A Organização Mundial da Saúde (OMS) levantou um alerta em decorrência de um surto do vírus Marburg em Ruanda, na África, uma infecção que infelizmente já resultou em pelo menos 11 mortes desde sua confirmação. A situação alarmante, relatada pela primeira vez na última sexta-feira (27), envolve 31 infecções, onde 19 pacientes permanecem em isolamento sob cuidados médicos.
Essa pandemia crescente desafia as autoridades de saúde a agirem rapidamente. O vírus Marburg, semelhante ao Ebola, demonstra alta virulência e manifesta sintomas que podem evoluir de forma crítica em questão de dias. Entre os mais preocupantes, estão os sinais hemorrágicos severos que os pacientes podem desenvolver em até sete dias após a infecção.
Conhecido como “primo” do Ebola, o vírus Marburg é um dos mais letais do mundo e não deve ser subestimado. Sua origem se dá principalmente de morcegos, sendo transmitido para primatas e humanos. O contágio entre pessoas ocorre através de fluidos corporais ou contato direto com superfícies e materiais contaminados, como roupas de cama usadas por doentes.
Os sintomas da infecção pelo vírus Marburg incluem febre hemorrágica, dores de cabeça, abdominais, náuseas, vômitos e problemas respiratórios, como tosse e faringite. Apresentando altas taxas de mortalidade, a letalidade da doença pode chegar a 88%.
Diante da gravidade do surto em Ruanda, a OMS está intensificando esforços para conter a propagação do vírus. A entidade já mobilizou uma série de recursos, incluindo o envio de insumos médicos de emergência ao país africano, visando fortalecer as medidas de controle sanitário vigentes.
Além disso, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças da África também enviou uma equipe de especialistas para auxiliar diretamente nas ações de contenção. A cooperação não se limita a Ruanda, estendendo-se ainda às autoridades sanitárias dos países vizinhos, como Burundi, Uganda, Tanzânia e a República Democrática do Congo.
O vírus Marburg foi identificado pela primeira vez em 1967 na cidade alemã de Marburg, que dá nome à doença. Nesse período, surtos ocorreram simultaneamente em laboratórios de Marburg e em Belgrado, resultando na morte de sete pessoas. Desde então, houve casos esporádicos, principalmente na África, incluindo um surto mortal em Angola em 2005, que vitimou 200 pessoas.
Infelizmente, ainda não há vacinas ou medicamentos específicos autorizados para o tratamento do vírus Marburg. As ações médicas focam no alívio dos sintomas para aumentar as chances de sobrevivência dos infectados, destacando a necessidade urgente de avanços no tratamento dessa doença devastadora.
Informações TBN