Desde o começo do ano, Paris tem sido palco de casos de violência, alguns envolvendo turistas, que aumentam a sensação de insegurança de moradores e visitantes. Mas será que a Cidade Luz está ficando realmente mais perigosa?
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de Paris, em seu último balanço semestral, publicado em 16 de janeiro, as agressões diminuíram na região metropolitana nos últimos meses de 2022.
Um comunicado do órgão aponta que o número de assaltos com violência, mas sem arma, diminuíram 20%, e os assaltos com arma, 13,2%. Os furtos, principais crimes cometidos contra os turistas em Paris, diminuíram apenas 2,1%. O documento não traz informações sobre violências sexuais.
Para os entrevistados no estudo, o metrô é o lugar mais perigoso. As estações mais angustiantes para os parisienses, de acordo com a pesquisa, são Franklin D. Roosevelt, na Avenida Champs-Élysées, Anvers, um dos acessos ao bairro de Montmartre, e La Fourche, no 17° distrito. As três estações se encontram em regiões frequentadas por turistas e com grande número de hotéis e restaurantes.
Uma das estações (La Fourche) conta com uma delegacia de polícia a apenas 500 metros de distância. No entanto, isso não parece diminuir a sensação de insegurança dos usuários.
As linhas mais temidas, ainda segundo o estudo, são 13, 6, 1, 8 e 12 nesta ordem.
Sem surpresa, os pontos turísticos de Paris são potenciais locais para ocorrências de roubo e delinquência. Moradores dos bairros próximos à Torre Eiffel têm denunciado o aumento da violência em torno do monumento. Vendedores ambulantes, atividades comerciais proibidas, ofertas de transportes ilegais e roubos são constantes, de acordo com a Associação dos Amigos do Campo de Marte.
De acordo com um ranking evolutivo do jornal britânico The Economist, que leva em conta outras variáveis reais, como policiamento, segurança ambiental e bem-estar, Paris ocupa um lugar semelhante ao de Madri, Londres e Roma em matéria de segurança.
A França tem uma taxa de homicídios baixa entre os países do mundo, de 1,4 mortes por cada 100 mil habitantes (no Brasil esta taxa foi de 22,3 em 2021). Este número só diminuiu nos últimos 20 anos.
Em 5 de fevereiro, uma turista brasileira, acompanhada da irmã, foi vítima de um estupro aos pés de um dos monumentos mais célebres do mundo, a torre Eiffel. O caso é investigado atualmente pela polícia francesa.
No começo desta semana, partes do corpo de uma mulher foram encontrados no parque Buttes-Chaumont, um dos locais mais frequentados por parisienses e turistas na cidade.
A descoberta macabra aconteceu na mesma região da cidade onde, em outubro do ano passado, o corpo de Lola, uma menina de 12 anos, que foi torturada e assassinada, foi encontrado dentro de um baú.
Informações UOL