Outra possibilidade que me vem em mente é que agora não serão só os dois, mas os três e isso requer aprender a não ser mais o foco da atenção de alguém. O bebê vai tomando esse espaço, tanto para o pai, quanto para a mãe, e nem sempre é uma tarefa fácil, principalmente quando tudo gira em torno dessa gravidez. José pode estar ressentido de perder a sua exclusividade na vida de Andreza, ainda mais se ela estiver tão encantada com a maternidade, que a vida dela só gira em torno desse assunto. É compreensível, mas há que se acolher as demandas de todos e entender se José está triste com isso – se a falta de sexo é mais melancólica do que raivosa, de quem está de ‘luto’, por perder algo muito importante.
Penso também na famosa frase “vai machucar o bebê”. Por mais que se saiba do absurdo desse pensamento, simplesmente ele vem, na expressão de que ‘algo pode dar errado’. É quando a emoção teima em não acompanhar a razão.
A sacanagem da vida é que depois que Otávio nascer, provavelmente quem não vai querer fazer sexo é Andreza, que estará cansada, ansiosa com a maternidade, ora arrependida, ora apaixonada, louca para voltar a trabalhar ou, quem sabe, aventando a possibilidade de pedir demissão e mergulhar na simbiose mãe-bebê.
Sugiro que conversem claramente para compreender o que está em jogo e lembrar que a gravidez é só uma fase. Para Andreza, que já está insegura com as mudanças do corpo, não ser ‘desejada’ por José piora o cenário e aumenta fantasias de que ele possa estar interessado em outras pessoas. Quem sabe eles possam usufruir de outras práticas e carícias, como masturbação e sexo oral, evitando a penetração, caso identifiquem que é ela o “problema”.
O importante é não deixar o assunto virar um tabu e que a retomada do sexo esteja no radar, pois, às vezes, os casais se acostumam com essa falta e ficam anos sem transar.
Informações UOL