Foto: Clauber Cleber Caetano / Ricardo Stuckert.
O presidente Lula fala de Jair Bolsonaro quase toda vez que está em apuros.
Não foi diferente nesta terça-feira, 31.
Acuado após a repercussão negativa de sua própria fala em relação à meta fiscal de 2024, o presidente resolveu mirar em seu antecessor para tentar tirar o foco da nova crise em seu governo.
Havia, inclusive, uma expectativa em relação à sua live semanal para o presidente explicar melhor a sua frase que derrubou os mercados: a de que a meta dificilmente será atingida no ano que vem.
O presidente, contudo, nem tocou no assunto. Aproveitou o momento e afirmou que Bolsonaro “estava preparando um golpe” que deveria ocorrer no dia da sua diplomação como vencedor das eleições.
Segundo o petista, “eles foram pegos de surpresa” porque a dada da cerimônia foi alterada de 18 para 12 de dezembro.
É uma afirmação grave. Lula, antes de dizer isso, precisa informar que provas colhidas pelas investigações tem em mãos. Até porque, isso interessa à Justiça que investiga os atos do ex-presidente.
Voltando ao governo atual, o que ainda repercute é a fala em que Lula desautorizou a principal promessa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad – a de zerar o déficit da dívida pública no ano que vem.
A repercussão tem sido muito ruim para o governo, seja no mercado, seja no Congresso Nacional. E hoje uma longa reunião da gestão petista com líderes da base e ministros tratou da questão fiscal.
Mas a dúvida continua: se nem o presidente faz questão de manter a meta do ministro da Fazenda, por que os outros atores nacionais devem acreditar na mais importante promessa econômica do governo?
Haddad, diante da péssima situação, transpareceu seu descontentamento em coletiva de imprensa, gerando estranhamento e desconfiança de lideranças partidárias.
Com informações de VEJA