Dizem que alho é bom até para afastar vampiros — talvez a crença popular tenha surgido a partir da grande quantidade de benefícios à saúde que o superalimento traz.
O alho é um dos temperos preferidos dos brasileiros e é usado diariamente na maioria dos lares como base dos refogados. Além de acrescentar sabor à comida, o alimento tem umasérie de bioativos que fazem bem para o organismo.
“Um dos compostos mais famosos do alho é a alicina. Ela é responsável por vários efeitos benéficos, tendo ação antimicrobiana e anti-inflamatória, além de ajudar no controle de pressão arterial, da diabetes e do colesterol”, explica o nutricionista Leandro Rodrigues da Cunha, conselheiro do Conselho Regional de Nutrição da 1ª Região (CRN-1).
O alho contém altos níveis de potássio, fósforo, zinco e enxofre; moderados níveis de selênio, cálcio, magnésio, manganês e ferro; pequenas quantidades de sódio, vitamina A e do complexo B.
“É um alimento que possui quase todos os aminoácidos essenciais — aqueles que precisamos consumir, pois nosso corpo não produz –, por isso é ótimo incluí-lo na dieta”, indica a nutricionista Fábia Carolina Resende, professora de nutrição da Faculdade Anhanguera de Belo Horizonte (MG).
As vantagens do alho e da alicina para a saúde já foram testadas em diversos estudos científicos. Uma pesquisa de 2018, por exemplo, indicou que a ingestão de 100 mg por dia do alimento cru durante quatro semanas reduziu a glicemia, colesterol, hipertensão e aumentou o HDL (colesterol bom) no sangue de 40 voluntários.
Apesar dos benefícios apontados pelos profissionais, a maioria deles é observado em uma forma de consumo diferente da adotada pela maioria dos brasileiros, que usa o alho macerado e frito a altas temperaturas. Ambos nutricionistas indicam que o alimento traz mais benefícios ao ser comido cru.
Rodrigues explica que algumas vantagens do alho só são alcançadas quando é o corpo que processa o alimento. “Amassar os dentes antes de fazer o processo de cocção e refogar em altas temperaturas, por exemplo, diminui os benefícios”, explica.
O consumo de alho cru, porém, esbarra no forte gosto do alimento. Para encontrar um meio termo entre sabor e saúde, Fábia recomenda que a planta seja cozida a baixas temperaturas, não ultrapassando os 60ºC, ou que seja adicionada picada ao final do preparo das refeições.
O consumo ideal de alho diário também é mais alto do que a ingestão média das pessoas — a indicação é que um indivíduo coma entre 2 g e 5 g (equivalente a um a 2,5 dentes, respectivamente) do alimento fresco. O alho pode ser usado para preparar chás, sopas e molhos.
Pessoas que possuem refluxo, queimação ou gastrite devem evitar a planta, e quem a come precisa ficar atento ao hálito: os compostos sulfurados do alho também podem trazer odor e transpiração características de quem consome o alimento em excesso.
Informações Metrópoles