Em novembro de 2023, o presidente Lula (PT) apresentou uma argumentação jurídica à Comissão de Direito Internacional da Organização das Nações Unidas (ONU) para evitar que Vladimir Putin seja preso em uma eventual visita ao Brasil.
Em seu editorial desta quinta-feira, 4, O Estado de S. Paulo criticou a postura do atual governo brasileiro. Para o jornal, o mandatário “tenta burlar tratados de Estado para bajular o tirano russo”.
Putin é alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra na Ucrânia, entre eles, a deportação forçada de crianças.
Como membro do tribunal e signatário do documento fundador do TPI, o Estatuto de Roma, o Brasil deve deter Putin imediatamente, se ele puser os pés em solo nacional. Contudo, no ano passado, Lula afirmou que “nem sabia da existência desse tribunal”.
“Para Lula, esse é só um detalhe inconveniente, pois ele já disse que o conceito de democracia é relativo, donde se conclui que sua base de sustentação, o Estado de Direito, também deve ser”, disse o editorial, intitulado “Amigos, amigos, criminosos à parte”.
O Estadão lembra que esta não é a “primeira tramoia” do petista para salvaguardar “criminosos companheiros”.
Em 2010, valendo-se de uma “decisão esdrúxula do Supremo Tribunal Federal”, o presidente da República declarou o terrorista Cesare Battisti, condenado pela Justiça italiana por quatro assassinatos, um “perseguido político” e lhe ofereceu refúgio.
Assim como ocorreu com o italiano, proteger o líder russo não trará nenhum ganho para o Brasil. “É só mais uma manobra da cruzada de Lula contra o Ocidente, o Norte, o Grande Capital ou seja lá como ele chame os ‘opressores’ do sul Global”, disse o Estadão.
Segundo o jornal, para satisfazer “o orgulho de Lula, o Itamaraty se tornou, por fim, um “refém da política petista ativista e subserviente a potentados autoritários”.
Informações Revista Oeste