Os incêndios no interior do estado de São Paulo continuam a causar grandes prejuízos aos produtores de cana-de-açúcar. Somente nos últimos dias, as chamas destruíram aproximadamente 60 mil hectares de lavouras, gerando um prejuízo estimado em R$ 350 milhões para os agricultores.
De acordo com a Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana), o fogo atingiu tanto áreas prontas para colheita quanto áreas de rebrota de cana. Os incêndios foram particularmente intensos entre os dias 23 e 24 de agosto, com mais de 2 mil focos registrados em várias regiões do estado.
Os incêndios, que começaram na região de São José do Rio Preto, rapidamente se espalharam por cidades como Olímpia, Piracicaba e atingiram a macrorregião de Ribeirão Preto. Municípios como Sertãozinho, Barretos, Bebedouro e Batatais também relataram grandes áreas devastadas pelo fogo.
A situação se tornou ainda mais grave em áreas urbanas. Em Ribeirão Preto, por exemplo, moradores do condomínio Alphaville 3 tiveram que deixar suas casas devido à proximidade do fogo com os muros do residencial. Empresas do setor sucroenergético, como a Raízen, relataram focos de incêndio em suas áreas de produção e propriedades de fornecedores.
A devastação causada pelos incêndios não afeta apenas os agricultores, mas toda a cadeia produtiva local. A Orplana destacou que os produtores rurais e as usinas não são responsáveis pelas queimadas, que além de gerar prejuízos financeiros, comprometem atividades complementares como a produção de etanol de segunda geração.
No passado, a queima de cana era uma prática comum na região de Ribeirão Preto, mas essa atividade foi drasticamente reduzida após a assinatura do protocolo agroambiental em 2007. Mesmo assim, incêndios criminosos ainda ocorrem, e nos últimos dias, duas pessoas foram presas sob suspeita de iniciar focos de incêndio em São José do Rio Preto e Batatais.
O Grupo Moreno, preocupado com os incêndios criminosos, ofereceu uma recompensa de R$ 30 mil por informações que levem à prisão dos responsáveis pelos incêndios. Essa medida reflete a gravidade da situação e o impacto financeiro que essas práticas ilegais causam aos produtores.
Esse incentivo financeiro é um esforço para acelerar a captura dos responsáveis e reduzir futuros danos. Além disso, a Orplana emitiu um comunicado repudiando os incêndios e reforçando que tais práticas são criminosas e não desejadas pelos produtores rurais.
O prejuízo, porém, não é só financeiro. Há também um grande impacto ambiental e social, com pessoas desabrigadas e animais feridos ou mortos. As equipes de bombeiros continuam seu trabalho incansável para conter as chamas e minimizar os danos.
A prevenção de incêndios em lavouras de cana-de-açúcar inclui diversas estratégias que vão desde ações educativas até o reforço das medidas de segurança nas áreas de cultivo. Algumas práticas preventivas incluem:
Informações TBN