O Hospital das Clínicas está investigando o caso de dois pacientes que podem ter sido reinfectados pelo novo coronavírus. O infectologista Jean Gorinchteyn, do Instituto Emílio Ribas, explicou neste sábado (18) à CNN que ainda não foi documentado nenhum paciente nessa situação em todo o mundo. Segundo ele, há diferentes considerações a serem levadas em conta durante a avaliação da reinfecção pela doença.
Em entrevista à CNN, Gorinchteyn disse que mesmo quem fez a sorologia e descobre o IgG negativo — ou seja, não teve registros de infecção pelo novo coronavírus — pode, na verdade, ter sido imunizado pelas células T do nosso corpo.
“[As células T] protegem mesmo que esse anticorpo [IgG] não dê positivo. Sabemos que na maioria dos casos é assim que funciona”, afirmou o médico.
Uma outra possibilidade que pode ser confundida com a reinfecção, segundo ele, é estar com o vírus persistente no corpo após a contaminação primária.
“O vírus pode ficar residual nas secreções e, num determinado exame que pode ser realizado semanas depois, ele pode ser identificado”, explicou.
Gorinchteyn disse que casos assim foram registrados na China e, após testes em laboratórios, ficou constado que as novas amostras correspondiam ao mesmo vírus que já estava presente no corpo do paciente.
“Nenhum caso [de reinfecção] em todo o mundo foi documentado, mesmo por vírus mutantes, até porque a maior parte de vírus mutantes que temos identificados têm similaridades muito grande [com o que já circula] e seriam automaticamente destruídos pelos anticorpos”, completou o infectologista.
Fonte: CNN