Governador defendeu o direito de propriedade e lembrou da militância contra a esquerda. Apoiadores do presidente reverenciaram Vitor Hugo
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), discursou sob intensas vaias de uma plateia formada por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante evento em Rio Verde (GO), nesta quarta-feira (20/4). A cerimônia é destinada à entrega de títulos de propriedade rural.
Caiado, que deve disputar a reeleição, demorou alguns minutos para conseguir começar sua fala, enquanto o mestre de cerimônia pedia silêncio à plateia, que gritava “Fora, Caiado” e demonstrava apoio a outro pré-candidato ao governo estadual, o deputado federal Vitor Hugo (PL).
Quando iniciou seu discurso, Caiado disse militar há anos “contra as esquerdas” no Brasil. “Nós levantamos esse Brasil e na Constituinte nós cravamos que o direito à terra, o direito à propriedade está consolidado naquela Carta”, disse ele sobre o período da redemocratização.
“Nós enfretamos as esquerdas como ninguém. Nós tivemos a coragem de levantar a bandeira de quem produz e trabalha”, prosseguiu.
Caiado ainda fez apelo ao presidente da República, que, segundo ele, poderia atestar que Caiado foi o único candidato defensor do agricultor nas eleições de 1989, quando o goiano disputou o Palácio do Planalto.
“Vossa Excelência podia fazer um favor a mim: aqui avisar, exatamente informar aos desinformados que em 1989 ninguém tinha coragem de ser candidato a presidente para defender produtor rural. Na primeira eleição, foi o Ronaldo Caiado que saiu candidato a presidente da República, foi o Ronaldo Caiado que foi para a frente da luta enfrentar as esquerdas do Brasil, levar e levantar o nome de quem trabalha e de quem produz”, disse o governador sobre si mesmo.
Em seguida, ele defendeu os programas de sua gestão, a qual disse não ter “mácula de corrupção”,e recordou que seu governo recebeu apoio de Bolsonaro. Por fim, o governador afirmou que vai continuar “devolvendo Goiás aos goianos e o Brasil aos brasileiros”.
Minutos depois, Bolsonaro recordou o episódio de 1989 e pontuou: “O inimigo da nação não veste verde e amarelo, veste vermelho. E tem na sua bandeira uma foice e um martelo”.
Desde o início da pandemia, Caiado e Bolsonaro trocaram algumas farpas. Em 2020, os desentendimentos eram em razão de divergências em assuntos sanitários.
Médico, Caiado chegou a dizer que as decisões do presidente da República na área de saúde não alcançariam o estado de Goiás e defendeu orientações técnicas da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde.
Em 2021, os dois voltaram a se desenteder em razão dos preços dos combustíveis. Em dezembro, Bolsonaro chamou o governador de “mentiroso” ao criticar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado pelos estados sobre os combustíveis.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil)Isac Nóbrega/PR
Governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o presidente Jair Bolsonaro, em 2019Rafaela Felicciano/Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Covid-19: Caiado e Bolsonaro em visita ao hospital de campanha em Águas Lindas em abril de 2020Foto: Júnior Guimarães/ Assessoria Caiado
Governo brasileiro é acusado de esconder números do coronavírus| Fotos Hugo Barreto/Metropoles
Visita técnica do pres. Bolsonaro e Ronaldo Caiado ao Hospital de Campanha de Aguas Lindas | Fotos Hugo Barreto/MetropolesFotos Hugo Barreto/Metropoles
O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil)Isac Nóbrega/PR1
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