O Brasil promove mais exportações para os membros dos Brics do que para os Estados Unidos e União Europeia juntos. É o que aponta um levantamento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Segundo as informações da pasta, o país mantém uma balança comercial positiva com os países do bloco pelo menos desde 2018. Por outro lado, o saldo com Estados Unidos e União Europeia (UE) é negativo.
Os dados do MDIC também revelam que a relação comercial é favorável ao Brasil com os parceiros emergentes, ao contrário dos EUA e UE.
Ainda de acordo com a pasta, as exportações do Brasil cresceram de forma generalizada nos últimos anos, porém, as vendas aos Brics subiram de forma muito mais acelerada em relação aos americanos e europeus.
Em 2009, Estados Unidos e União Europeia importaram US$ 45 bilhões do Brasil, enquanto Rússia, Índia e China compraram US$ 27,3 bilhões. Este cenário mudou em 2018, quando as exportações para Estados Unidos e União Europeia atingiram US$ 83,2 bilhões, enquanto para os Brics, somaram US$ 123 bilhões.
E a tendência se manteve também em 2024. Até setembro, as exportações para os Brics aumentaram 6,5%, enquanto para os EUA e UE somaram 5,8%, em comparação ao mesmo período do ano passado.
A China tem um papel importante nesses números. Desde que superou os Estados Unidos, em 2009, como principal parceiro comercial do Brasil, as exportações brasileiras para o país asiático cresceram 396%, a US$ 104 bilhões até o final de 2023.
Quando as exportações do Brasil para os países do Brics superaram os envios para EUA e UE, as compras feitas pela China representavam 90,2% do total do grupo. Em 2023, a fatia caiu para 84,5%.
Dentre as exportações, o destaque vai para as commodities e insumos agrícolas. Os alimentos brasileiros vêm suprindo a necessidade de regiões com baixa produção, como as mais desérticas e as com grande população, como a China.
O Brics foi criado em 2009 por Brasil, Rússia, Índia e China. A África do Sul se juntou ao bloco em 2011. Em 2023, Etiópia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Irã e Egito também se integraram ao grupo.
Informações Revista Oeste