Prisão ocorreu na Província de Cuzestão, no sábado 1º; o consumo de bebidas alcoólicas é estritamente proibido no país muçulmano
Autoridades do Irã prenderam 35 pessoas em uma “reunião de uma rede de satanistas” na província de Cuzestão, no sudoeste do país, no sábado 1°. As informações são da agência nacional Isna.
Ao todo, foram detidos 31 homens e quatro mulheres presentes no local. Todos foram encaminhados às autoridades judiciais, segundo o chefe de polícia da cidade de Dezful, em Cuzestão, citado pela Isna.
No local da operação, as autoridades encontraram “sinais e símbolos de satanismo, álcool e drogas”, conforme o relatório da agência estatal. O consumo de álcool é estritamente proibido no Irã, país muçulmano.
O Irã frequentemente associa concertos de música rock, especialmente hard rock, aos cultos satânicos, o que é proibido na República Islâmica.
Em meados de maio, a polícia do Irã prendeu mais de 250 pessoas, sendo três europeus, a oeste de Teerã, capital iraniana, por motivos semelhantes. Em 2007, cerca de 230 pessoas foram presas em um concerto ilegal de rock perto da capital e acusadas de pertencer a um grupo de adoradores de Satã.
Não é a primeira história de repressão no país. Em maio, o diretor Mohammad Rasoulof conseguiu fugir do Irã para participar do Festival de Cannes, na França. O filme de Rasoulof, The Seed of the Sacred Fig, que retrata a realidade política do Irã, tem grande potencial de ser premiado no festival.
Desde 2017, o cineasta está proibido de filmar no Irã, o que tornou a produção de seu filme particularmente delicada. Rasoulof foi preso anteriormente por assinar uma petição, enfrentando diversas restrições em suas produções. Ele disse que “a repressão do governo iraniano tem sido constante e implacável”.
Apesar das dificuldades, Rasoulof permanece esperançoso quanto ao impacto de seu trabalho e às possibilidades de reconhecimento internacional, especialmente em um evento importante como o Festival de Cannes.
Informações Revista Oeste