ROBERTO VIEIRA
TODO TRABALHO e manchete têm suas letras GARRAFAIS e sua letras MIÚDAS. As letras GARRAFAIS viram manchete e as letras MIÚDAS são muitas vezes esquecidas na HISTÓRIA.
O mesmo acontece com o artigo brasileiro ‘Hydroxychloroquine with or without Azithromycin in Mild-to-Moderate Covid-19’, publicado no NEW ENGLAND JOURNAL OF MEDICINE.
O artigo nega a eficiência da Hidroxicloroquina e da Azitromicina e esta negativa correu o mundo… certo? Condenação sem direito a defesa e sem perdão, certo?
Errado. Muito errado.
Porque no mesmo artigo, nas discussões, para ser mais exato, os próprios autores se penitenciam por cinco pecados capitais.
Quais?
Em primeiro lugar eles próprios consideram o trabalho INCAPAZ de determinar a eficácia das drogas:
‘the trial cannot definitively rule out either a substantial benefit of the trial drugs or a substantial harm.’
Céus! Ninguém falou isso na mídia? Sério??!!
Segundo, o trabalho não foi ‘cego’ no linguajar científico:
‘Second, the trial was not blinded.’
Uau!!!
Terceiro, houve desvios do protocolo proposto:
‘Third, despite intense efforts to maintain adherence to the assigned treatments, a lack of medications that were perceived as beneficial by clinicians and patients led to some protocol deviations.
Quarto?
Esta é absurda.
Usaram pacientes que ‘não estavam usando Hidroxicloroquina ou Azitromicina’ mesmo que estivessem usando as duas medicações, porque era ‘muito difícil’ achar pacientes que não ‘estivessem USANDO HIDROXICLOROQUINA e AZITROMICINA’.
Fourth, the use of hydroxychloroquine plus azithromycin was widespread among patients hospitalized with Covid-19 in participating hospitals. The enrollment of patients with no previous use of these medications was challenging, so we decided to enroll patients provided that their previous use since the onset of symptoms was limited to 24 hours.
Por último, meus amigos, o trabalho confessa sua máxima culpa. Estudaram pacientes com até quatorze dias do início dos sintomas quando os próprios autores ‘confessam’ que substâncias que limitam a replicação viral como a Hidroxicloroquina podem ser ‘mais efetivas nos ‘estágios iniciais da doença’.
‘Finally, although the median time from symptom onset to randomization was 7 days, we included patients up to 14 days after the beginning of symptoms; it is conceivable that interventions that may limit viral replication (e.g., hydroxychloroquine) may be more effective earlier in the course of the disease.’
Não sabemos exatamente o que é mais curioso em relação ao trabalho. A publicação pelo NEW ENGLAND de um texto repleto de pecados em suas letras minúsculas ou a leitura unilateral de parte da mídia de suas letras GARRAFAIS.
Todo trabalho e toda notícia são benvindos na busca da VERDADE. Os pacientes precisam dessa busca incessante pelo melhor tratamento. Na verdade, a vida de milhões de pessoas depende disso. Milhões de pessoas que não merecem esse tipo de trabalho científico, nem essas manchetes em letras GARRAFAIS.
Porque elas já lutam contra um inimigo minúsculo e invisível chamado coronavírus.
Minúsculo e invisível como as letras minúsculas do NEW ENGLAND.