A Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) manifestou preocupação com os impactos da nova medida tarifária anunciada pelo governo dos Estados Unidos, que pretende impor um acréscimo de 25% sobre as importações de alumínio.
Em nota, a ABAL salientou que, apesar do anúncio público da medida feito na última segunda-feira, 10, até o momento o Decreto Executivo com os detalhes das medidas a serem aplicadas sobre o alumínio ainda não foi publicado no site do governo americano.
Portanto, para a ABAL, ainda não está claro se essa nova tarifa substituirá a sobretaxa existente de 10% da Seção 232 ou se será adicionada a ela, resultando em uma tarifa total de 35%.
Conforme anunciado pelo presidente Donald Trump, desta vez não haverá exceções ou isenções para nenhum país.
Na medida anterior (Seção 232, imposta em 2018), os Estados Unidos aplicaram tarifas de 25% sobre importações de aço e 10% sobre importações de alguns produtos de alumínio.
No entanto, no caso do alumínio, alguns países receberam isenções totais (Canadá, México e Austrália) ou foram incluídos em acordos de cotas (Argentina, União Europeia e Reino Unido).
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Para a ABAL, os efeitos imediatos para o Brasil serão sentidos primeiramente nas exportações e na dificuldade de acesso dos produtos brasileiros a esse mercado.
Segundo a entidade, “apesar dos produtos de alumínio brasileiros terem plena condição de competir em mercados altamente exigentes como o americano, seja pelo aspecto da qualidade ou da sustentabilidade, nossos produtos se tornarão significativamente menos atrativos comercialmente devido à nova sobretaxa”.
Embora a participação do Brasil nas importações americanas de produtos de alumínio seja
relativamente pequena, menos 1%, os Estados Unidos é um parceiro comercial importante e correspondem a 16,8% das exportações brasileiras do metal.
Em 2024 as vendas para o mercado americano chegaram a US$ 267 milhões do total de US$ 1,5 bilhão exportado pelo setor no ano.
Em termos de volume, os Estados Unidos foram o destino de 13,5% do total (72,4 mil toneladas) das exportações brasileiras de produtos de alumínio.
Desse total, 54,2 mil toneladas das exportações estavam sujeitas à Seção 232, e chapas e folhas de alumínio corresponderam a 76% desse volume.
A ABAL disse estar em diálogo com o governo brasileiro para compreender as implicações dessa medida e buscar soluções que mitiguem seus impactos sobre a economia nacional no curto e médio prazo, garantindo um ambiente mais competitivo para a indústria do alumínio brasileira.
Informações Revista Oeste