Polícia Civil do Rio de Janeiro decide indiciar atleta do Bahia por injúria racial contra o volante Gerson, do Flamengo
Em nota oficial publicada na noite desta quinta-feira, o Bahia lamentou o indiciamento de Índio Ramírez, acusado de injúria racial contra o volante Gerson, do Flamengo, pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Gerson e Ramirez, Flamengo x Bahia — Foto: reprodução/vídeo
O clube criticou a postura da delegada do caso, afirmou que ela se referiu a Gerson como “nosso jogador” e alegou que houve “notória parcialidade” na condução do caso.
“Nosso jogador”. Assim ela se referiu ao volante Gerson, do Flamengo, responsável pela acusação – e que não compareceu ao depoimento perante a Justiça Desportiva -, indicando espectro de notória parcialidade – diz a nota.
A Investigação policial corroborou a versão dada pelo jogador do Flamengo, que acusou Ramírez de ter dito “Cala a boca, negro”. O inquérito vai para o Ministério Público, que decidirá então se apresentará denúncia.
O Bahia afirma que teve acesso à integra do documento e que a decisão é “despida de qualquer fundamentação probatória”. O clube diz ainda que seguirá apoiando Ramírez e reafirmou sua posição “expoente da luta antirracista no futebol brasileiro”.
Além da esfera criminal, o caso é analisado pelo Superior Tribunal da Justiça Desportiva. Gerson e os outros jogadores do Flamengo dariam depoimento na quarta-feira, mas não compareceram. O inquérito vai seguir sem a declaração dos atletas rubro-negros.
Confira a íntegra da nota publicada pelo Bahia.
O Esporte Clube Bahia vem a público lamentar o indiciamento do meia-atacante colombiano Indio Ramírez pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, muito embora a notícia não cause surpresa, tendo em vista as manifestações públicas preliminares da delegada do caso à imprensa especializada.
“Nosso jogador”. Assim ela se referiu ao volante Gerson, do Flamengo, responsável pela acusação – e que não compareceu ao depoimento perante a Justiça Desportiva -, indicando espectro de notória parcialidade.
O clube teve acesso à integralidade dos depoimentos colhidos no inquérito e pode afiançar à sociedade e à torcida tricolor que a decisão foi absolutamente despida de qualquer fundamentação probatória.
Em todos os momentos do episódio, o Bahia se comportou em busca da verdade dos fatos, sem desmerecer a palavra de Gerson, mas também considerando a presunção de inocência do seu atleta e a necessidade de se produzir prova robusta e incontestável.
Sem a apresentação de fatos novos, conforme aguardamos por mais de um mês, a diretoria tricolor seguirá apoiando Ramírez e tem convicção de será feita Justiça, ao tempo em que reafirma a sua posição de clube expoente da luta antirracista no futebol brasileiro.
Informações Globo Esporte