Mateus Fernandes, de 18 anos, é mais um jovem negro que entrou para a lista dos “confundido com um ladrão” no Brasil. O caso aconteceu nesta sexta-feira (7) em um shopping na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio de Janeiro. No estabelecimento para realizar a troca de um relógio que havia comprado como presente de Dia dos Pais, Mateus foi agredido, imobilizado e ameaçado com arma de fogo por dois homens, que se identificaram como policiais.
Mateus afirmou que chorou muito após ter sido confundido com um ladrão. “Eu chorei muito, muito. A gente tem que levar no sorriso. Acontece, mas não era para acontecer. Não era para acontecer”, disse o jovem ao RJ1.
A mãe de Matheus, Alice Fernandes Bione, afirmou que o filho foi vítima de racismo.
“Foi por causa da cor da pele. Não tem outra explicação. Eu não sou tão negra, então eu posso ir no shopping, mexer em todas as roupas, posso provar as coisas de graça. Se ele está sozinho, ele não pode fazer nada disso. Foi o que aconteceu. Ele sozinho não pode? Ele vai ter que sempre estar com alguém do lado? Alguém branco?”, questionou a mãe de Matheus.
“Estava esperando pelo atendimento quando ele se aproximou de mim e disse: ‘Vamos ali’. Eu disse que não sairia dali e que não era nenhum ladrão. Fui tratado como se não fosse nada, e ainda colocaram uma pistola na minha cabeça. E por que isso? Porque estou com um relógio bacana sou ladrão? Não sou ladrão, não”, diz o jovem.
Imagens da abordagem que circulam na internet mostra Matheus no chão, imobilizado por um homem de camisa vermelha. Outro homem, de camisa preta, participa da ação. Pessoas que estavam no shopping se aproximam e exigem que ele seja solto.
Na gravação, um segurança do Plaza chegou a presenciar a agressão, mas, no momento em que o vídeo era gravado, ele não tomou nenhuma providência.
“Os agressores não são funcionários do shopping. O nosso vigilante atuou de forma a controlar a situação. Estamos buscando as informações internamente sobre o que teria acontecido para tomarmos as medidas cabíveis. O shopping repudia a violência e iremos colaborar com as autoridades”, afirmou o estabelecimento ao G1.