O dólar encerrou o dia em alta de 1,30%, alcançando o valor nominal mais alto da história: R$ 5,98. Durante o pregão, a moeda americana chegou a atingir R$ 6 pela primeira vez. A valorização refletiu a reação dos investidores ao pacote de corte de gastos anunciado pelo governo federal e à isenção do Imposto de Renda para contribuintes com renda mensal de até R$ 5 mil.
Segundo economistas, as medidas fiscais são insuficientes para assegurar o cumprimento da meta estabelecida e não eliminam os riscos associados à trajetória da dívida pública. Para Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos, as ações apresentadas pelo ministro Haddad contribuem para o ajuste fiscal, mas “são insuficientes para gerar um resultado primário compatível com a meta definida em lei”.
De acordo com Salto, o impacto fiscal do pacote será de R$ 19,2 bilhões em 2025 e R$ 25,9 bilhões em 2026, totalizando R$ 45,1 bilhões — abaixo do previsto pelo governo, mas considerado relevante e alinhado ao objetivo de ajuste.
Diante da reação do mercado, o J.P. Morgan divulgou uma nota projetando um aumento de 1 ponto percentual na Selic na reunião de dezembro, com a taxa alcançando 14,25% no meio de 2025, frente à projeção anterior de 13%. Segundo o banco, “o anúncio fiscal desta semana alterou nossa expectativa, o que pode levar o Banco Central a elevar a taxa em um ritmo mais acelerado”.
Dados da Austin Rating, com base no Banco Central, apontam que o real é a oitava moeda que mais perdeu valor frente ao dólar em 2024, com uma desvalorização acumulada de 19,1%. A moeda do Sudão do Sul lidera as quedas no ano, com uma desvalorização de 69,80%, seguida pelas moedas da Etiópia (56%) e da Nigéria (47%).
Em contrapartida, a moeda do Quênia registrou a maior valorização, com alta de 21,20%, seguida por Sri Lanka (11,40%) e Libéria (8,30%).
Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, registrou forte recuo de 1,84%, fechando o dia aos 125.317 pontos, acumulando queda de 4,85% no ano.
Informações Bahia.ba