Caso assuma o cargo, João Roma substituirá o ministro Onyx Lorenzoni, que será transferido para a Secretaria-Geral da Presidência
— Foto: Jorge William/Agência O Globo/Arquivo
Em mais um movimento para evitar ser associado ao Palácio do Planalto, o presidente nacional do DEM, ACM Neto, desembarcou em Brasília nesta quarta-feira para tentar evitar que o deputado João Roma (Republicanos-BA) assuma o comando do Ministério da Cidadania.
Ele se encontrará com o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira(Republicanos-SP), com o objetivo de convencê-lo a recuar sobre a indicação de Roma. Aliado de Neto, Roma foi chefe de gabinete do ex-prefeito de Salvador antes de assumir uma cadeira no Poder Legislativo.
Segundo apurou o Valor, a cúpula do Republicanos já encaminhou a indicação do deputado baiano à pasta responsável por gerenciar os programas sociais do governo. Caso assuma o cargo, ele substituirá o ministro Onyx Lorenzoni (DEM), que será transferido para a Secretaria-Geral da Presidência.
Fontes relataram ao Valor que Neto tentará convencer Pereira a recuar sobre a escolha. Em conversas reservadas, o presidente do Republicanos já afirmou que escutará o dirigente do DEM, mas que ele não tem ingerência sobre decisões internas da legenda.
Antes de acionar Pereira, o ex-prefeito de Salvador pediu que Roma avaliasse a possibilidade de abrir mão da indicação ao comando do Ministério da Cidadania.
“Não tenho nenhuma ingerência sobre o Republicanos, mas tenho uma relação política estreita com João Roma. Não sei se ele foi indicado pelo Republicanos e se havia disposição do presidente Jair Bolsonaro em nomeá-lo. Depois que vi especulações na imprensa, fui ao deputado João Roma e ponderei a ele que a minha opinião seria desfavorável a uma ida dele para o governo. Essa posição mostra que não estou negociando nada com o Planalto”, disse Neto ao Valor.
A conversa entre o dirigente partidário e Roma ocorreu antes da publicação da entrevista do ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao Valor, na qual o parlamentar confirmou que deixaria o DEM em função da aproximação da cúpula do partido do governo federal. Neto nega que esteja se alinhando ao Palácio do Planalto e reforça que a legenda permanecerá independente.
Aliados de Roma relatam que o parlamentar entendeu o posicionamento de Neto, mas tem afirmado que não teria como explicar para a própria legenda os motivos que o levariam a desistir do ministério.
Informações Valor Econômico