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Ninguém ousava desafiar a autoridade paterna no Reino Unido do começo do século 19, por mais sombrias que fossem as consequências dessa submissão sem limite e nada convicta. A escritora britânica Jane Austen (1775-1817) foi uma das artistas que melhor retratou esse lado obscuro da sociedade em que viveu, dando origem a uma narrativa caudalosa, que se espraiou em três volumes. Em “Razão e Sensibilidade” (1811), Austen dá início à saga em que discorre sobre o amor em oposição às premências mais básicas da vida; “Orgulho e Preconceito” (1813) segue nessa mesma direção, especulando acerca da honra de uma família outrora influente, mas em apuros de dinheiro, cuja única grande chance de mudar seu destino reside no casamento arranjado da filha mais velha e um homem rico, que aparentemente a deseja, mas não consegue se impor diante da mãe superprotetora. O último deles, “Persuasão” (1816), marca o fim da trilogia e da obra literária da autora, que morre em 18 de julho de 1817, aos 42 anos, vítima do mal de Addison, uma doença autoimune a respeito da qual nada se sabia duzentos anos atrás. Resta inacabado “Sanditon”, em que Austen confirma a predileção por esquadrinhar as pequenezas da burguesia da Velha Inglaterra, algo que fez como ninguém.

Adaptado para o cinema pela primeira vez há quase trinta anos, em 2022 “Persuasão” torna à vida pelas mãos de Carrie Cracknell, que fez carreira no teatro e agora mostra excelência também na realização de filmes. É óbvia a interseção entre seu ofício de origem e o novo meio que abraça, a começar pela opção de fazer a protagonista falar diretamente à câmera, recurso usado à farta no teatro. A derrubada da quarta parede é, sem dúvida, um expediente que aproxima (demais) público e atores, mas Cracknell é muito competente ao empregá-lo ao mesclar essas entradas individuais com longas passagens do texto profuso de Austen, roteirizado pela estreante Alice Victoria Winslow e o veterano Ron Bass. Mesmo se comparado à ótima versão de Roger Michell (1956-2021), levada à tela em 1995, a qualidade da releitura mais atual se impõe, com a ressalva de que, conscientemente ou não, Cracknell saúda “Persuasão” como um exemplo de modernidade, cujo arrojo da premissa — e o destemor da mente privilegiada de onde veio — não poderia ser mero adorno.

Dakota Johnson encarna uma Anne Elliot  que quase salta do raiar do século retrasado para a contemporaneidade. A força da personagem e da produção mesma está, em grande medida, em seu apelo estético. Os figurinos de Marianne Agertoft, mormente, claro aqueles com que veste a protagonista de Johnson, são precisamente essa carta de intenções para o arquétipo da mulher a frente de seu tempo, e passariam, com um ou outro ajuste pontual, por roupas prêt-à-porter de butiques hypadas da Londres dos nossos dias. Esse frescor de “Persuasão” sob o olhar inventivo de Cracknell, defendido por sua atriz principal, que o ancora confessadamente, revela-se uma decisão acertada, que justifica o novo longa, sem nenhum prejuízo para a essência da trama original, que se diga. Continua lá a mulher madura (para os padrões de 1816, por evidente) perdida, torturada pelas decisões nem certas nem erradas de um passado nem tão distante, mas remoto, que vence pelo próprio esforço, malgrado seja obrigada a conviver com a possibilidade de passar o resto de seus dias entornando garrafas de bom vinho na imensidão de um quarto em desabrido caos, sobre uma cama fria e mal-ajambrado, contando apenas com a lealdade do coelho de estimação. Até que o homem de que desfizera, e de quem segue enamorada passados oito anos, reaparece.

O capitão Frederick Wentworth vem a ser a personificação do malogro existencial de Anne em sua esfera mais particular, mais íntima, e felizmente Cracknell não cede à patrulha do politicamente correto, sempre pronta a fazer justiça com as próprias mãos — ainda que isso implique reescrever a História e mesmo as histórias —, tampouco ao feminismo vulgar, e mantém a protagonista como o que de fato é: mulher forte da casca para fora, mas disposta a todo gênero de humilhação a fim de reaver o amor do homem que, a essa altura, não mais ama, venera. Cosmo Jarvis, por seu turno entende a grandeza do papel, e faz de Wentworth um homem rude, talhado pelos solavancos do mar proceloso, mas verdadeiramente nobre, cuja bondade interdita a menor referência a joguinhos de sedução que antevejam tolas vinganças, também porque o despontar do belo William Elliot, de Henry Golding, o primo afastado e ambicioso, no horizonte de Anne pode provocar uma trindade de infelizes.

Romance como não se faz há muito tempo, “Persuasão”, o livro, encontra mais uma vez, boa acolhida nos braços seguros de Carrie Cracknell. Espantosamente desafetado para uma produção com esse teor, o filme é divertido sem ser ligeiro, e sofisticado sem ser pedante. E muito persuasivo. Deliciosamente persuasivo.


Filme: Persuasão  
Direção: Carrie Cracknell
Ano: 2022
Gêneros: Romance/Drama
Nota: 9/10


Não se preocupe, você não está maluco de achar que não tem mais nada para ver na Netflix. Isso acontece com todo mundo, por mais opções que existam na plataforma. Isso ocorre, porque muitas vezes o algoritmo fica repetindo sempre as mesmas coisas para você. Enquanto isso, você perde outras centenas de possibilidades existentes no catálogo. Então, a Revista Bula trouxe uma lista que vai te ajudar a sair do óbvio e encontrar produções diferentes e boas na plataforma. Destaques para “Je Suis Karl”, de 2021, de Christian Schwochow; “O Homem Água”, de 2020, de David Oyelowo; e “O Filho Protegido”, de 2019, de Sebastián Schindel. Os títulos disponíveis na Netflix estão organizados de acordo com o ano de lançamento e não seguem critérios classificatórios.

Je Suis Karl (2021), Christian Schwochow

Maxi perde seus irmãos gêmeos mais novos e sua mãe em um atentado terrorista. Enquanto a mídia e os nacionalistas culpam os islâmicos, Maxi não sabe o que pensar. Enquanto isso, o carismático Karl, um jovem nacionalista branco neonazista, tem Maxi como alvo. Ele a doutrina para usar sua imagem em favor de sua organização.

O Homem Água (2020), David Oyelowo

Gunner, de 11 anos, sofre ao ver a saúde de sua mãe se deteriorando diante de uma leucemia. Disposto a encontrar uma cura a qualquer preço, ele e a amiga Josephine, conhecida como Jo, iniciam uma jornada pela selva em busca de uma lenda, o Homem Água. A criatura é conhecida por saber como enganar a morte. Diante da dor e da possibilidade da perda, ele conta com o poder de sua imaginação para destrancar um mundo mágico.

O Filho Protegido (2019), Sebastián Schindel

Lorenzo é um pintor de 50 anos e ex-alcoólatra, que está esperando um filho com Sigrid. Ele tem outras duas filhas de seu primeiro casamento, com as quais não tem mais contato desde que se mudaram para o Canadá. Sigrid é uma bióloga que transformou seu porão em um laboratório e, desde que sofreu um aborto, ficou apreensiva em relação à gravidez. Durante a gestação, o casamento começa a se dissolver. Depois que o bebê nasce, é diagnosticado com fotofobia e Sigrid o mantém trancado em um quarto escuro por seis meses. Enquanto isso, Lorenzo fica convencido de que Sigrid está escondendo seu verdadeiro filho e que a criança que ela o deixa ver é outra.

Está Tudo Certo (2018), Eva Trobisch

Janne é uma jovem que trabalha em uma editora de livros. Um dia decide ir a uma festa sem a companhia de seu namorado. Na ocasião, ela bebe, dança e se diverte com o cunhado de seu chefe, que acaba interpretando a situação de maneira equivocada. Após rejeitá-lo, Janne é forçada a ter relações sexuais com o homem e tenta encarar sua situação sem transformá-la em um grande drama. Seguindo sem dar queixa do agressor e sem revelar o ocorrido com ninguém, Janne é surpreendida ao descobrir que seu estuprador trabalhará no mesmo escritório que ela. Lentamente, ela vê seu autocontrole escorregando por entre os dedos, enquanto tenta manter a aparência de que tudo está bem.

O Aviso (2018), Daniel Calparsoro

Nico, que irá completar 10 anos em alguns dias, é obrigado por valentões de sua escola a comprar uma revista pornográfica em uma loja de conveniência. Até que sua mãe aparece e o resgata da situação constrangedora. O dono do estabelecimento dá a Nico uma revista de videogames. Dentro dela, o garoto encontra um bilhete que diz que ele não deve ir até a loja no dia de seu aniversário, caso contrário será baleado e morto. O recado havia sido implantado por um desconhecido que enxergou padrões matemáticos em mortes ao longo de várias décadas. Ele será a única pessoa com quem Nico poderá contar para não se tornar vítima de uma tragédia. No entanto, seu novo amigo não é confiável e sofre graves transtornos mentais.

Carbono (2017), Olivier Marchal

Antoine Roca luta para manter sua transportadora ativa em meio a dívidas crescentes. Em busca de uma forma de ganhar dinheiro rápido para salvar seu negócio e sua dignidade, ele arquiteta um complexo plano que pretende roubar fundos de impostos distribuídos pelo governo francês em um mercado que envolve comércio de direitos de poluentes de CO2. Logo o que poderia ter sido um crime de colarinho branco altamente lucrativo se transforma em um banho de sangue.


Os primeiros filmes de máfia surgiram ainda em meados de 1910 e foram se consolidando ao longo das décadas e ganhando seu auge nos anos 1930. Histórias sobre ostentação, luxo e poder logo após a Grande Depressão, glamourizaram os gângsteres, o que resultou no Código Hayes, uma lei que tentou controlar a forma como esses bandidos eram retratados e censurar a violência nas telas. Mas foi na década de 1970 que o gênero foi revolucionado com “O Poderoso Chefão”, de Francis Ford Coppola, que apresentou a máfia de forma mais realista e dramática, costurando a trama de crime com conflitos internos de seus personagens, apego familiar e religioso, transformando os gângsteres em seres de muitas camadas. Se você adora os “mobsters”, acompanhe essa lista de produções disponíveis do gênero na Netflix. Destaques para “Como me Apaixonei Por um Gângster”, de 2022, de Maciej Kawulski; “Nada Santo”, de 2019, de Renato De Maria; e “O Irlandês”, de 2019, de Martin Scorsese. Os títulos disponíveis na Netflix estão organizados de acordo com o ano de lançamento e não seguem critérios classificatórios.

Imagens: Divulgação / Reprodução Netflix

Como me Apaixonei Por um Gângster (2022), Maciej Kawulski

Nikos é um jovem ambicioso que se torna especialista em importar ilegalmente carros para a Polônia. Ele constrói um império automobilístico, se torna o gângster mais perigoso do país e se esforça para conquistar cada vez mais poder e obter um status financeiro sem precedentes. Mas, se por um lado sua vida gira em torno de interesses materiais e da violência, por outro, seu maior bem é a mulher que ama.

Nada Santo (2019), Renato De Maria

Santo Russo é um católico fervoroso, mas isso não o impede de ser ladrão, sequestrador, traficante de drogas, adúltero e homicida. Durante sua infância, seu pai foi extremamente rigoroso. Na adolescência, Russo foi preso por um crime que não cometeu e seu pai não fez nada para impedi-lo de ir para o reformatório para ensiná-lo uma lição. E é lá que Santo aprende a se tornar um bandido. Uma década depois, Santo comete pequenos delitos e se casa com Mariangela. Durante a cerimônia, ele é preso novamente. Mas não demora para que Santo esteja de novo nas ruas abrindo caminhos para o alto escalão do crime, se estabelecendo como traficante de carros de luxo e, depois, produzindo heroína. Mas logo vislumbres de uma consciência começam a surgir dentro de sua cabeça.

O Irlandês (2019), Martin Scorsese

Na Pensilvânia, no ano de 1956, Frank Sheeran é um veterano de guerra de origem irlandesa que trabalha como motorista de caminhão e acidentalmente conhece o mafioso Russell Bufalino. Após realizar alguns serviços ilegais para Bufalino, Frank se torna seu homem de confiança. Então, Bufalino envia Frank para Chicago com a tarefa trabalhar como guarda-costas de Jimmy Hoffa, um poderoso líder sindical relacionado ao crime organizado. Frank mantém uma amizade íntima por quase 20 anos com Hoffa, que desaparece em 1975.

Gangues de Londres (2016), Rapman

Em Londres, facções criminosas brigam por território. A máfia albanesa, o cartel de drogas paquistanês e os combatentes da liberdade curdos são os principais grupos que negociam nos becos da capital inglesa. No centro dessas organizações, está um grupo liderado por Finn Wallace. Quando ele é assassinado, seu filho, Sean, assume. A troca de liderança provoca uma instabilidade no submundo do crime e leva a uma guerra sem precedentes.

Os Infratores (2012), John Hillcoat

Os três irmão Bondurant vivem nas montanhas de Franklin County, na Virgínia, produzindo e distribuindo aguardente durante a Lei Seca. Há uma lenda sobre os irmãos serem indestrutíveis. O mais velho, Howard, foi o único soldado de sua unidade a voltar da guerra. O do meio, Forrest, sobreviveu à gripe espanhola. O mais novo, Jack, quer crescer nos negócios da família. Mas a sorte deles não dura muito quando Charlie Rakes, um agente de Chicago, chega à cidade para fazer os irmãos pagarem por seus crimes.

Inimigos Públicos (2009), Michael Mann

John Dillinger lidera, nos anos 1930, uma onda de crimes pelas ruas de Chicago. Aclamado pelas pessoas como Robin Hood e considerado um criminoso carismático, que se vingou dos bancos, aos quais os americanos culparam pela Grande Depressão, Dillinger se torna uma celebridade. Seu algoz, Milvin Purvis, o agente do FBI que J. Edgar Hoover colocou no encalço de Dillinger, também se torna figura conhecida. Purvis e Dillinger são levados a cometer atos extremos em sua caçada de gato e rato.

Gangster’s Paradise: Jerusalema (2008), Ralph Ziman

Das favelas de Soweto surge o futuro senhor do crime Lucky Kunene. Rapidamente seus pequenos delitos escalam para assaltos mais agressivos e roubos de carro. Logo ele percebe que precisa de crescer ainda mais para cumprir seus objetivos de ser grande, morar em uma casa à beira-mar e escapar da favela. Ele traça um plano elaborado e violento para atrair a fortuna, mas sua ambição não passa despercebida aos olhos da polícia de Johanesburgo. Seus problemas com a lei, concomitante à crescente guerra entre traficantes locais, cria um impasse tenso: ambos estão se aproximando e Kunene precisa estar sempre um passo à frente ou seu império irá desmoronar.

O Gângster (2007), Ridley Scott

Ninguém notava Frank Lucas, o silencioso motorista de um dos principais chefes do crime em Nova York. Quando seu patrão morre, Frank explora a abertura na estrutura de poder para construir seu próprio império e criar sua versão do sonho americano. Com uma inteligência e ética empresarial rígida, ele passa a comandar o comércio de drogas nos centros das cidades. Do outro lado, o policial Richie Roberts acompanha as ruas de perto o suficiente para sentir a mudança de controle no submundo das drogas. Ele percebe que alguém está escalando os degraus acima das famílias conhecidas.

Bugsy (1991), Barry Levinson

O filme retrata os últimos anos da vida de Benjamin Bugsy Siegel, que ao lado de Meyer Lansky e Charlie Luciano, foi um dos principais gângsteres de Nova York. Bugsy conhece a aspirante a atriz Virginia Hill, em Los Angeles, e se apaixona perdidamente, enquanto sua família permanece em Nova York. Depois de uma visão quase mística no deserto de Nevada, Bugsy convence seus parceiros de crime a se juntarem a ele na construção de um cassino em um deserto, chamado Las Vegas, o Flamingo. Conforme vê seu sonho se tornando realidade diante de seus olhos, a operação orçada em um milhão de dólares acaba custando seis vezes mais. A máfia perde a confiança em Bugsy depois que uma conta secreta no nome de Virginia é encontrada em um banco suíço.

Scarface (1983), Brian De Palma

Depois de obter um green card em troca do assassinato de um funcionário do governo cubano, Tony Montana reivindica o direito ao tráfico de drogas em Miami. Assassinando cruelmente qualquer um que atravesse seu caminho, Tony se torna o maior traficante do estado, controlando quase toda a cocaína que passa por Miami. Mas o aumento da pressão da polícia, as guerras com os cartéis de drogas colombianos e sua própria paranoia munida pelo uso excessivo de drogas servem para aumentar a crise que desembocará em sua queda.


Jornal fresquinho de manhã, pão quentinho, café recém passado. Cheiro do livro comprado recentemente, desempacotar um eletrodoméstico novo, abrir uma caixa de presente. A novidade é sempre muito gostosa. Nada como algo novo para tornar seu dia mais revigorante e te motivar. Todo início de mês, a Netflix recomeça a renovar seu catálogo e anuncia novas produções que serão lançadas ao longo das quatro próximas semanas. A Revista Bula sabe como os assinantes do streaming esperam por essas estreias e, por isso, traz agora uma seleção do que virá de melhor para julho. Confira o que assistir durante o mês. Destaques para “A Fera do Mar”, de 2022, de Chris Williams; “Agente Oculto”, de 2022, de Anthony Russo e Joe Russo; e “Blonde”, de 2022, de Andrew Dominik. Os títulos disponíveis na Netflix estão organizados de acordo com o ano de lançamento e não seguem critérios classificatórios.

Imagens: Divulgação / Reprodução Netflix

A Fera do Mar (2022), Chris Williams

Nos tempos em que feras aterrorizantes surgiam nos mares e caçadores de monstros eram verdadeiros heróis, Jacob Holland era o mais conhecido de todos. Agora, o famoso aventureiro irá se deparar com Maisie Brumble, uma jovem que embarcou clandestinamente em seu navio. Ela se tornará uma fiel e inesperada aliada em uma jornada cheia de aventuras por lugares inexplorados.

Agente Oculto (2022), Anthony Russo e Joe Russo

Courtland Gentry é um agente oculto da CIA, de codinome Sierra Seis. Ele era um habilidoso “negociador da morte”, mas passa a ser alvo da agência ao descobrir segredos federais. Quando o ex-colega da inteligência, Lloyd Hansen, oferece uma recompensa por sua cabeça, Gentry passa a ser caçado por assassinos internacionais. Mas ele receberá ajuda da agente Dani Miranda para se defender.

Blonde (2022), Andrew Dominik

Baseado no romance de Joyce Carol Oates, “Blonde” reimagina a vida de um dos maiores ícones de Hollywood, Marilyn Monroe. De uma infância difícil como Norma Jeane até sua esplendorosa fama e os relacionamentos com os figurões. A história quer explorar os dois lados da celebridade, de frente e por trás das câmeras.

Olá, Adeus e Tudo Mais (2022), Michael Lewen

Namorados durante o ensino médio, Clare e Aidan haviam combinado de terminar o romance quando chegasse o momento de ir para a faculdade. Em sua última noite juntos, eles relembram os momentos mais marcantes que viveram juntos, como o dia em que se conheceram, o primeiro beijo e a primeira briga. As lembranças os farão questionar se realmente é necessário separar seus caminhos.

Persuasão (2022), Carrie Cracknell

Baseado no romance de Jane Austen, o filme conta a história de Anne Elliot, uma jovem que vive com sua família esnobe à beira da falência. Anne é uma mulher fora do padrão e à frente de seu tempo. Quando Frederik Wentworth, um homem impetuoso que um dia ela afastou, reaparece em sua vida, ela precisa escolher se deixará essa história para trás ou se dará uma nova chance ao amor.

Live is Life (2021), Dani de la Torre

No verão de 1985, Rodri, como em todos os anos, deixa a Catalunha para visitar a cidade de seus pais e reencontrar seus antigos amigos. Neste ano, tudo será diferente. Os problemas do mundo real começam a aparecer em suas vidas, ameaçando a amizade. Os cinco adolescentes planejam fugir na noite da véspera de São João em busca de uma flor mágica que pode realizar desejos. Uma aventura cheia de ação, emoção e esperança os fará amadurecer e ficará para sempre guardada em suas memórias.

Extraordinário (2017), Stephen Chbosky

Auggie Pullmann vai começar a quinta série e pela primeira vez irá para a escola e conviverá com outros colegas. Antes, ele recebia educação em casa, pela sua mãe, Isabel. Além de se preocupar com o quanto as outras crianças são mais avançadas no ensino, Auggie nasceu com uma anormalidade genética que tornou seu rosto bem diferente do comum. Ele passou por mais de 20 cirurgias e agora pode ouvir e falar como uma criança qualquer, mas fisicamente ele não se encaixa. Sem poder usar seu capacete de astronauta na escola, Auggie e sua família enfrentarão grandes desafios com essa nova mudança.

Informações Revista Bula


Filme bateu US$ 1 bilhão

Top Gun: Maverick Foto: Reprodução/Print de vídeo YouTube Paramount Brasil

Os filmes Top Gun: Maverick e Elvis tiveram uma batalha acirrada nas bilheterias e empataram, ocupando o primeiro lugar na América do Norte. Cada longa arrecadou 30,5 milhões de dólares (R$ 157 bilhões), neste fim de semana. As informações são da Reuters.

Na última sexta-feira (24), Elvis chegou a ocupar o primeiro lugar, mas no sábado caiu para a segunda posição.

Mas o que chama a atenção é o sucesso de Top Gun: Maverick. Os números impressionam porque o longa gerou 30,5 milhões em seu quinto fim de semana de lançamento, elevando sua bilheteria para 521 milhões de dólares só nos Estados Unidos. Ele já era o filme de maior bilheteria do ano nos EUA e Canadá, mas depois deste fim de semana, passou a ser o de maior bilheteria nas bilheterias globais, com 1 bilhão de dólares até o momento.


Dois homens nada parecidos têm as histórias cruzadas depois que um deles vai parar na casa em que o outro já está — argumento confuso, decerto, mas também elucidativo. Mal-entendidos nunca são o bastante em enredos em que a realidade é feita de equívocos tolos que por seu turno degringolam em situações verdadeiramente complexas, aditivadas por tensão e perigo. Indivíduos comuns, cuja banalidade afronta o mais simplório dos homens, passam por matadores de aluguel, assassinos impiedosos que levam seu ofício a sério e não dispõem de tempo nem de vontade para brincadeiras ou outras dispensáveis interações sociais. Evidentemente, hão de surgir lances cômicos em tamanha barafunda, uma vez que o facínora gosta de mencionar poetas do século 19, e faz de seus versos o código com que se identifica. O outro, se tanto, domina a arte de vender os planos da academia do melhor amigo, mas começa a perceber que tem condições de ir além caso absorva a estranheza daquele universo diferente, pleno de outras cores, muito mais grotesco do que ele supusera, ao passo que encantador também.

O absurdo sem maiores consequências desse encontro fortuito ganha dimensões incontroláveis em “O Homem de Toronto” (2022), comédia em que o diretor Patrick Hughes junta temas aparentemente desconexos, mas que se interligam, graças ao absurdo das situações que se deslindam pouco a pouco. Teddy Nilson, o atrapalhado anti-herói encarnado por um Kevin Hart naturalmente engraçado, decide passar uns tempos num chalé rústico num lugar bucólico em Onancock, na Virgínia, sudeste dos Estados Unidos, mas devido a um defeito da impressora — boa sacada do roteiro de Chris Bremner e Robbie Fox —, não distingue o número do imóvel que o contrato especifica. Bate à porta de Randy, um vilão de personalidade instável, muito bem desenvolvido por Woody Harrelson, que enxerga na estranha coincidência a oportunidade de uma aposentadoria milionária, quando poderá, enfim, livrar-se da chefe obsessiva, interpretada por Ellen Barkin, deixar para trás a exasperante rotina no crime e abrir seu restaurante cinco estrelas. Por óbvio, aparecem percalços no caminho: Teddy não é exatamente um bastião de coragem, mas sua tibieza de espírito choca o pragmatismo sanguinário de Randy, que precisa ensinar o beabá da máfia ao novo candidato a discípulo.

Hughes constrói seu filme de modo a fazer com que o desconforto que permeia a relação entre os personagens de Hart e Harrelson ceda lugar a uma amizade genuína, em que pese o temperamento antissocial de Randy, que só consegue dispensar carinhos ao Dodge Charger 1969 440 R/T, que ele chama de Debora; Teddy, por sua vez, é o típico americano tranquilo, inabalável em sua fé na humanidade e muito satisfeito com o trabalho medíocre, que lhe possibilita viver em relativo conforto com a mulher, Lori, interpretada por Jasmine Matthews. Mesmo assim, se unem no enfrentamento aos bandidos mais bem treinados do mundo, a começar pelo Homem de Miami, de Pierson Fodé (guarde esse nome) numa transição esmerada da trajetória de galã para trabalhos mais exigentes. Maggie, a melhor amiga de Lori, vivida por Kaley Cuoco, entra em cena como a coadjuvante de luxo, enchendo a tela com tiradas cínicas sobre o relacionamento da personagem de Matthews, que sempre passa o aniversário de casamento sozinha.

No segundo ato, o texto de Bremner e Fox inclui a menção desnecessária a um tal Sebastián Marín, de Alejandro de Hoyos como o corrupto presidente da Venezuela, a fim de, quiçá, atenuar uma possível futilidade — como se um filme não pudesse ser “apenas” divertido, sem maiores pretensões, e fosse obrigado a apresentar uma questão ideológica qualquer, um tema pretensamente sério que o cacifasse para premiações e outros galardões que tais —, o que se revela uma ameaça ao bom andamento do que se vinha assistindo até então. Felizmente, “O Homem de Toronto” volta ao leito, mostrando a que veio com suas incontáveis reviravoltas cheias de perseguições, trocas de socos, dublês detalhadamente ensaiados e marginais que leem Yeats.


Filme: O Homem de Toronto
Direção: Patrick Hughes
Ano: 2022
Gêneros: Ação/Comédia
Nota: 8/10


Avião da Embraer foi usado em filmagens de Top Gun: Maverick ,  VEJA VÍDEO

Recentemente falamos sobre um jatinho ERJ-135 Legacy da Embraer que foi usado para transportar o elenco de Top Gun: Maverick. O que não se sabia até agora é que um outro avião da Embraer também participou das filmagens do longa-metragem que bateu recordes no fim de semana de lançamento.

Após a chegada do aguardado filme aos cinemas, uma série de imagens bastidores e produção tem surgido pelas redes sociais.

O piloto Kevin LaRosa II, que foi coordenador das tomadas aéreas do novo Top Gun, entrou na onda e publicou imagens belíssimas do jato Phenom 300 da Embraer usado durante as filmagens a bordo do porta-aviões nuclear USS Theodore Roosevelt da Marinha dos EUA. Confira o vídeo.

Um dos momentos mais impressionantes é quando a aeronave sobrevoa o deque do porta-aviões, lembrando os pousos e toque-e-arremetida dos caças F/A-18 Super Hornet que operam a bordo do mesmo navio. 

Informações Terra Brasil Notícias


Longa derivado da franquia Toy Story estreia nesta sexta-feira

Alisha Hawthorne é um personagem lésbico de desenho Foto: Divulgação/Disney/Pixar

O novo desenho da Disney, Lightyear – derivado da franquia Toy Story – foi banido em pelo menos 14 países do Oriente Médio e Ásia. O motivo é uma cena em que a personagem Alisha Hawthorne e sua namorada se beijam.

Alisha é um patrulheira espacial, amiga de Buzz Lightyear, que se casa com outra mulher no longa, com quem tem sequências de casal. Executivos da Disney já haviam retirado a cena do beijo lésbico do filme, mas funcionários protestaram tornando a ação pública.

De acordo com a alegação, em março, executivos da empresa haviam solicitado cortes de “quase todos os momentos de demonstrações de afeto gay”. Sendo assim, a polêmica cena foi reinserida.

– Sempre pretendemos que esse relacionamento estivesse lá – disse Angus MacLane, diretor da produção, ao site Yahoo Entertainment.

De acordo com informações da revista Variety, a Pixar, que faz parte do conglomerado de produtoras da Disney, não chegou a submeter o desenho à censura da Arábia Saudita, pois sabe que lá a produção não seria aprovada.

A China – um dos maiores mercados cinematográficos do mundo -, manteve o lançamento de Lightyear na sua integralidade, nesta sexta-feira (17). No Brasil, a estreia também está mantida, para a mesma data.

Dentre os países que vetaram a exibição do longa estão Indonésia, Egito, Líbano, Kuwait e Emirados Árabes Unidos.

Informações Pleno News


Se fosse possível classificar o cinema indiano com um único vocábulo, essa palavra teria, sem dúvida, de evocar a ideia de ousadia. Como isso pode até ser possível, mas certamente não é desejável, há que se aludir também ao exagero, recurso de que diretores hindus se valem desde sempre a fim de falar de assuntos elementares, tão banais que escandalizam precisamente por sua vulgaridade. Essas situações corriqueiras, esses fatos nada espetaculares da vida de qualquer um, revestem-se logo de uma aura de mistério, uma vez que há sempre um elemento oculto de alguma importância à espreita, pronto para tomar a trama de assalto. O público, por óbvio, já o espera, certo de que será exatamente este o detalhe a fazer a diferença e justificar as demais   extravagâncias por aflorar. Nada, nem mesmo aquela cantoria toda é em vão.

Sriram Raghavan incorpora um argumento no mínimo inventivo a fim de proporcionar a seu filme a chance de avançar sobre as expectativas e reduzi-las a pó. Em seu “Assassinato às Cegas”, thriller assumidamente insensato que junta deficiência física, música, casamento por conveniência e perversão sexual, o diretor elabora uma crítica com dimensões de verdadeira iluminação à hipocrisia humana. Exemplo mais bem acabado quanto a ilustrar tal raciocínio é a cena em que o casal de amantes formado por Simi, vivida por Tabu, e Manohar Jawanda, o inspetor de polícia mulherengo e corrupto interpretado por Manav Vij, tenta livrar-se da maior evidência de que algo está fora da ordem. Os dois assassinaram sem muita convicção — se é que isso é possível — o marido de Simi, Pramod, de Anil Dhawan, que frustrou mais um encontro fortuito dos adúlteros ao voltar mais cedo de uma viagem a trabalho. Existe, claro, a devida carga dramática no roteiro de Raghavan, Arijit Biswas, Hemanth M. Rao, Pooja Ladha Surti e Yogesh Chandekar, mas há também uma dose cavalar de humor, ora ingênuo, ora perniciosamente malicioso, muito bem encarnado por Akash, o pianista que simula ser cego e por esse motivo tem a vida revirada. O anti-herói de Ayushmann Khurrana e implicado no crime por acaso, num lance francamente tragicômico, à Chaplin ou “O Gordo e o Magro”, e o malabarismo que é obrigado a executar a fim de levar a cabo a denúncia do que não pode ter visto é a escolha mais feliz em que o diretor passa a trabalhar.

Tomando a cegueira forjada de Akash à luz de uma grande brincadeira, Raghavan jamais se preocupa em esclarecer por queseu protagonista se comporta assim, se foge do mundo ou de si mesmo. A provável psicopatologia do personagem passa longe de ser a preocupação central de “Assassinato às Cegas”, e o diretor prefere, acertadamente, concentrar-se nos planos de Akash para levar as autoridades até os culpados. A entrada em cena de Sophie, vivida por Radhika Apte, é o respiro romântico de que um filme que se revela tão tenso e acelerado tanto necessita; malgrado nunca tenham nada, Sophie compreende a agonia de Akash, intui que ele de fato padece de algum mal secreto terrível, mas que por uma razão muito forte deve se preservar mudo, além de cego. A inclusão de uma subtrama envolvendo tráfico de órgãos, na primeira grande guinada do filme, ameaça a coesão do roteiro, que felizmente retoma a direção do nonsense, apontando para a conclusão plena de ricos nuances dramatúrgicos.

Como não poderia deixar de ser em produções de Bollywood, “Assassinato às Cegas” é todo marcado por números musicais — tantos que exasperam o espectador mais pragmático —, mas a opção de K.U. Mohanan por uma fotografia mais sóbria, ainda mais se comparada ao que se observa no cinema indiano, pródigo de rosas-choque e verdes-limão cintilantes, oferecem, além de conforto, a certeza de que o suspense se mantém firme até o último quadro. De uma maneira ou de outra, as produções indianas sempre causam surpresa.


Filme: Assassinato às Cegas  
Filme: Sriram Raghavan
Ano: 2018
Gêneros: Crime/Comédia
Nota: 9/10

Informações Revista Bula


Se a sua ideia é passar o domingo em casa descansando e vendo TV, a Revista Bula te ajuda com uma seleção de filmes que acabaram de chegar ao catálogo da Netflix e são perfeitos para uma sessão de cinema, no conforto de seu sofá. Na lista, produções de todos os gêneros e para todos os gostos, do drama ao suspense, da comédia a aventura. Todos os filmes selecionados foram aclamados pela crítica e pelo público. Destaques para “Arremessando Alto” (2022), de Jeremiah Zagar; “O Soldado que não Existiu” (2022), de John Madden; e “Capitão Fantástico” (2016), de Matt Ross. Os títulos disponíveis na Netflix estão organizados de acordo com o ano de lançamento e não seguem critérios classificatórios.

Imagens: Divulgação / Reprodução Netflix

Arremessando Alto (2022), Jeremiah Zagar

Stanley Beren é um olheiro de basquete que descobre por acaso o jogador amador espanhol, Bo Cruz, jogando em um parque nos arredores de Madri. Vendo no rapaz um talento como há muito tempo não encontrava, Stanley se vê renovado de esperanças e decide levar o fenômeno para os Estados Unidos, sem a aprovação da equipe. Os dois terão de provar, contra todas as probabilidades, que têm o que é preciso para chegar à NBA.

Contra o Gelo (2022), Peter Flinth

Em 1909, a Expedição Ártica da Dinamarca, liderada pelo capitão Ejnar Mikkelsen, tenta resistir à reivindicação dos Estados Unidos ao nordeste da Groenlândia. De acordo com o país norte-americano, a Groenlândia era parte dos Estados Unidos, que havia se divido em um outro pedaço de terra. Mikkelsen embarca em uma jornada pelo gelo com seu colega Iver Iverson para encontrar provas de que a Groenlândia é uma ilha. A jornada, no entanto, se mostrará muito mais complicada que o esperado, sujeitando os expedicionários à fome, fadiga extrema, ataque de urso polar e paranoia.

O Soldado que não Existiu (2022), John Madden

Em meio à Segunda Guerra Mundial, as forças aliadas preparam uma tomada da Sicília pela costa sul. No entanto, os nazistas descobrem os planos. Os oficiais da inteligência, Ewe Montagu e Charles Cholmondelcy são convocados para elaborar uma estratégia para embaraçar os soldados de Hitler e fazê-los acreditar que o alvo das forças aliadas é, na realidade, a Grécia. Inspirado em uma história real.

Capitão Fantástico (2016), Matt Ross

Ben e seus filhos vivem na floresta, se alimentam do que caçam, leem livros complexos e rejeitam o estilo de vida capitalista. Eles acreditam que estão lutando para sobreviver em uma sociedade cada vez mais distante da natureza e do conhecimento intelectual. Apesar disso, o filho mais velho, Bodevan, sonha em frequentar uma universidade, enquanto o mais novo, Rellian, quer ser uma criança como todas as outras. A mãe cometeu suicídio recentemente e todos ainda estão impactados com sua ausência. Apesar de não terem sido convidados, a família toda embarca em uma viagem de ônibus para participar do funeral, promovido pelo avô materno aristocrata.

Whiplash: Em Busca da Perfeição (2014), Damien Chazelle

Andrew Neiman é um músico talentoso, que consegue entrar no prestigiado conservatório de música de Manhattan, a Schaffer Academy. O sonho dos estudantes de música do conservatório é ser convidado para à banda de jazz, regida pelo severo professor Terence Fletcher. Ele treinou alguns dos melhores instrumentistas de jazz da atualidade, mas agradá-lo não é uma tarefa fácil. Seus métodos incluem assédio moral, agressões e completa humilhação, além de forçar seus alunos ao limite da exaustão. Andrew é convidado para ser o baterista da banda, mas o que começa como um sonho, pode se tornar o fim do seu amor pela música.

Taxi Driver (1976), Martin Scorsese

Travis Bickle é um jovem desequilibrado que, após o serviço militar, se mudou para Nova York. Com insônia, ele aceita trabalhar como taxista nas madrugadas. Enojado com a sujeira e a corrupção na cidade, ele começa a fantasiar sobre fazer justiça com as próprias mãos. Incapaz de se conectar com outras pessoas, a única amiga que faz na cidade é uma prostituta menor de idade, explorada por um perigoso cafetão. A saúde mental de Bickle rapidamente se deteriora e ele acredita ser capaz de limpar, por conta própria, Nova York do crime.

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