Desativação de leitos exclusivos para Covid
Com a queda estabilizada do número de pacientes contaminados, a Prefeitura começou a desativar leitos clínicos e de UTI exclusivos para tratar pessoas com a Covid-19 em unidades de saúde próprias ou contratualizadas. O processo já teve início no Hospital Municipal de Salvador (HMS), onde 10 dos 20 leitos de terapia intensiva implantados para cuidar dos infectados foram disponibilizados a partir desta quinta (17) para outras demandas da unidade de saúde, assim como 30 de enfermaria.
Ontem (17), Salvador registrou uma taxa de ocupação de leitos de UTI exclusivos para Covid-19 de 39%. No total, a Prefeitura implantou, desde o início da pandemia, 253 leitos intensivos e 271 clínicos, ultrapassando todas as metas previstas e o que foi fundamental para que nenhum paciente com o novo coronavírus deixasse de ser atendido, ao contrário do que aconteceu em outras cidades do mundo e do Brasil. Essa rede atendeu, inclusive, pacientes vindos do interior e de outros estados. O investimento total do município no enfrentamento à crise sanitária foi de R$412 milhões, boa parte no reforço à saúde.
“Estamos começando a fazer a reversão desses leitos exclusivos para Covid-19 nos hospitais, a começar pelo HMS e naqueles contratualizados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Agora, essas estruturas passam a atender pacientes com outras enfermidades.”, disse ontem (17) o prefeito ACM Neto, durante inauguração do Prato Amigo, em Brotas.
“Mas isso não significa que a doença acabou na cidade, por conta da reversão dos leitos exclusivos. O coronavírus ainda está aí e temos que continuar tomando todos os cuidados para que ele não volte a crescer. Essa é uma responsabilidade de todos nós, e não só da Prefeitura. Precisamos ter consciência disso e continuar seguindo as normas sanitárias e os protocolos de segurança”, acrescentou o chefe do Executivo municipal.
O prefeito lembrou da parceria com o governo do Estado no combate à pandemia, sobretudo no esforço para ampliar o atendimento à saúde visando salvar vidas. Ou seja, a desativação dos leitos também se dará com diálogo e entendimento com os técnicos estaduais.
Liberação parcial de praias
O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), anunciou nesta sexta-feira (18) a liberação parcial das praias na capital baiana, seis meses após elas terem sido interditadas por causa da pandemia do novo coronavírus. A medida passa a valer a partir da próxima segunda (21).
Como o gestor vinha indicando publicamente, apenas algumas delas serão abertas. Continuarão fechadas as do Porto da Barra (Barra), Paciência e Buracão, ambas no Rio Vermelho. São Tomé de Paripe, Tubarão, Amaralina, Ribeira e Itapuã estão liberadas de terça a sexta, com horário livre. As demais poderão abrir de segunda a sexta, também com horário livre. No caso da Barra, a região de faixa de areia que vai do Barravento ao Farol está liberada. Já as praias próximas ao Porto, como a “praia do Reloginho”, também ficam fechadas.
O prefeito também anunciou quais atividades não estão autorizadas nas praias. Continuam proibidos, entre outras coisas, o comércio, a circulação de vendedores ambulantes, barracas, uso de cadeiras, caixas térmicas, realização de piqueniques e atividades físicas em grupo – neste último caso, só estão autorizados esportes individuais e em dupla. “Pode fazer protesto, pode reclamar. Nesse momento não podemos permitir qualquer atividade comercial nas praias”, disse. No caso do comércio, ele justificou que a prefeitura tem pago auxílio de R$ 270 para trabalhadores informais, por meio do programa “Salvador por Todos”.
Em entrevista coletiva nesta manhã, ele justificou as restrições. “Isso serve para que a volta das praias de Salvador se torne um convite para aglomeração. Um palco para a disseminação da Covid-19”, explicou. O prefeito lembrou as cenas de aglomeração geradas pela reabertura de praias no Rio de Janeiro e na Baixada Santista e afirmou que o mesmo não pode se repetir na capital baiana, sob pena de prejudicar a retomada da atividade econômica.
“O que está controlado, pode sair do controle. Na Baixada Santista houve um aumento significativo do número de casos e isso está ligado as aglomerações nas praias. Se perdemos o controle, não só as praias serão fechadas, mas seremos obrigados a fechar bares, restaurantes, salões. Não queremos isso. Cada passo que demos é analisando a consequência e os passos.”
Neto pediu que a população tenha consciência e faça sua parte, já que o contingente da prefeitura para fiscalizar o uso das praias não é ilimitado. Ele também não descartou voltar a fechá-las, caso a situação saia do controle.
“É difícil ser babá de criança adulta 24 horas. Eu não posso deixar a Guarda Municipal 24 horas no Porto da Barra. […] Se o descumprimento se tornar regra, vamos fechar tudo e acabou. O descumprimento tem que ser exceção. As pessoas sabem apontar o dedo para a prefeitura, mas basta apenas olhar no espelho e saber o que você pode fazer que é cumprir os protocolos. Não ir pro Porto da Barra não mata ninguém. O coronavírus mata.”