2019), Kasi Lemmons

Em uma plantação de Maryland, Minty Ross vive com seu marido John Tubman e sua família. John e o pai dela, Ben, são homens livres e imploram ao mestre Brodess que ele liberte sua família, que ainda é escrava, mas o fazendeiro hesita. Minty, que faz feitiços e acredita em visões espirituais, pede a Deus para derrotar seu escravizador. Brodess morre e seu filho, Gideon, decide vendê-la. Minty escapa para a Filadélfia, deixando John para trás. Lá ela muda seu nome para Harriet Tubman e treina com abolicionistas para resgatar sua família. Enquanto isso, Gideon contrata um mercenários para rastrear e capturar quem está ajudando os escravos a escapar.

Ofélia (2018), Claire McCarthy

Um filme que reimagina “Hamlet” do ponto de vista de Ofélia, uma garota comum, cuja inteligência e coragem encantam a rainha Gertrude, da Dinamarca. Como dama de companhia favorita da rainha, Ofélia guarda os segredos guardados dentro das muralhas do Castelo de Elsinore, incluindo o próprio relacionamento proibido com o príncipe Hamlet. Quando o reino passa por uma mudança repentina de liderança, Ofélia percebe que pode ter que escolher entre o amor verdadeiro e a própria vida.


Foto: Frederic Batier/Netflix

Se vocês dissessem aos jovens Reed Hastings e Marc Randolph, fundadores da Netflix, que eles revolucionariam o mercado cinematográfico, talvez eles não imaginassem a magnitude e impacto que causariam. Claro que a empresa já nasceu vanguardista, porque propunha entregar os DVDs alugados na casa do cliente, sem necessidade de fazê-lo se locomover até uma locadora de vídeos. No entanto, duvido que os dois empreendedores sabiam aonde chegariam 25 anos depois. Hoje, a Netflix não só tirou os estúdios de sua zona de conforto como modificou a maneira de se consumir cinema. Como produtora, já são 439 filmes feitos em 7 anos, com base em dados do Movie Insider. Para 2022, a previsão é de mais de 70 títulos originais. A Revista Bula traz uma lista com alguns dos melhores filmes lançados neste ano, até o momento. Destaques para “Mães Paralelas”, de 2022, de Pedro Almodóvar; “Arremessando Alto”, de 2022, de Jeremiah Zagar; e “Apollo Dez e Meio: Aventura na Era Espacial”, de 2022, de Richard Linklater.

Mães Paralelas (2022), Pedro Almodóvar

Após a fotógrafa profissional Janis conhecer Arturo, um arqueólogo forense, em um ensaio para uma revista, eles voltam a trabalhar juntos na escavação de uma vala comum em uma aldeia. Logo os dois embarcam em um caso apaixonado, embora Arturo seja casado. Janis engravida. Na sala de parto, ela conhece Ana, uma adolescente problemática, cuja gravidez é igualmente acidental. A amizade entre elas continua para além das paredes do hospital e se torna íntima. Tudo muda quando Janis descobre que suas filhas foram trocadas na maternidade.

Arremessando Alto (2022), Jeremiah Zagar

Stanley Beren é um olheiro de basquete que descobre por acaso o jogador amador espanhol, Bo Cruz, jogando em um parque nos arredores de Madri. Vendo no rapaz um talento como há muito tempo não encontrava, Stanley se vê renovado de esperanças e decide levar o fenômeno para os Estados Unidos, sem a aprovação da equipe. Os dois terão de provar, contra todas as probabilidades, que têm o que é preciso para chegar à NBA.

Apollo 10 e Meio: Aventura na Era Espacial (2022), Richard Linklater

Nos dias que antecedem a missão de pouso na lua Apollo 11, Stan, um menino de 10 anos e meio, estudante da quarta série e morador do subúrbio de Houston, é recrutado por dois agentes do governo enquanto brinca no playground. Ele é convidado para ser um proto-astronauta. O filme é livremente inspirado na infância e imaginação do diretor Richard Linklater, durante o verão de 1969, quando ele morava próximo da Nasa, e em suas lembranças da primeira chegada do homem à Lua.

O Soldado que não Existiu (2022), John Madden

Em meio à Segunda Guerra Mundial, as forças aliadas preparam uma tomada da Sicília pela costa sul. No entanto, os nazistas descobrem os planos. Os oficiais da inteligência, Ewe Montagu e Charles Cholmondelcy são convocados para elaborar uma estratégia para embaraçar os soldados de Hitler e fazê-los acreditar que o alvo das forças aliadas é, na realidade, a Grécia. Inspirado em uma história real.

RRR — Rise Roar Revolt (2022), S.S. Rajamouli

Ambientado em 1920, em Delhi, Ramaraju e Bheem se tornam amigos íntimos sem saber a verdade um do outro ou a intenção por trás de suas ações a favor ou contra o reino britânico. Enquanto Ramaraju é um jovem policial feroz de sangue quente, Bheem é inocente e calmo. Ramaraju trabalha para os britânicos, mas já foi submetido a muitas humilhações pela cor de sua pele. Por outro lado, Bheem é da tribo de Gond e veio a Delhi para resgatar Malli, sequestrada pelos britânicos. A amizade entre eles poderá se transformar quando a verdade vier à tona.

Athena (2022), Romain Gavras

Um jovem de origem árabe do gueto de Athena, na França, morre em circunstâncias desconhecidas. Acreditando que ele tenha sido morto por policiais, três irmãos lideram uma revolta de sua comunidade contra as autoridades em busca de vingança. Conforme o irmão mais velho, Abdel, que é militar, luta para acalmar as tensões crescentes, a situação se agrava e Athena é sitiada. Uma guerra de civis contra policiais se inicia e os irmãos estão no centro dela.

Munique: No Limite da Guerra (2022), Christian Schwochow

Em 1938, durante a Conferência de Munique, líderes europeus realizam uma tentativa de impedir Adolf Hitler de invadir a Tchecoslováquia e dar início a outro conflito global. O funcionário público britânico Hugh Legat e o diplomata alemão Paul von Hartmann viajam para Munique para participar da reunião. Logo eles são encarregados de uma missão diferente, que tem o intuito de revelar aos líderes mundiais, incluindo Neville Chamberlain, primeiro-ministro do Reino Unido, um documento confidencial que comprova os planos de Hitler em expandir o território alemão. A esperança é de que Chamberlain não leve adiante o plano de dar os Sudetos ao chefe de Estado alemão.

O Resgate de Ruby (2022), Katt Shea

Daniel O’Neil adota a cadelinha Ruby, a salvando de ser sacrificada. Ele é um soldado hiperativo e disléxico, que sonha em entrar na Rhode Island K9, uma academia de polícia de elite. Ruby, que também é hiperativa e precisa de treinamento, acaba por inspirá-lo a persistir em seu objetivo. A dupla enfrenta contratempos em sua jornada, mas com ajuda da família e de membros de sua comunidade, que apoiam e torcem por seu sucesso, eles superam seus desafios juntos.

Agente Oculto (2022), Anthony Russo e Joe Russo

O Agente Oculto é o agente da CIA Courtland Gentry, codinome Sierra Seis. Ele foi retirado de uma penitenciária federal e recrutado por Donald Fitzroy. No passado, Gentry foi um habilidoso ‘negociante da morte’, mas agora ele é o alvo. Lloyd Hansen, um antigo colega da CIA, inicia uma perseguição global para destruí-lo. Gentry vai precisar de ajuda, e a agente Dani já está pronta para defendê-lo.

Big Bug (2022), Jean-Pierre Jeunet

Em um futuro distópico, Alice fica presa dentro de sua própria casa controlada por robôs que trabalham como empregados domésticos. Com ela, estão o filho, o namorado, o ex-marido e sua esposa e filha adolescente. Do lado de fora, máquinas tentam tomar o controle do mundo e dominar os humanos. Enquanto isso, a família faz o possível para tentar escapar de casa, onde os robôs os mantêm encarcerados.

Informações Revista Bula


Abordar temas que não se conhece direito, mesmo sob o pretexto da curiosidade sociocientífica, é um grande perigo. O outro, o diferente, o estranho, nem sempre precisam de representantes para além de sua própria natureza, e se isso ocorre por alguma razão, o que se observa é arbítrio, truculência e violação de direitos fundamentais de qualquer indivíduo, esteja ou não sob a mesma bandeira que o lado dominante. Guerras têm resistido ao tempo e à razão fornidas de argumentos os mais disparatados, realidade que leva os mais judiciosos a concluir que, muito mais que a materialização de ideologias que se chocam, guerras são oportunidade de negócios, de autoafirmação diante da comunidade internacional, de afrontamento do estabelecido — o que inclui a paz, por óbvio, mas extravasa para a política, para a geopolítica e para a economia, como já se disse —, e ainda de mero exercício da ilimitada boçalidade humana, que imprime a toda aquela barbárie aura de brincadeira inocente. A guerra é divertida, alegou alguém certa feita. As consequências da piada é que compõem a hecatombe em si.

“Beirute” (2018), o thriller acelerado de Brad Anderson, sobressai por chamar atenção para o desentendimento — que se perpetua na história — entre os Estados Unidos e o Oriente Médio. A capital do Líbano de 1972 em pouco se parece com a cidade cosmopolita de hoje, frise-se, mas o diretor consegue fazer com que o público remonte àquele tempo, graças ao bom trabalho de direção de arte, e enxergue possíveis semelhanças entre o que acontecia no coração do país, um dos mais importantes elos entre a Ásia muçulmana e o Ocidente, talvez só menos prestigioso que a Turquia. Anderson abre seu filme mostrando o diplomata americano Mason Skiles, de Jon Hamm, dizendo o que pensa de Beirute, para ele uma “pensão sem dono”. O pano de fundo da crítica à condução da política internacional americana de, repita-se, meio século atrás vai adquirindo cada vez mais fibra, alimentando no espectador a sensação de que o roteiro de Tony Gilroy dedica-se a uma provocação friamente estudada. Não fica evidente de imediato se se quer corroborar o menoscabo às necessidades da população libanesa — e por extensão aos povos de todas as nações do Oriente Médio, à exceção de Israel, evidentemente — ou se o texto de Gilroy destina-se a uma autoironia nada singela. Em sendo este o caso, passam ao largo questões básicas como o posicionamento dos Estados Unidos diante da resistência cultural dos libaneses em 1972.

Passado um decênio, em 1982, no auge da Guerra Civil Libanesa (1975-1990) — agravada em razão de mudanças na composição demográfica do país, diretamente relacionada ao maior ingresso de refugiados muçulmanos palestinos desde 1948; dos consequentes ataques de muçulmanos contra cristãos maronitas; e da interferência de Síria, Israel e da Organização para a Libertação da Palestina, a OLP —, Skiles, considerado o único capaz de colaborar efetivamente para a dissolução das hostilidades, é forçado a lidar com os conflitos com a mulher Nadia, libanesa, vivida por Leïla Bekhti, e o afeto que dois desenvolveram por Karim, o órgão de guerra interpretado por Yoav Sadian.

É justamente na figura do menino que vai se depositar todo o seu ceticismo, o que diz respeito à humanidade e o que lhe toca particularmente: Karim, antes um seu aplicado pupilo, é agora um alvo fácil para o terrorismo, como o irmão mais velho, que organizara o atentado do Setembro Negro, dissidência da OLP, aos onze atletas israelenses durante as Olimpíadas de 1972, em Munique, na Alemanha. Os onze membros da delegação olímpica de Israel, além de um policial alemão, foram mortos. Seu temor quanto ao personagem de Sadian se confirma: Karim, agora na pele de Idir Chender, sequestrara seu amigo Cal, de Mark Pellegrino, também integrante do corpo diplomático dos Estados Unidos no Líbano. Tipos duvidosos como Donald, personagem de Dean Norris; Gary, papel de Shea Whigham; e Frank, vivido por Larry Pine, tornam qualquer chance de concertação ainda mais remota; todavia, a entrada em cena da agente da CIA Sandy Crowder, de Rosamund Pike — também ardilosa, mas menos desonesta —, aponta para um desfecho mais pragmático, da guerra e da agonia de Skiles.

Quiçá uma resposta a “Munique” (2005), o épico policial de Steven Spielberg, “Beirute” também se assemelha à produções contemporâneas não necessariamente simbólicas para a história da humanidade, mas que denotam igual desmantelo do status quo mediante a violência organizada, a exemplo do documentário “Reféns de Gladbeck” (2022), dirigido por Volker Heise. É curioso observar que, em maior ou menor medida, de um jeito ou de outro, a Alemanha era imbricada em eventos dessa natureza; no caso de Beirute, e, mais uma vez, de todo o subcontinente em que se situa, o tempo é em verdade um conceito tão subjetivo quanto pateticamente mórbido em que o passado eterno salta aos olhos.


Filme: Beirute
Direção: Brad Anderson
Ano: 2018
Gêneros: Thriller/Drama
Nota: 9/10


Filmado parcialmente em live-action e transformado em uma animação em rotoscopia, o filme “Apollo 10 e Meio: Aventura na Era Espacial” é um olhar nostálgico sobre a infância. Inspirado em sua própria história, o diretor Richard Linklater optou pelo formato de desenho por lembrar exatamente a programação que passava na sua televisão pela manhã, em 1969.

No entanto, o filme não é exatamente uma animação infantil e dificilmente irá prender a atenção de uma criança, porque fala de temas históricos e possivelmente complexos demais para qualquer menino ou menina de 10 anos. É mais uma produção dirigida aos adultos sobre a infância.

O cineasta usa a Guerra do Vietnã, a corrida espacial durante a Guerra fria e o American Way of Life como pano de fundo para contar a saga do garoto Stan, um menino que vive com sua família no subúrbio de Houston, no Texas, próximo da base da Nasa, a Agência Espacial Americana. Devido a um erro de cálculo, os cientistas constroem um foguete pequeno demais para um humano adulto e convocam, diretamente do parquinho, Stan, o menino de dez anos e meio, para fazer parte da operação que levaria o homem à lua.

Eles treinam Stan, enquanto sua família acredita que ele está em um acampamento de verão. E se você acha que essa história é absurda e fantasiosa demais, é porque é. Nada disso é real e tudo faz parte da imaginação do garoto e seu sonho de ser um astronauta durante o fim da década de 1960, em que a corrida espacial e filmes de ficção científica eram o maior entretenimento dos estadunidenses.

Nesta animação, somos introduzidos para dentro da mente do narrador, cuja consciência e percepções da realidade às vezes se tornam confusas, mostrando que o que vemos é uma amálgama. Diversos pensamentos heterogêneos dissolutos no enredo.

E se você, assim como meu pai, cresceu nos anos 1960, irá se recordar com carinho da própria infância, da família reunida ao redor da televisão para assistir à transmissão de eventos importantes, como a chegada de Neil Armstrong na lua, em uma época em que as crianças sonhavam com o teletransporte, carros voadores, robôs e outras fantasias científicas, fruto da febre tecnológica decorrente da corrida espacial.

Assim como grande parte da obra de Linklater, “Apollo 10 e Meio: Aventura na Era Espacial” é uma ovação da vida, da infância e do cotidiano. Você não pode perder essa aventura adorável, nostálgica e inteligente disponível na Netflix.


Filme: Apollo 10 e Meio: Aventura na Era Espacial
Ano: 2022
Direção: Richard Linklater
Gênero: Animação, aventura
Nota: 10/10

Informações Revista Bula


Em “Drive”, produção de 2011 do cineasta dinamarquês Nicolas Winding Refn, o protagonista não tem nome e tem poucas falas. Interpretado por Ryan Gosling, a quem conhecemos simplesmente como motorista, somos conduzidos pela história por um sujeito que se assemelha a um caubói de algum faroeste de Sergio Leone. Com um visual descolado, lacônico, misterioso e machão, ele é a medida do anti-herói que só não detestamos, porque sabemos que há boas motivações em seu coração. Ele cuida dos seus amigos e é protetor com a mulher que ama.

À noite, o motorista é contratado para dirigir durante assaltos. Essa é sua única função no crime. Durante o dia, ele é dublê de cenas de corridas de carro no cinema. Ele está cercado de criminosos inescrupulosos e, quando se depara com a vizinha Irene (Carey Mullingan) e seu filho Benicio (Kaden Leos) nos corredores do prédio, é como se tivesse o primeiro contato com algo puro, genuinamente bom e vulnerável. Seu objetivo se torna proteger essas duas pessoas que, de tão raras, são preciosas para ele.

O pai de Benicio e ex-companheiro de Irene, Standard (Oscar Isaac), acaba de sair da prisão. Ele faz ao motorista uma oferta pouco vantajosa para que ele dirija em um assalto. O motorista aceita a oferta apenas para proteger a moça e a criança. Mas seu envolvimento com Standard e outros seres repugnantes irão desencadear muitos problemas.

Uma poesia visual futurista, “Drive” conta com uma trilha sonora de sons sintéticos e metálicos, que acompanham suas cenas de ação nos fazendo perder a noção do tempo. Com uma pegada noir, a fotografia não deixa de pincelar tons neons na tela. A gente às vezes fica em dúvida se o filme se passa nos anos 1980, no presente ou no futuro. E se existem os filmes anti-guerra, que criticam a violência gratuita, fútil e cruel da própria guerra, “Drive” se parece com um filme anti-ação. Apesar de suas cenas de corridas e lutas, parece exatamente uma crítica a esse tipo de filme, porque possui uma substância roteirística e um cuidado com a estética e a linguagem cinematográfica muito meticuloso. Ele carrega referências cinematográficas e conversa com os fãs de cinema.

Uma dessas referências, é a cena em que o motorista luta com um homem no elevador e destrói seu crânio. Para quem não se lembra, essa cena conversa com “Irreversível”, filme do franco-argentino Gaspar Noé. Na cena de Noé, é Vincent Cassel que esmaga a cabeça de um opositor em uma cena angustiante de violência explícita. Para reproduzir tamanho realismo, Refn trocou conversas com Noé para ensiná-lo a fazer o efeito similar.

“Drive” pode não agradar ao público de “Missão Impossível” ou outros filmes de ação, porque é excêntrico, profundo e rebuscado, mas com certeza irá agradar os fãs de cinema.


Filme: Drive
Direção: Nicolas Winding Refn
Ano: 2011
Gênero: Ação
Nota: 10/10

Informações Revista Bula


“A Mão de Deus” é uma autobiografia do cineasta italiano Paolo Sorrentino, uma das belas histórias que você irá encontrar no catálogo da Netflix. Lançado em 2021, Paolo relembra sua adolescência nos anos 1980, os encontros convencionais com sua excêntrica família, a ida de seu maior ídolo, Maradona, para o Nápoli, e a morte dos seus pais.

Um conjunto de acontecimentos da vida do realizador, vistos por um caleidoscópio de emoções, porque ele nos mostra que o mundo não é preto e branco. Não há apenas tragédias ou sucessos. A vida tem várias matizes e é possível ser feliz e triste ao mesmo tempo. O filme é um misto de drama e comédia e tudo se encaixa de forma incrivelmente harmônica, se transformando em uma deliciosa fábula da vida.

Em “A Mão de Deus”, não há um roteiro linear, uma sinopse desenhada, mas conta como Fabietto Schisa (Fillipo Scoti), adolescente de 16 anos, magricelo e introspectivo, de cabelos encaracolados, navega da infância para se tornar um homem, quando é obrigado pelas circunstâncias a amadurecer e encontrar um sentido para sua vida.

O nome do filme parece bem óbvio para os admiradores de futebol. É uma referência ao gol de mão, marcado por Maradona contra a Inglaterra, na final da Copa do Mundo de 1986. Apesar de irregular, foi validado e passou a ser chamado de “a mão de Deus”. Mas o nome também é uma forma de Sorrentino dizer que sua vida foi transformada, e até mesmo salva, por Diego Maradona.

Isso, porque os pais de Paolo Sorrentino morreram em 1987 envenenados por monóxido de carbono no chalé de férias da família. Fabietto havia ido a uma partida do Nápoli, para ver o ídolo e, por isso, não morreu igualmente intoxicado.

Enquanto fala da paixão de Fabietto pelo futebol, mostra sua descoberta do cinema, em meio a idas com seu irmão, Marchino, para audições de Fellini e um papo com o cineasta Antonio Capuano. O filme de memórias de Sorrentino não revisita apenas a história do cineasta, mas nos transporta ao nosso próprio passado, por causa da identificação com o perfeito caos que é a família do protagonista, o lar amoroso, mesmo que disfuncional.

A maior qualidade de Paolo Sorrentino em “A Mão de Deus” é transformar o banal em mágico nesta cativante crônica do amadurecimento.


Filme: A Mão de Deus
Direção: Paolo Sorrentino
Ano: 2021
Gênero: Drama
Nota: 10/10

Informações Revista Bula


O grande astro de ação Bruce Willis se aposentou no último ano após ter sido diagnosticado com afasia, mas os fãs ainda poderão conferir o astro em um filme de ação inédito.

Assalto ao Poder‘ (Marauders) é um filme de ação e suspense lançado em 2017, que só estreou no Brasil agora pela Netflix e conquistou o primeiro lugar entre os filmes mais vistos do streaming.

Protagonizado por Bruce Willis e Dave Bautista, a produção deve agradar quem gosta de filmes policiais frenéticos.

Quando um banco é assaltado brutalmente, as evidências apontam para o proprietário e os poderosos clientes. Mas à medida que agentes do FBI se aprofundam no caso, torna-se claro que uma conspiração maior está em jogo.

Assista ao trailer no YouTube:

O elenco ainda conta com Christopher Meloni e Adrian Grenier.

Steven C. Miller, de ‘Natal Sangrento‘, dirige.

Informações Cine Pop


Há vários eventos e compromissos para o final deste ano que você não vai poder perder. Haja fôlego para conseguir conciliar todas as próximas datas importantes e fazer tudo que você precisa. E você sabe que final de ano também tem muitas estreias de filmes, porque começam a aproximar das datas dos festivais e premiações de cinema. Então é importante anotar tudo na agenda para conseguir se organizar. Há muitas produções novas chegando na Netflix e você não pode perder algumas essenciais. Para te ajudar a não gastar tempo, a Revista Bula te conta quais você deve priorizar. Destaques para “Arremessando Alto”, de 2022, de Jeremiah Zagar; “Athena”, de 2022, de Romain Gavras; e “O Homem do Jazz”, de 2022, Tyler Perry. Os títulos disponíveis na Netflix estão organizados de acordo com o ano de lançamento e não seguem critérios classificatórios.

Arremessando Alto (2022), Jeremiah Zagar

Stanley Beren é um olheiro de basquete que descobre por acaso o jogador amador espanhol, Bo Cruz, jogando em um parque nos arredores de Madri. Vendo no rapaz um talento como há muito tempo não encontrava, Stanley se vê renovado de esperanças e decide levar o fenômeno para os Estados Unidos, sem a aprovação da equipe. Os dois terão de provar, contra todas as probabilidades, que têm o que é preciso para chegar à NBA.

Athena (2022), Romain Gavras

Um jovem de origem árabe do gueto de Athena, na França, morre em circunstâncias desconhecidas. Acreditando que ele tenha sido morto por policiais, três irmãos lideram uma revolta de sua comunidade contra as autoridades em busca de vingança. Conforme o irmão mais velho, Abdel, que é militar, luta para acalmar as tensões crescentes, a situação se agrava e Athena é sitiada. Uma guerra de civis contra policiais se inicia e os irmãos estão no centro dela.

O Homem do Jazz (2022), Tyler Perry

Bayou e Leanne formam um casal de jovens negros apaixonados no Sul profundo dos Estados Unidos durante os anos 1940. O filme acompanha suas histórias ao longo de algumas décadas e mostra as provações que testam o amor do casal, enquanto suas famílias e forças externas tentam separá-los. Apesar de todas as probabilidades estarem contra eles, o amor verdadeiro os guiará.

Passei por Aqui (2022), Babak Anvari

Dois grafiteiros, Toby e Jay, invadem casas de pessoas muito ricas e deixam a mensagem “Passei por aqui” em suas paredes. É uma forma de dizerem a eles que, apesar de ricos, não são invencíveis. Toby mora com sua mãe, Lizzie, e eles vivem uma relação conturbada. Toby é jovem pseudo-rebelde, emo e misógino. Logo ele e Jay também passarão a ter atritos, quando a personalidade de Toby bater de frente com os objetivos de Jay, que está prestes a ter um filho com a namorada, Naz. Toby acaba invadindo a casa de um ex-juiz sozinho e descobre que o homem guarda muitos segredos obscuros.

Informações Revista Bula


Por Alexandre Guglielmelli

O suspense Lou faz sucesso na Netflix.
O suspense Lou faz sucesso na Netflix.

Recém-chegado ao catálogo brasileiro da Netflix, o filme Lou tem tudo para conquistar os assinantes da plataforma. O longa se destaca por sua trama intrigante, repleta de reviravoltas do início ao fim. Além disso, Lou conta com grande elenco, liderado por Allison Janney e Jurnee-Smollett.

Lou estreou na Netflix em 23 de setembro de 2022. O filme é um projeto da cineasta Anna Foerster, mais conhecida por comandar episódios de séries como Westworld e Outlander.

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Embora esteja fazendo sucesso com os espectadores da Netflix, Lou dividiu a opinião da crítica especializada. A imprensa elogia o desempenho do elenco, mas critica o roteiro e o ritmo do filme.

Explicamos abaixo tudo que você precisa saber sobre a história misteriosa e o elenco de estrelas de Lou na Netflix; veja.

Lou tem história intrigante na Netflix

O filme Lou acompanha a intensa jornada de uma mãe que faz de tudo para descobrir o paradeiro da filha desaparecida.

Sendo assim, o estilo do longa é bastante parecido com o de outros sucessos da Netflix, como Fim da Estrada e Entrevías.

“Uma mulher misteriosa e solitária luta contra os fantasmas de um passado sombrio quando a vizinha pede ajuda para resgatar a filha pequena, que foi sequestrada”, afirma a sinopse oficial de Lou na Netflix.

A trama de Lou começa em uma noite de tempestade, quando uma garotinha chamada Vee é sequestrada por um estranho misterioso.

Sem mais alternativas, a mãe da garota se une a uma vizinha para resgatar a filha.

A partir daí, a dupla inicia uma jornada implacável, que coloca seus limites à prova e revela terríveis segredos do passado das duas.

Tudo sobre o elenco de Lou na Netflix

Na Netflix, o elenco do filme de suspense Lou é liderado por Allison Janney como a protagonista titular – que se chama Lou Adell.

A atriz é mais conhecida por performances em filmes como Eu, Tonya e Beleza Americana, além das séries Mom e O Método Kominsky.

Jurnee Smollett, do filme Aves de Rapina e da série Lovecraft Country, vive Hannah, a vizinha de Lou.

Logan Marshall-Green, de Homem-Aranha: De Volta ao Lar e Prometheus, interpreta Philip, o homem que sequestra a pequena Vee.

A atriz mirim Ridley Bateman (Shattered, Shelter in Place) completa o elenco principal de Lou como Vee.

O elenco de Lou conta também com Matt Craven (X-Men: Primeira Classe), Greyston Holt (Alcatraz), Daniel Bernhardt (John Wick) e R. J. Fetherstonhaugh (Batwoman).

Lou já está disponível na Netflix. Veja abaixo o trailer do longa.

Informações Observatório do Cinema


O ensaísta espanhol Miguel de Unamuno (1864-1936) dissera acertadamente que a vida é esquecimento. Precisamos escolher do que queremos nos lembrar, que trechos menos felizes de nossa jornada temos de varrer para debaixo do tapete da memória, que circunstâncias devem ocupar em nós um quinhão privilegiado de nossas vivências. Relações humanas são pródigas de situações esquecíveis, marcadas por episódios humilhantes que, embora tenham se prestado a nos dar algum grande ensinamento numa fase mais crítica, merecem apenas o vazio do desprezo. Que outro sentimento consegue ser a um só tempo fonte de deleite e de opróbrio se não o amor, relicário dos tesouros mais valiosos e das vergonhas mais inescapáveis e profundas do gênero humano? Passam-se os séculos, as revoluções sucedem-se umas após as outras, guerras dizimam povos em nome da honra e da manutenção do regime civilizatório, mas a ânsia do homem por amar e ser amado — passando a larga distância da rejeição e da derrocada moral, por óbvio —, é um pressuposto a que ninguém renuncia.

Livremente inspirado em “Jacques, o Fatalista, e Seu Amo” (1778), romance do iluminista francês Denis Diderot (1713-1784), o francês Emmanuel Mouret discorre sobre uma mulher avant la lettre em “Mademoiselle Vingança” (2018), história ambientada numa época em que ideias como feminismo, empoderamento, liberdade de expressão e mesmo dignidade não passavam de uma quimera para as mulheres, seres inferiores e naturalmente submissos, até que uma se cansa e resolve ir à forra. Essa fábula sobre aristocratas entediados cuja grande diversão era urdir adultérios e outras armadilhas emocionais no transcorrer do século 18 não por acaso assemelha-se muito a outro símbolo da literatura francesa do período, o que só confirma o argumento da elite abrutalhada que se esconde sob sedas e penteados ostensivos, elemento que Anne Bochon valoriza num minucioso trabalho de reconstituição da moda então vigente. Num mundo sem internet ou redes sociais, grã-finos de estirpes variegadas driblavam o esplim armando uns contra os outros, como se lê em “Ligações Perigosas” (1782), o típico novelão, saído da pena de Choderlos de Laclos (1741-1803), esse desabridamente antropofagizado pela cultura pop contemporânea em pérolas pós-modernas a exemplo de “Segundas Intenções” (1999), dirigido por Roger Kumble, e o recentíssimo “Justiceiras” (2022), levado à tela por Jennifer Kaytin Robinson.

Madame de La Pommeraye, a personagem-título, é a viúva rica, já entrada em anos, mas ainda bonita, que se retira da corte do rei Luís 15 (1710-1774) para o luxo de uma faustosa herdade no interior da França. Cécile de France imprime a essa mulher a versatilidade que o papel exige, uma vez que, no começo da história, a protagonista apresenta-se num misto de conforto e senso de autoproteção quase paranoico, escaldada por relacionamentos desditosos e resistindo não sem alguma dificuldade às investidas do marquês d’Arcis de Edouard Baer, um rematado casanova que se jacta de suas conquistas sem qualquer pejo, tendo o cuidado de fazer cada vítima se sentir como a primeira e a última. Baer absorve à perfeição a essência do personagem, um fescenino que, tal como o Sébastien Valmont de Laclos, sabe muito bem como tirar proveito das vulnerabilidades alheias, especialmente em se tratando de mulheres. Como sói acontecer em obras de ficção, se desenrolam eventos que permitem que o marquês vá alongando sua estada na propriedade da Madame de La Pommeraye, que pensando estar diante de um novo homem, mais maduro, mais sereno, mais homem, finalmente, cede a seus encantos.

Na iminência do terceiro e último ato, Mouret acrescenta as personagens que dão o fecho grandiloquente a seu roteiro, sempre fiel à pena de Diderot. Entram em cena a Madame de Joncquieres da bem escalada Natalia Dontcheva, a nobre outrora digna, mas caída em desgraça ao engravidar de outro nobre, que tal como o marquês d’Arcis faz à Madame de La Pommeraye, também a abandonara, e ainda mais importante, sua filha, a Mademoiselle de Joncquieres — o título em inglês igualmente alude a essa personagem como a responsável por conduzir o enredo, tamanho seu destaque —, vivida pela irresistível Alice Isaaz.

“Mademoiselle Vingança” conserva o ar de folhetim setecentista ao condensar no encerramento as boas reviravoltas da trama, em que De France reaparece com o protagonismo da introdução, sem que os demais tipos se apaguem. Alguns sabidos dizem que narrativas como essas estão datadas, “envelhecem mal” e xaropadas que tais. O noticiário hard news não se cansa de desmenti-los.


Filme: Mademoiselle Vingança
Direção: Emmanuel Mouret
Ano: 2018
Gêneros: Drama/Romance
Nota: 8/10

Informações Revista Bula

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