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Nesta última sexta-feira (9), o Ministério Público da Bahia (MP-BA) protocolou uma denúncia que envolve 12 pessoas no chamado “escândalo do Pix”. Esse esquema, que desviava dinheiro de doações feitas no programa Balanço Geral Bahia da Record Bahia até o ano passado, está sob investigação. As informações são do jornal F5.
De acordo com o MP-BA, os líderes da operação seriam Marcelo Castro, apresentador da TV Aratu, afiliada do SBT no estado baiano, e Jamerson Oliveira, ex-editor da Record Bahia, e que agora trabalha com Castro no SBT local. A defesa dos acusados afirma que o caso corre em segredo de Justiça e que, por ora, eles não irão se pronunciar.
O comunicador Marcelo Castro e seu aliado Jamerson Oliveira irão responder pelas acusações de associação criminosa e apropriação irregular. As investigações apontam que o grupo atuou entre 2022 e 2023, por um período de um ano e cinco meses, arrecadando mais de R$ 540 mil em doações. Desse montante, cerca de R$ 410 mil teriam sido apropriados, destinando apenas R$ 135,9 mil às vítimas retratadas no programa.
Segundo o Ministério Público, “o grupo, de forma consciente e devidamente ajustada”, se uniu para cometer crimes contra pessoas em situação de vulnerabilidade social. Esses indivíduos necessitavam de ajuda para resolver problemas graves de saúde ou relacionados à falta de estrutura. As doações eram arrecadadas via chaves Pix exibidas na tela do programa da Record.
O suposto esquema foi descoberto em março de 2023, após o jogador de futebol Anderson Talisca, atualmente no Al-Nassr, decidir fazer uma doação de R$ 70 mil. O valor seria destinado ao tratamento de Guilherme, de 1 ano, que lutava contra o câncer e precisava de um medicamento.
No entanto, um assessor do jogador percebeu que o número do Pix repassado para doação – que deveria pertencer a um familiar da criança – não correspondia ao que foi exibido na televisão. Esse alerta levou a emissora a instaurar um procedimento interno e protocolar uma notícia-crime, resultando na demissão de Marcelo Castro e Jamerson Oliveira dias depois.
Além das demissões, o “escândalo do Pix” levantou questões sérias sobre a transparência e a ética nos programas de televisão que solicitam doações ao público. A criança Guilherme, que foi destaque na reportagem e cuja família deveria receber os R$ 70 mil doados, infelizmente faleceu semanas após a exibição.
Informações TBN