O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) diz que a estratégia de confissão da defesa de Mauro Cid é “kamikaze”. A declaração foi dada ao jornalista Túlio Amâncio, da Band.
Bolsonaro afirmou que Cid é capaz de fazer qualquer coisa para sair da cadeia. Mauro Cid foi ajudante de ordens de Bolsonaro e o militar mais próximo de Bolsonaro.
Ele diz que não mandou vender as joias da Presidência e nega que recebeu dinheiro em espécie. À imprensa, o advogado de Cid, Cezar Bitencourt, diz que Cid vendeu o relógio Rolex a mando de Bolsonaro. “Entregou o dinheiro a ele”.
Para Bolsonaro, a estratégia do novo advogado de Cid é “kamikaze”.
Cid decidiu depor após três meses preso e em silêncio. O Código Penal prevê uma redução da pena se um crime é cometido por ordem “de autoridade superior” — Cid era ajudante de ordens de Bolsonaro.
Para o advogado de Cid, se o depoimento compromete ou não Bolsonaro é indiferente.“Cada um com suas responsabilidades. O compromisso dele é com a verdade”.
A decisão de Cid pela confissão aconteceu após operação da PF contra o esquema de desvio e venda de presentes da Presidência.O pai de Cid, o general Mauro Lourena Cid, foi alvo de busca e apreensão.
O tenente-coronel Mauro Cid deve confessar que vendeu joias dadas a Bolsonaro em agendas oficiais. A informação foi confirmada pelo advogado Cezar Bitencourt para a revista Veja.
Ele também deve dizer que transferiu o dinheiro para o Brasil e entregou os valores em espécie para Bolsonaro.
Cid vai apontar Bolsonaro como mandante do esquema e justificar que cumpria ordens. “Resolve lá”, era o que dizia Bolsonaro no caso de venda de joias e repasse ilegal de dinheiro.
O advogado Bitencourt diz que pretende se encontrar em breve com o ministro Alexandre de Moraes, do STF, para tratar da confissão de Mauro Cid. A intenção é que ela sirva como um atenuante na hora da definição de pena de Cid.
Informações UOL