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Por J.R Guzzo para Revista Oeste

Quando a direita ganha na votação popular, é porque o povo está sendo ‘contra a democracia’ — e isso não pode ser admitido pelos que se julgam condutores do ‘processo civilizatório’

Foto: Montagem Revista Oeste/Midjourney

À primeira vista, é um perfeito contrassenso. As eleições na Europa, dentro de cada país e no plano geral do Parlamento europeu, estão sendo apresentadas como uma ameaça mortal para a democracia. Por quê? Porque a direita tem boas chances de avançar mais. Tem sido assim nestes últimos tempos. A cada vez que a população é chamada para manifestar a sua vontade nas urnas, a direita ganha mais espaço e põe mais gente nos governos. Mas como os resultados de uma eleição limpa poderiam ser uma ameaça para a democracia? A ideia essencial das sociedades livres é exatamente esta: vai para o governo quem obtiver mais votos dos cidadãos. Estão querendo dizer, então, que só há democracia quando a esquerda ou o “centro” ganham a eleição? Chega-se aí à segunda vista, e por esta segunda vista não há contrassenso nenhum. Na visão unânime das elites políticas, culturais e econômicas, na Europa e no resto do mundo, é precisamente disso que se trata. Quando a direita ganha na votação popular, é porque o povo está sendo “contra a democracia” — e isso não pode ser admitido pelos que se julgam condutores do “processo civilizatório”. De acordo com a elite mundial, em suma, as eleições livres são hoje o maior perigo que existe para o Estado democrático. Assumiram o mandamento fundamental dos regimes de esquerda: o povo, realmente, não pode votar, porque se pudesse iria votar contra a gente.

É daí que vem a crescente histeria das mentes civilizadas diante do quadro eleitoral da Europa. Vai haver, já agora em junho, eleições gerais para o Parlamento da União Europeia, com 705 deputados dos 27 países membros. As previsões mostram que a direita é quem tem mais chances de crescer — e como lá não é a Venezuela, onde todos os candidatos viáveis da oposição são proibidos de concorrer, a esquerda e seus aliados de “centro”, ou coisa parecida, estão vivendo momentos de ansiedade intensa. Depois disso pode acontecer um horror maior ainda: uma possível vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos, descrita pelas vozes do “equilíbrio” como um passo direto rumo à Terceira Guerra Mundial e à volta do mundo à Idade da Pedra Lascada. Já houve a eleição de Javier Milei na Argentina. Haverá até mesmo as eleições municipais no Brasil, em outubro próximo — e o governo Lula, a dupla STF-TSE e a esquerda nacional estão num estado de pré-pânico com o que pode acontecer.

Vai haver, já agora em junho, eleições gerais para o Parlamento da União Europeia, com 705 deputados dos 27 países membros | Foto: Shutterstock

A ideia-matriz, nisso tudo, é a tentativa de impor uma nova definição para o conceito de democracia: todos podem votar, mas não podem votar nos candidatos, nas ideias e nos valores que preferem. Têm, necessariamente, de aderir às Escrituras da esquerda, que determinam a obediência ao vasto X-tudo montado por seus comissários. O sujeito, aí, tem de professar fé no “Estado”, a quem deve amar acima de todas as outras coisas. Tem de ser a favor dos movimentos negro, indígena, feminista, quilombola e identitário. Tem de denunciar a “crise do clima”, as fake news e as grandes fortunas. Tem de ser a favor da regulamentação de tudo o que se move sobre a face da Terra. Tem de ser contra a liberdade de expressão, o lucro e a ideia geral de Deus, Pátria e Família. Tem de achar que as cores verde e amarela, juntas, são fascistas. Tem de apoiar o Hamas. Tem de denunciar o sionismo, Israel e os judeus em geral. Da mesma forma, está proibido de dizer que o comunismo deu errado. Não pode ser contra os criminosos, nem apoiar a polícia. Não pode, em resumo, pensar com a sua própria cabeça. Se pensar, e se quiser votar conforme pensa, estará sendo uma ameaça para a democracia.

Não se pode, é claro, voltar à democracia da Grécia de 500 antes de Cristo. Na época, os riscos de que o eleitor aprovasse ideias erradas eram eliminados a pau — para começar, com a redução ao mínimo do número de eleitores. Ou à Roma Antiga, onde o voto de um gato gordo da nobreza valia mais que o voto de cem manés da plebe. Hoje todo mundo tem de votar; no Brasil, inclusive, o sujeito é multado se não votar. Na Coreia do Norte se vota. Em Cuba se vota. Em qualquer ditadura se vota — basta que o eleitor vote em quem o governo mandar. O Primeiro Mundo em geral está fazendo uma adaptação, para uso próprio, do conceito de democracia tal como ela é praticada nas ditaduras. A chave, aí, é impor a seleção natural das espécies — de acordo com a mídia que promoveu a si própria às funções de editora da humanidade, os arquiduques da vida cultural e os milionários que têm uma “pegada mais social”. Permitem a existência de candidatos que não ultrapassem os limites de um Emmanuel Macron; um pouquinho à direita dele, já não pode mais. Trump, Milei e Jair Bolsonaro, apesar dos mais de 100 milhões de eleitores que se sentem representados por eles, são proibições absolutas — uma espécie de fatal error que a nova democracia não admite em hipótese nenhuma. O sistema cai se o eleitor quer votar neles.

Trump, Milei e Jair Bolsonaro, apesar dos mais de 100 milhões de eleitores que se sentem representados por eles, são proibições absolutas | Foto: Reprodução/Redes Sociais

As elites brasileiras, do alto do seu subdesenvolvimento, tentam imitar os europeus e os americanos, tais como eles são definidos pelo The New York Times, o Black Lives Matter e os ideólogos da Disney. (O STF, por exemplo, fica cada vez mais parecido com Leonardo DiCaprio e coisas que o valham.) O processo de seleção, aqui, é feito pela polícia eleitoral do regime, o TSE. O cidadão quer votar em Bolsonaro, ou em algum outro nome da direita e/ou extrema direita? Não pode. Tem de se contentar com uma Simone Tebet, talvez um Alckmin, no máximo um Lira-Pacheco da vida. Na Europa e no resto do Primeiro Mundo não se pode contar com o TSE, nem proibir os indesejáveis de se candidatarem até o ano de 2030. Joga-se tudo, então, na lavagem cerebral por parte da mídia, dos burocratas-raiz da máquina estatal e das “personalidades”, incluindo-se aí os politicões que dispõem do selo de aprovação da elite pensante. Não tem funcionado, porque o eleitor presta cada vez menos atenção nessa gente toda — e se sente cada vez mais distante dela. Mas a única opção disponível, na falta de um STF ou de um Nicolás Maduro, é a tentativa de fazer terrorismo democrático: “Não vote neles, porque se você votar a civilização acaba”.

É esse o discurso oficial e cada vez mais frenético dos “formadores de opinião”. Criaram novos crimes políticos, segundo a sua própria Tábua de Mandamentos, e definem como criminosos antidemocráticos quem não está de acordo com as suas posições — líderes políticos e quem vota neles. Uma de suas acusações mais frequentes neste momento é a “islamofobia”. Se o cidadão faz objeções à imposição de costumes, atitudes ou leis muçulmanas no país onde vive, então ele é um “islamofóbico”, e como tal uma ameaça para a democracia. Se quiser regras mais duras contra a imigração estará cometendo o crime de “xenofobia”. Se não andar a pé ou de bicicleta será um delinquente ambiental — salvo se rodar em carro chapa branca, claro. É ilegal, para os efeitos da moral política vigente, contestar as decisões da burocracia transnacional ou do seu próprio país — sobre vacinas, comida, produção de carbono, impostos, direitos individuais. É um delito, ou pelo menos um pré-delito, discordar da internacionalização das regras da sociedade, ou desses órgãos mundiais parasitas que o pagador de impostos tem de sustentar. Você é réu de “populismo” se tiver preferência por políticos populares. É réu de “nacionalismo” se defender o direito do seu país a fazer as próprias leis. É réu de “individualismo”, ou a favor da “exclusão social”, se acreditar que as pessoas devem ser compensadas de acordo com os seus méritos pessoais.

A angústia do “campo progressista” se estende agora ao crescimento popular da direita na França, na Alemanha e na Espanha. Acaba de ganhar as eleições em Portugal. Pode ganhar no Parlamento europeu

A ideia geral por trás de tudo isso é interditar a ação política de quem discorda do pensamento único — ou “deslegitimar”, como se diz, as suas crescentes vitórias eleitorais. A indignação da sabedoria oficial é tanto mais neurótica quanto mais limpa for a eleição, mais inteligente for o vencedor e mais indiscutível for o seu apoio popular. O caso mais notável do momento é o da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni. Ela é de direita, e nunca teve a mais remota preocupação de esconder o que é. Também não se importa a mínima com o que os Macrons e os jornalistas do The Economist dizem a seu respeito. Não está no governo porque deu um golpe de Estado; está lá porque foi eleita em eleições absolutamente livres. Por isso mesmo, é odiada com tanta determinação pela mídia mundial “de qualidade”. A senhora Meloni não apenas pensa diferente e faz coisas diferentes, mas ganha eleições perfeitamente democráticas; para a esquerda, isso é intolerável. Temos, assim, que uma líder da estatura de Giorgia Meloni é uma “ameaça para a democracia”. Como não pode ser acusada de totalitária, inventaram um novo tipo de acusação contra ela: “iliberal”. Ou seja: os eleitos têm, obrigatoriamente, de ser o que a elite considera “liberais”. Se não forem, são um perigo de morte para a democracia. A mesma excomunhão atinge o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, que tem o péssimo hábito de ganhar todas as eleições que disputa desde 2010 — cada uma delas inteiramente legítima. Já está no seu quarto mandato.

Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália, é de direita e nunca teve a mais remota preocupação de esconder o que é | Foto: Shutterstock

A angústia do “campo progressista” se estende agora ao crescimento popular da direita na França, na Alemanha e na Espanha. Acaba de ganhar as eleições em Portugal. Pode ganhar no Parlamento europeu — que não manda nada, é verdade, e funciona mais como um fórum de opiniões, mas é um espelho do que a maioria dos cidadãos está querendo. A questão real, na verdade, é muito clara — é o pavor fundamental que a ideia de maioria provoca na esquerda e nos seus acompanhantes. Seu pior problema de hoje, e de sempre, é a articulação da vontade popular. É o que se vê num retrato em alta definição do Brasil deste exato momento. Nada, até agora, deixou o regime mais transtornado do que a mobilização do povo na tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul. A massa se mostrou muito mais eficaz, organizada e generosa do que o Estado e todo o seu aparelho. Civis estão salvando civis. O governo Lula, o STF e a maioria da mídia não suportam ver isso.

Informações Revista Oeste

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