Se for pelo número de concorrentes, o eleitor de Feira de Santana não deve reclamar em 2020. São dez candidatos. Há postulante de continuidade, de oposição à esquerda e à direita e até de ruptura total. Também tem deputado, radialista, empresário, professora, carteiro e ex-executivo de cervejaria. Principal liderança do município nos últimos 20 anos, o ex-prefeito José Ronaldo (DEM) aposta as fichas em um ex-opositor, Colbert Martins (MDB), com quem disputou o pleito feirense em 2004 e esteve em lado oposto em 2008.
Filho de uma das lideranças conhecidas do município – o ex-prefeito Colbert Martins que governou Feira por duas vezes – o atual gestor terá a missão de dar continuidade à era Zé Ronaldo. Diferentes das duas eleições anteriores em que Ronaldo nadou de braçada – ganhou com 71,12% em 2016 e com 66,05% em 2012 – o pleito desse ano pode ser mais acirrado, o que pode ser levado ao segundo turno.
Deputado federal desde 2018 e estadual por quatro vezes consecutivas, Zé Neto (PT) experimenta o melhor momento na concorrência à prefeitura. Antes, o legislador tinha concorrido ao Executivo municipal em 2004, 2012 e 2016, todas sem êxito. Como forma de sensiblizar o setor corporativo, traz como candidato a vice o empresário Roque Eudes. Também no páreo está o radialista e ex-ronaldista, Carlos Geilson (Podemos). Apesar de ser natural de Feira de Santana, Geilson, que já foi deputado estadual por duas vezes, concorre pela primeira vez ao Executivo feirense.
Revelada pela onda bolsonarista de 2018, mas já rompida com o presidente da República, a Professora Dayane Pimentel (PSL) também vai testar a popularidade dela agora na sua segunda eleição. Vereador com sete mandatos na Câmara local, Beto Tourinho (PSB), outro ex-ronaldista, vai usar a experiência na vida pública para sensibilizar o eleitor. Algo parecido como o deputado estadual José de Arimateia (Republicanos) que está no terceiro mandato na Assembleia Legislativa e antes foi vereador de Feira por duas vezes.
Pelo PSOL, a doula e militante feminista Marcela Prest traz como bandeira a criação de um congresso popular para ordenar a distribuição dos recursos municipais, além de concurso público para a saúde. Mais radical do que Prest, o carteiro Orlando Andrade (PCO), que foi candidato a governador em 2018, prega a estatização de todos os serviços públicos e diz que “não tem plano de governo, tem plano de luta”. Na lista, ainda tem o empresário Nelson Roberto (PRTB) que já tentou se eleger como deputado e não conseguiu.
Rei Nelsinho, como é conhecido, promete criar um hospital geral do município com 400 leitos e 15 UTIs. Os dez de Feira terminam com o ex-executivo da Ambev Carlos Medeiros (Novo). Calouro em eleições, o candidato prega “corte na carne” para diminuir custos e “quebrar o sistema” do toma lá da cá. Maior colégio eleitoral do interior baiano, Feira de Santana tem mais de 380 mil eleitores.
Informações: Bahia Notícias