Folhapress – Policiais militares que agrediram uma comerciante de 51 anos na região de Parelheiros, na zona sul da capital paulista, no dia 30 de maio, em frente ao estabelecimento dela, foram afastados da corporação.
A decisão foi tomada após a divulgação de imagens feitas com celular mostrarem um dos PMs pisando sobre o pescoço da vítima, que também teve a perna quebrada durante a abordagem policial.
A comerciante afirmou à reportagem que atendia um cliente e ouviu barulhos fora de seu bar. Quando foi checar o que acontecia, viu um frequentador do local sendo agredido por um policial militar. Segundo ela, vizinhos chamaram a PM para verificar um carro que estava com som alto parado em frente ao seu bar.
Ela diz que tentou interceder pelo cliente agredido pois, segundo a comerciante, “o rapaz tinha apanhado bastante”. “Aí voltei para o bar e, em seguida, saí de novo. Aí um policial me deu três socos, depois ‘um rodo’ [rasteira]. A ponta da botina bateu na minha canela, que quebrou na hora.”
Após isso, a comerciante afirma que o policial pisou em seu pescoço. “Comecei a me debater até desmaiar”, relembra. Ela ainda conta que, quando recobrou a consciência, estava deitada na calçada e um PM ajoelhou sobre suas costelas e, novamente, teve o pescoço pressionado.
Imagens feitas com celular mostram quando um policial militar pisa sobre o pescoço da comerciante, que está deitada no asfalto. “Ela é mulher, moço”, é possível ouvir de uma moradora da região, argumentando com o PM, ao presenciar a violência.
Em outro vídeo, um PM aparece apontando a arma para um rapaz, que tira a camisa com intenção de mostrar que está desarmado.
Após a abordagem, a comerciante afirma que foi para um pronto-socorro da região, sendo transferida em seguida para o Hospital Geral do Grajaú, onde foi constatado que ela havia quebrado a tíbia. Ela ficou com a perna engessada por 30 dias e realizou uma cirurgia no último dia 29, para colocação de umas haste e dois pinos.
A comerciante e dois clientes foram indiciados, na ocasião, por resistência, desobediência, desacato e lesão corporal no 101º (Jardim da Imbuias). O caso, porém, é investigado pelo 25º DP (Parelheiros).
A reportagem apurou que, entre janeiro e maio deste ano, 11 policiais militares foram presos provisoriamente suspeitos de agressão e cinco foram condenados pelo crime no estado de São Paulo.