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Foto: Hitesh Mulani / Netflix


Ocidentais fazemos uma ideia bastante reducionista da Índia. A terra de costumes inusitados, banhada pela luz do místico, em que eventos impensáveis se dão de hora em hora — e ninguém sequer toma conhecimento, dada a população de quase 1,4 bilhão de habitantes —, é contaminada por um lastimável preconceito já na origem, difícil de ser contornado. Em “Círculo de Espiões”, Vishal Bhardwaj fala dos mistérios um tanto mais ordinários a rondar seu país, cada vez mais cobiçado por grandes potências e alvo da inveja arrasadora de vizinhos menores, em paralelo com sua dimensão continental, mas com os quais não se pode facilitar.

O diretor detalha um episódio que define bem o campo minado que são as relações entre o estado indiano e nações soberanas próximas. De maio a julho de 1999, a Índia se viu implicada num conflito que mereceu a apreensão da comunidade internacional. Em Cargil, noroeste da Índia, na região da Caxemira, uma infiltração de soldados do Paquistão motivou a Operação Vijay, para a retomada do território. Em pouco mais de três meses, foram registrados 1.600 mortos nas fileiras indianas, contra 700 baixas do lado paquistanês, o que fez referver o caldo de ódio e intolerância étnica na fronteira, onde habitam 1.157.394 almas, sendo 94% de muçulmanos. Bhardwaj usa o conflito como trampolim para uma guerra fria imaginária entre agências de espionagem da Índia e do Paquistão, para influenciar — um eufemismo para “fraude” — as eleições num país vizinho, cujo nome não revela. 

Não se consegue saber nunca aonde Bhardwaj, autor do roteiro com Rohan Narula, deseja chegar, e um pouco mais de honestidade intelectual far-lhe-ia muito bem, a ele e a seu filme. No entanto, a despeito de inferências políticas equivocadas, “Círculo de Espiões” é um bom pretexto para que a audiência leiga se inteire da disputa de nervos que acontece na surdina na Ásia Meridional, uma vez que Índia e Paquistão dispõem de armamentos nucleares.

Krishna Mehra, a agente que protagoniza “Escape to Nowhere” (2012), o romance de Amar Bhushan em que “Círculo de Espiões” se baseia, é uma mulher estranha — e não vai aqui nenhuma insinuação misógina do escritor ou muito menos do crítico, pelo contrário. Bhushan, um ex-oficial da Research & Analysis Wing (R&AW) que chegou ao posto máximo da unidade de contra-espionagem da agência, sabe do que está falando. O serviço de inteligência externo da Índia foi criado justamente quando do fim de outro enfrentamento bélico indo-paquistanês, o de 1965, e embora Krishna, numa narração em off que se materializa aos poucos, se referisse a uma outra espiã, o comportamento que adota também inspira a desconfiança de seus superiores.

Bhardwaj volta a trabalhar com Tabu, sua musa, com quem já havia dividido o cartaz em “Maqbool” (2003) e “Haider” (2014), e aqui, a atriz, um dos rostos mais conhecidos e disputados de Bollywood, incorpora com entusiasmo a figura de uma intrusa sensual no submundo de Bangladesh, para onde é enviada com a missão de dar fim a um gângster poderoso. Quem acaba tendo um encontro um tanto íntimo com o homem é a personagem de Azmeri Haque Badhon, que o tenta envenenar com um perfume, mas é vítima do próprio feitiço.

Não muito tempo depois, começa-se a especular sobre a possibilidade de um histórico acordo de cooperação nuclear entre Índia e Estados Unidos, o que, por óbvio, é outro saborosa alucinação do diretor. Em meio à conturbada vida profissional de Krishna, Bhardwaj imprensa as dificuldades da personagem-título na versão original em equalizar as desavenças com o filho adolescente, que lhe cobra toda a verdade — como se isso fosse possível. Bem, até seria, a exemplo do que se tem na cena final, mas aí os  indefectíveis números musicais das produções bollywoodianas teriam ocupado 90% da trama


Filme: Círculo de Espiões
Direção: Vishal Bhardwaj
Ano: 2023
Gêneros: Ação/Policial
Nota: 8/10

Informações Revista Bula

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