Jair Bolsonaro tem defendido, em meio ao crescimento de mortes por covid-19, o retorno imediato dos brasileiros ao trabalho. Calculou que a morte de dezenas de milhares não afetará seu governo como o desemprego de milhões. Ainda é cedo para dizer se essa aposta dará certo, até porque, pelo terceiro dia consecutivo, o Brasil registrou mais de mil óbitos diários (1.156, para ser mais exato). Mas uma análise da pesquisa Datafolha, divulgada nesta quinta (28), traz elementos que podem ser usados pelo presidente para acreditar que sua tática pode funcionar.
Consideram que ele está fazendo um governo ótimo ou bom, 31% dos que recebem até dois salários mínimos de renda familiar mensal, 36% dos que ganham mais de 2 e 5 SM, 36% dos recebem mais de 5 e 10 SM e 42% que contam com mais de 10 SM. Enquanto o estrato mais pobre é 55% do país representado na pesquisa, o mais rico é apenas 4% – o que mostra o peso relativos dos seguidores.
Em dezembro de 2019, o Datafolha foi a campo para verificar o apoio do governo após um ano de mandato. Os números para ótimo ou bom eram 22% dos que recebem até dois salários mínimos, seguido de 35%, 44% e 44% para os outros estratos, respectivamente. Logo depois, o coronavírus entrou na pauta. Bolsonaro experimentou uma queda de nove pontos entre uma pesquisa e outra dentre os que recebem mais de 5 e 10 salários mínimos – grupo com mais acesso à informação e que engrossou a curva de insatisfação contra o presidente por conta de seu comportamento e suas políticas diante da crise. É um grupo com quantidades significativas de funcionários públicos, empregados registrados e pequenos.
Rotativo News/Uol
Foto: Lucas Silva