Quase 50 mil consumidores prejudicados em pacotes de viagens comprados para até dezembro deste ano. Pessoas que tiveram sonhos e projetos interrompidos e um grande prejuízo financeiro e que ainda não sabem, em sua maioria, se vão conseguir reaver seu investimento. Esta é a realidade de quem comprou passagens e pacotes de viagens da empresa 123milhas, plataforma de turismo que entrou em crise há mais de 30 dias, com a suspensão de pacotes e viagens promocionais da Linha Promo123 – período de setembro-dezembro/2023.
De acordo com o advogado Ramon Carneiro, especialista em Direito do Consumidor e Direito Cível, com a chegada do final do ano e o aumento da procura por pacotes de férias, é preciso tomar alguns cuidados para que a lista de consumidores prejudicados não aumente ainda mais, uma vez que as atividades permanecem e nada impede que novas emissões de passagem sejam realizadas pela 123milhas.
O quadro de incerteza gerado pela decisão unilateral da empresa 123 Milhas de cancelar esses pacotes turísticos e de viagens, bem como a possibilidade do não ressarcimento imediato de quem adquiriu produtos e serviços da 123milhas gerou no consumidor, que agora se planeja para viagens de final do ano, a necessidade de se atentar para alguns critérios ao eleger uma empresa desse ramo para a realização da compra de passagens ou pacotes completos de turismo. “Lembrando que a própria empresa estaria disponibilizado voucher, ao invés do reembolso em dinheiro”, salientou Dr. Ramon Carneiro.
O advogado chama a atenção, em especial, para a necessidade de o cliente pesquisar acerca da saúde financeira da empresa onde se realizará a compra. Uma outra orientação diz respeito à importância de “estarmos atentos para a política de cancelamento e alteração do pacote turístico, ou seja, ler e conhecer quais as implicações para cada lado”, frisou o advogado. A confiabilidade da empresa é outro aspecto essencial e que, portanto, não pode ser negligenciado. “Essa confiabilidade pode ser feita através de consultas a sites conhecidos como “reclame aqui”. São várias as empresas que oferecem bens no mercado e consumo e que são avaliadas por consumidores nesses sites”, alertou.
Por fim, é preciso verificar com o hotel ou pousada contratados se suas reservas foram efetivamente concluídas “e se eles(hotéis/pousadas) existem efetivamente, a fim de que o consumidor não caia no golpe do hotel fantasma”. Para aquelas pessoas que já se encontram no prejuízo, o advogado Ramon Carneiro aponta a busca por orientação judicial como o melhor caminho.
Por *Adriana Matos*