A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, anunciou na última terça-feira, 24, que acionou a Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal (MPF) e os Tribunais Regionais Eleitorais para que deem prioridades aos casos de agressões em debates e intensifiquem o combate à violência nas eleições deste ano.
O anúncio de Cármen Lúcia foi feito um dia depois de um assessor do candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) desferir um soco em um membro da equipe do prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), no fim do debate organizado pelo Flow Podcast.
Entretanto, a violência física começou há dez dias, em 15 de setembro, quando José Luiz Datena, também candidato à Prefeitura de São Paulo, deu uma cadeirada em Marçal. No debate do Flow Podcast, na última segunda-feira, 23, o videomakerNahuel Medina agrediu o marqueteiro Duda Lima com um soco no rosto. A confusão se deu depois de Marçal ser expulso do debate pelo mediador, Carlos Tramontina.
Segundo a ministra, é necessário dar prioridade a investigações, acusações e julgamentos desses casos de violência. “Casos de violência da mais variada deformação vêm se repetindo neste processo eleitoral e afrontam até mesmo a nobilíssima atividade da política, tão necessária. Política não é violência, é a superação da violência. Violência praticada no ambiente da política, não apenas o agredido, se não que ofende toda a sociedade e a própria democracia”, afirmou a presidente do TSE.
Sem citar os casos de violência que marcam a campanha em São Paulo, Cármen Lúcia afirmou que os eleitores se tornaram reféns de “cenas de pugilato”. A presidente do TSE também declarou que a campanha deste ano possui “cenas e práticas que envergonham e ofendem a civilidade democrática”.
“Por despreparo, descaso ou tática ilegítima e desqualificada de campanha, atenta-se contra cidadãs e cidadãos, atacam-se pessoas e instituições e, na mais subalterna e incivil descompostura, impõem-se às pessoas honradas do país, que querem apenas entender as propostas que os candidatos oferecem para a sua cidade, sejam elas obrigadas a assistir a cenas abjetas e criminosas que rebaixam a política a cenas de pugilato, desrazão e notícias de crimes”, declarou Cármen Lúcia.
Cármen Lúcia também cobrou um posicionamento incisivo dos partidos políticos, que, de acordo com ela, não podem compactuar com “cenas de vilania”. “Democracia exige respeito, e humanidade impõe confiança, e não se confia em quem não possui compostura e modos para viver”, afirmou Cármen Lúcia.
Por causa da escalada de violência, os debates na campanha da capital paulista estão tendo reforços na segurança. No debate da RedeTV!, que ocorreu no último dia 17, as cadeiras ocupadas pelos candidatos foram parafusadas no chão. No encontro do Flow, não houve embates diretos entre os postulantes à prefeitura.
Revista Oeste, com informações da Agência Estado