A morte da ex-princesa Kasia Gallanio, de 45 anos, trouxe à tona mais um caso de possível morte suspeita ou polêmica entre membros de famílias reais. Ela foi casada com Abdelaziz bin Khalifa AlThani, tio do Emir (título semelhante à realeza) do Qatar e travava uma batalha judicial com o príncipe por conta da guarda das três filhas que tiveram juntos.
De acordo com o jornal Le Parisien, a polícia da Espanha encontrou o corpo dela sem marcas de violência ou sinais de resistência. Embora haja indícios de overdose de drogas, falta o resultado da autópsia e o caso ainda está sob investigação.
Em abril deste ano, uma das filhas do casal denunciou a um tribunal que foi vítima de agressão sexual pelo pai quando tinha entre 9 e 15 anos. Um inquérito foi aberto para a investigação da denúncia, em meio às audiências de custódia —o pai delas não fala com nenhuma das herdeiras, apesar de ter a custódia do trio. A filha de 15 anos, segundo a imprensa francesa, vive sozinha em um palácio, sem ir à escola.
Na história, há outros casos de princesas cujas mortes chocaram a opinião pública. Relembre alguns deles.
Um dos casos mais trágicos ocorridos em 1898 envolveu o assassinato de Isabel da Baviera, esposa do imperador da Áustria e rei da Hungria, Francisco José 1º.
Ela era conhecida como ‘Sissi’ e fazia uma viagem por Genebra, na Suíça, quando foi surpreendida pelo anarquista italiano, Luigi Lucheni, que perfurou o coração da princesa com um estilete em formato de agulha.
Apesar do assassinato, que aconteceu a céu aberto, Isabel vivia uma vida melancólica, que teria sido causada pelas mortes que presenciou na família. Dentro da Corte, havia inclusive o medo de que ela poderia se suicidar a qualquer momento.
Em 1888, Isabel perdeu seu pai, Maximiliano José; depois seu único filho, Rodolfo, em 1889. Três anos depois, a princesa perdeu a mãe, Luísa, e depois vivenciou a morte da irmã, a duquesa Sofia Carlota da Baviera.
Entretanto, o que se sabe é que Isabel sequer era o alvo de Luigi Lucheni, que pretendia matar o príncipe Henrique de Orleans, herdeiro do trono da França. No entanto, ele teria decidido matar a princesa depois de não conseguir encontrar Henrique.
Shruti foi uma das vítimas do chamado ‘Massacre Real Nepalês’ protagonizado por Dipendra Bir Bikram, príncipe herdeiro, que abriu fogo contra a monarquia nepalesa durante uma celebração no Palácio Real de Narayanhiti, em junho de 2001.
Dentre as vítimas estavam o seu próprio pai, o rei Birendra; sua mãe, a rainha Aishwarya; e outros sete membros da família real, como a princesa Shruti, que tinha 25 anos de idade, era pintora e tinha duas filhas.
Autoridades do país apontaram que, depois de atirar contra os familiares, Dipendra atirou contra a própria cabeça e morreu nos dias seguintes.
O motivo é um mistério até hoje e alimenta teorias da conspiração. Há relatos de que Dipendra queria se casar com uma mulher chamada Devyani Rana, que ele conheceu no Reino Unido, mas a família era contra.
Outra teoria diz que a família de Devyani era uma das ex-famílias reais mais ricas da Índia e que um casamento com Dipendra poderia significar uma maior influência indiana dentro do Nepal, o que também era combatido pela monarquia nepalesa.
Isabel Feodorovna foi mulher do grão-duque Sérgio Alexandrovich, quinto filho do czar Alexandre 2º, na Rússia, e viveu um longo tempo em meio à nobreza.
Depois que o marido morreu bombardeado por um morador de Moscou, nos arredores do palácio onde moravam, em 1905, Isabel passou a viver em uma profunda tristeza até decidir se tornar freira.
Durante muitos anos, as instituições apoiadas por ela ajudaram os pobres e os órfãos na Rússia. Na Primeira Guerra Mundial, ela prestou atendimento aos soldados feridos e foi responsável por levar até a Igreja Ortodoxa a discussão sobre o acesso das mulheres a melhores posições dentro da instituição religiosa.
Em 1918, após a Revolução Russa, Isabel foi assassinada, a mando do regime comunista, junto com seus sobrinhos e sua irmã, a imperatriz Alexandra Feodorovna, além do imperador Nicolau 2º.
Por trás de sua morte estavam ligações que Isabel tinha com a família imperial, mesmo que ela já estivesse se afastando da nobreza e se dedicando às causas sociais. Em 1992, a Igreja Ortodoxa Russa decidiu canonizar a princesa como santa.
A princesa era a filha mais nova do falecido Xá (título semelhante a imperador) do Irã e fugiu do país, em 1979, após a revolução islâmica. Morou nos Estados Unidos, formou-se em filosofia, em 1992, e chegou a trabalhar como modelo.
Há relatos de que ela tinha sérios problemas de saúde relacionados à anorexia e depressão. Com 31 anos de idade, a princesa foi encontrada morta em um quarto de um hotel em Londres. Em um comunicado divulgado em Paris, sua mãe, a rainha Farah, disse que sua filha estava “muito deprimida”.
De imediato, a polícia classificou o falecimento de Leila como ‘morte inexplicável’. Posteriormente, no entanto, exames identificaram no corpo uma forte presença de seconal, um medicamento usado para o tratamento da insônia.
Apesar dos relatos da época de que Diana foi vítima de um trágico acidente de carro, em 1997, persiste até hoje uma corrente que defende a ideia de que ela tenha sido assassinada.
O relato oficial indica que uma perseguição de paparazzi teria feito o motorista Henri Paul perder o controle do veículo em um túnel rodoviário de Paris, causando a morte da princesa e de Dodi Al-Fayed, tido como um namorado de Diana na época.
A rede de hackers Anonymous, por exemplo, alimenta a teoria de que Diana sabia de casos de estupro que teriam acontecido no palácio e que envolviam pessoas próximas ao príncipe Charles, o que levaria a crer que ela pudesse ser assassinada.
Diversos filmes e séries foram feitos sobre a mais popular das princesas, mas nenhuma teoria da conspiração foi comprovada em décadas. Por outro lado, é público que o relacionamento de Diana com a realeza britânica era tumultuado e que seu casamento com o príncipe Charles foi marcado por mágoas, ciúme e traições, que deixaram a princesa com a saúde mental abalada.
Informações UOL