O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, terá uma nova oportunidade para provar aos eleitores que é capaz de governar por mais quatro anos o país depois de um debate desastroso contra Donald Trump.
Nesta quinta-feira, 11, Joe Biden, de 81 anos, concluirá a cúpula da Otan, realizada em Washington, com uma rara entrevista coletiva. Ele responderá sozinho a perguntas da imprensa. As informações são do jornal G1.
A entrevista ocorre em um momento crítico, com a eficácia e a capacidade de Joe Biden sendo intensamente questionadas, e em meio a uma crescente ansiedade dentro do partido Democrata sobre sua candidatura.
Biden não é conhecido por suas habilidades de improviso. Entretanto, o presidente dos EUA pode destacar sucessos como o aumento do emprego e medidas aprovadas no Congresso, além da eficácia da Otan durante seu mandato.
O presidente Joe Biden tentou melhorar sua performance depois do debate com Donald Trump, mas uma entrevista subsequente à ABC também foi desapontadora. A pressão para que ele desista da candidatura aumenta entre deputados e senadores.
Eleitores norte-americanos tendem a avaliar seus líderes mais pela forma como os fazem sentir do que por suas ações. O debate de Biden abalou profundamente seu partido.
Eleitores e aliados avaliarão a capacidade de Biden de pensar rapidamente, demonstrar dinamismo e articular bem durante a entrevista coletiva.
O debate contra Trump, em vez de ajudar Biden, confirmou os receios dos eleitores sobre ele, comentou Allison Prasch, professora de retórica da Universidade de Wisconsin.
“O presidente é um símbolo”, disse Prasch. “Poderíamos argumentar que quando vemos um presidente que parece doente, que tem dificuldade em realizar algumas tarefas básicas da presidência, temos dúvidas sobre o estado da nação.”
“Em 2020 ele prometia demonstrar confiança diante do caos. Ele estava dizendo: ‘Eu sou uma força constante’. Se é assim que você se identifica e faz o oposto neste debate, é exatamente por isso que isso foi tão chocante para o público”, acrescentou.
Discursos inspiradores podem ter grande impacto nas eleições norte-americanas, como o de George W. Bush depois do 11 de setembro ou o Yes, We Can! de Barack Obama. Até mesmo o Make America Great Again de Trump ressoou amplamente.
“As pessoas viam Trump como o reflexo de um país mais turbulento, caótico e furioso”, disse Zelizer. “Os eleitores podem ver a fragilidade de Biden como um símbolo de fraqueza ou de seu próprio tipo de instabilidade.”
Biden fez um bom discurso sobre o Estado da União, ajudando a tranquilizar os que duvidavam de sua viabilidade como candidato. No entanto, os pontos positivos do presidente podem atingir um público menor do que sua disputa com Trump.
Apesar dos apelos para que se retire, Biden insiste ser o melhor democrata para derrotar Trump, a quem ele considera uma ameaça existencial à democracia.
Informações Revista Oeste