Por Joilton Freitas
Refeitos das recusas de Jaques Wagner e Otto Alencar em aceitar seus candidatos ao governo, os petistas tinham que definir um nome para “cabeça de chapa”.
Luiz Caetano (ex-prefeito de Camaçari e secretário de Rui Costa) ou Moema Gramacho (prefeita de Lauro de Freitas). Era tido como certo, que um deles seria o candidato. O nome de Jerônimo Rodrigues, secretário de Educação, corria por fora e era considerado um azarão.
Caetano e Gramacho são cabeças coroadas do partido, mas têm uma coisa em comum: pertencem à Região Metropolitana de Salvador, região que concentra a maior força de ACM Neto, o favorito nas pesquisas e que colocou Wagner e Otto para correr.
Portanto, a ordem é pensar. Evitar lutar diretamente com seu adversário no território dele. Lá, ele deve ser fustigado a sair para o seu campo ou em campo aberto. E, aberto está o interior. É no interior que o PT vai travar com Neto a sua decisiva batalha.
Foi pensando nisso que o “azarão” Jerônimo Rodrigues se tornou candidato. A vinda de Lula à Salvador foi só para inglês ver e suíço aplaudir. Portanto, o “cacique mor” do partido deu a sua benção ao neófito Jerônimo, e caiu fora. Tchau queridos, deve ter dito Lula.
Hoje, a chapa petista desembarcou em Feira de Santana. É aqui a porta para o interior. É Feira quem dita as normas, moda e política, para mais de 200 cidades interioranas. Jerônimo Rodrigues tem sua base em Feira, ele é professor da UEFS, é um nome de Feira.
Com mais de 400 mil eleitores, Feira de Santana é o segundo maior colégio eleitoral do estado, perdendo apenas para Salvador. Um campo estratégico para quem quer vencer uma guerra. Quem pensar que a fatura está liquidada para Neto, comete um grande erro. O PT não está morto. O partido Governa o estado há 16 anos. O governador Rui Costa, é bem avaliado e Lula na Bahia é o favorito para presidente, segundo pesquisas. Somam-se, a tudo isso, as máquinas administrativas de campanhas petistas.
ACM Neto, até o momento, “patina” para definir a sua chapa. A do PT já está pronta e largou na frente. Neto só tem “um canhão” para deter o avanço do exército petista na região: José Ronaldo!
Muito se ouve falar em Marcelo Nilo, Félix Mendonça Júnior e João Gualberto. Todos políticos sem expressão e um “punhadinho” de voto. Em uma guerra para tomar o Palácio de Ondina, muito pouco significam.
A chapa de Neto com João Leão, ficou a cara de Salvador. Nilo, Mendonça e Gualberto não mudam esse perfil.
Portanto Neto: quem vai para o mar, se prepara em terra. “Prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”. Como dizia o velho Magalhães Pinto: “Política é como nuvem, muda a todo momento”.